Com avanço da energia solar, Brasil supera 50% de renováveis em 2024, enquanto o mundo ainda depende fortemente de petróleo, carvão e gás natural
A transição energética entrou de vez no debate brasileiro. A meta é clara: reduzir o sobreaquecimento do planeta e frear os eventos climáticos extremos, que impactam principalmente os mais pobres. A principal causa do aquecimento global é a emissão de gases de efeito estufa (GEEs), que retêm mais calor na atmosfera.
Fontes fósseis ainda dominam no mundo
Globalmente, os combustíveis fósseis — petróleo e carvão mineral — são os principais emissores de GEEs. Esses recursos levaram mais de cem milhões de anos para se formar e, apesar de ainda amplamente utilizados, deveriam ter usos mais nobres e prolongados. Sua queima ocorre tanto na produção quanto no consumo de energia.
Segundo dados de 2022 da Empresa de Pesquisa Energética (EPE), 85,6% da matriz energética mundial ainda é composta por fontes não renováveis.
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Além de petróleo e carvão, há forte presença do gás natural. Quando usado adequadamente, o gás natural emite poucos poluentes, mas ainda enfrenta desafios em sua produção e distribuição.
China lidera em emissões e também em renováveis
A China, maior emissora mundial de GEEs, também é destaque na geração de energias renováveis e na produção de veículos elétricos. O carvão mineral, amplamente usado para geração elétrica, continua sendo protagonista em vários países, inclusive na Europa.
Nos anos de 2023 e 2024, apesar de avanços, a matriz mundial segue com predominância das fontes fósseis.
Brasil avança e inverte cenário em 2024
No Brasil, o quadro é diferente. A maior parte das emissões de GEEs vem de queimadas e desmatamento (cerca de 45%), seguidas pela agropecuária (25%). Já nas cidades, os derivados de petróleo dominam as emissões urbanas, prejudicando a saúde e a qualidade de vida da população.
A matriz energética brasileira de 2023 mostrava 50,9% de fontes não renováveis — petróleo, carvão, gás natural e nuclear. O destaque negativo era o baixo uso do gás natural, especialmente no Sul, onde a falta de gasoduto limita o fornecimento desde os tempos em que o Brasil só importava gás da Bolívia.
As fontes renováveis representavam 49,1%: hidráulica, derivados da cana, lenha, carvão vegetal, solar, eólica e biomassa. Em 2024, essa relação se inverteu, com as renováveis superando os 50% pela primeira vez, puxadas pelo crescimento da energia solar fotovoltaica.
Transição ainda é lenta e exige compromissos globais
A mudança para fontes limpas, no entanto, segue lenta. A vida moderna depende de grandes volumes de energia, e o petróleo ainda ocupa posição central. É necessário que todos os países assumam compromissos firmes para acelerar a substituição do petróleo e do carvão por fontes sustentáveis.
A Petrobras, por exemplo, já se apresenta como empresa de energia, e pode liderar a transformação no Brasil. Enquanto houver demanda global por petróleo, a exploração continuará, mas os lucros devem ser utilizados para investir na transição.
O carvão mineral também precisa de uma transição justa. Trabalhadores e regiões dependentes da atividade devem ter tempo e e para migrar para outras áreas. Além disso, o carvão pode ser aproveitado em outras finalidades, como na produção de fertilizantes.
Energia elétrica é o caminho
A energia elétrica é vista como a principal alternativa aos combustíveis fósseis. Ela depende de outras fontes para ser gerada, e esse será o foco da próxima discussão. O que já se sabe: o futuro da energia é limpo e renovável — e o Brasil começou a trilhar esse caminho.
Com informações de Brasil de Fato.