Estratégia agressiva do Mercado Livre deve impulsionar vendas, ampliar participação de mercado e consolidar vantagem logística no país
O Mercado Livre, representado no Brasil pela BDR MELI34, implementou em junho de 2024 uma significativa redução no valor mínimo necessário para liberação do frete grátis. O novo patamar caiu de R$79 para apenas R$19.
A mudança foi divulgada no site oficial da companhia e confirmada pelo presidente da empresa no Brasil. A confirmação ocorreu durante entrevista publicada na sexta-feira, dia 7 de junho.
Com isso, a empresa pretende acelerar o volume de vendas e reforçar seu domínio logístico frente à concorrência internacional. A medida representa um o ousado diante do cenário competitivo atual.
-
Com janelas panorâmicas, mordomos a bordo e luxo cinco estrelas, trem indiano é eleito o mais luxuoso do mundo e percorre antigos reinos do Rajastão
-
Por que o Mato Grosso decidiu construir sua própria ferrovia?
-
Nova lei acaba com as multas! Motoristas deste estado brasileiro agora podem converter penalidades em advertências por escrito: saiba como funciona
-
Governo quer retomar ferrovia abandonada de 600 KM e avalia até mesmo o transporte de ageiros
Morgan Stanley prevê impacto direto no GMV com nova política
De acordo com relatório recente do banco Morgan Stanley, a nova política de frete gratuito deve acelerar diretamente o crescimento do GMV, o volume bruto de mercadorias da plataforma. Para os analistas, a força logística do Mercado Livre se mostra cada vez mais como uma vantagem competitiva central.
Os investimentos da empresa seguem concentrados no aumento da densidade da rede de atendimento. A companhia opta por esse caminho em vez de ampliar subsídios para entregas. Essa escolha visa manter sustentabilidade operacional.
O relatório também destaca que a empresa poderá registrar uma perda de contribuição logística estimada em US$ 1,7 bilhão ao longo de 2024. Esse valor corresponde a uma margem negativa de 3,3% sobre o GMV total.
Contudo, esse impacto deve ser parcialmente absorvido pelo EBIT projetado para o ano, estimado em US$2,6 bilhões. A estratégia revela equilíbrio entre crescimento e controle de custos.
Eficiência logística sustenta redução e cria nova vantagem competitiva
Para o Morgan Stanley, a redução no valor mínimo de frete grátis é relevante por pelo menos dois fatores estratégicos. O primeiro está ligado à malha logística do Mercado Livre.
Atualmente, essa estrutura já permite uma política mais econômica e sustentável. Isso ocorre porque a empresa alcançou, em março de 2024, 60% de penetração nos serviços de fulfillment no Brasil.
O segundo fator diz respeito à crescente concorrência internacional. Plataformas estrangeiras focadas em produtos de baixo custo pressionam o setor. Por isso, o Mercado Livre precisa de medidas agressivas para manter sua posição.
Com a nova política, a empresa amplia sua competitividade frente a rivais que operam com margens baixas e prazos longos de entrega. A medida fortalece sua presença no comércio eletrônico nacional.
Nova política deve ampliar vendas e consolidar posição de liderança
Segundo o banco, o novo valor mínimo representa uma ferramenta estratégica poderosa. A medida pode impulsionar o número de itens vendidos e aumentar a fidelização dos consumidores.
Isso ocorre porque o incentivo reduz a barreira de entrada para compras de menor valor. Além disso, a escalabilidade da operação tende a crescer. A consequência disso é o fortalecimento da posição da empresa no mercado.
A expectativa é de que o aumento do GMV reduza o custo logístico por pedido. Esse efeito poderá abrir espaço para maior eficiência operacional em toda a cadeia de distribuição.
Com isso, a companhia projeta uma fase mais madura na sua gestão logística. O movimento mostra foco no longo prazo e comprometimento com a liderança no setor.
Recomendação de compra reforça confiança de investidores
Por fim, o Morgan Stanley reiterou sua recomendação de compra das ações da empresa. O banco manteve, portanto, o preço-alvo de US$2.580 por ADR, o que reforça a confiança dos investidores.
Além disso, essa avaliação evidencia otimismo quanto ao modelo de negócios do Mercado Livre e, por consequência, à sua robusta operação logística.
Embora enfrente desafios causados por plataformas internacionais, a empresa continua crescendo, enquanto o mercado, por sua vez, observa com atenção os desdobramentos.
Dessa forma, a mudança tende a transformar hábitos de consumo e, eventualmente, pode pressionar concorrentes relevantes do varejo digital. A questão que permanece é clara: