Energia limpa, empregos e inovação: conheça a GNA II, megaprojeto no RJ que transforma GNL em potência elétrica com ciclo combinado e uso pioneiro de água dessalinizada
A Usina Termelétrica GNA II, localizada no Porto do Açu, em São João da Barra (RJ), está prestes a se tornar a maior termelétrica a gás natural da América Latina em capacidade instalada. Com 1.672 megawatts (MW) de potência, o empreendimento fortalece a diversificação da matriz de energia brasileira ao mesmo tempo em que impulsiona o desenvolvimento regional, integrando inovação tecnológica, sustentabilidade ambiental e geração de empregos qualificados.
Sua construção e futura operação fazem parte de um megacomplexo energético que inclui a UTE GNA I, já em funcionamento desde 2021, e o terminal de regaseificação de gás natural liquefeito (GNL). Juntas, as duas usinas formarão um dos maiores polos privados de geração de energia a gás natural do mundo.
Investimentos bilionários e parcerias estratégicas
A UTE GNA II é fruto de um consórcio entre empresas de capital nacional e internacional: Prumo Logística (controlada pelo fundo EIG Global Energy Partners), a gigante energética britânica BP, a Siemens Energy e a estatal chinesa SPIC Brasil. Essa aliança evidencia a confiança de investidores estrangeiros e do setor financeiro nacional no potencial energético do Brasil.
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O investimento total na GNA II é estimado em R$ 7 bilhões, dos quais R$ 3,93 bilhões foram financiados pelo BNDES, por meio da emissão de debêntures de infraestrutura. Trata-se de uma das maiores operações estruturadas do setor energético do país, com foco em projetos sustentáveis e de longo prazo. O projeto também integra o Novo PAC (Programa de Aceleração do Crescimento), lançado pelo Governo Federal para incentivar investimentos em infraestrutura.
Além do apoio financeiro, o projeto conta com e logístico e institucional da Prumo Logística, responsável pelo desenvolvimento do Porto do Açu — infraestrutura essencial para o escoamento e abastecimento do complexo termelétrico.
Alta tecnologia: GNL e ciclo combinado com eficiência de classe mundial
A GNA II utilizará gás natural liquefeito como principal combustível, que será importado por navios metaneiros e descarregado no terminal de regaseificação operado no próprio Porto do Açu. Após o processo de regaseificação, o combustível segue para as turbinas da usina.
O modelo adotado é de ciclo combinado, que utiliza três turbinas a gás e uma a vapor, todas fornecidas pela Siemens Energy. Nessa configuração, os gases quentes gerados pela queima do gás natural são reaproveitados para aquecer água e gerar vapor, acionando uma turbina adicional. Essa tecnologia eleva a eficiência da usina para mais de 60%, um patamar elevado para termelétricas.
A conexão com o Sistema Interligado Nacional (SIN) será feita por meio de uma linha de transmissão de 500 kV, garantindo que a energia gerada chegue com segurança aos principais centros de carga do país, como os estados do Sudeste e Nordeste.
Sustentabilidade: inovação ambiental com dessalinização e controle de emissões
A GNA II é um exemplo de como é possível alinhar geração de energia térmica com práticas sustentáveis. Um dos diferenciais da usina é o uso de um sistema de dessalinização da água do mar para abastecimento de seus processos industriais. Isso elimina a necessidade de captar água de rios ou aquíferos, reduzindo impactos nos recursos hídricos locais.
O empreendimento conta ainda com um robusto programa de gestão ambiental, que inclui monitoramento de emissões atmosféricas, qualidade do ar, ruído, biodiversidade e manejo de resíduos. O projeto foi licenciado pelo Instituto Estadual do Ambiente (INEA) e obteve recentemente sua licença de operação com parecer técnico favorável, conforme noticiado pelo Petronotícias.
Além disso, a GNA adota compromissos com a agenda ESG, com relatórios anuais de sustentabilidade e investimentos em ações sociais junto às comunidades do entorno, como educação ambiental, cursos técnicos e geração de renda.
Empregos, arrecadação e desenvolvimento regional
Durante a fase de construção, a GNA II gerou mais de 5 mil empregos diretos e indiretos, com prioridade para a contratação de mão de obra local. A empresa também investe em capacitação profissional, em parceria com o SENAI, para preparar técnicos e operadores para atuar na usina e em empreendimentos industriais da região.
Com a entrada em operação, a previsão é de manutenção de centenas de empregos qualificados, além de um expressivo aumento na arrecadação de tributos para os municípios de São João da Barra e Campos dos Goytacazes.
Esse impulso econômico gera uma cadeia de valor que envolve desde fornecedores de serviços e materiais até hotéis, restaurantes e empresas de transporte, consolidando o Porto do Açu como vetor de desenvolvimento para o Norte Fluminense.
Papel estratégico na matriz de energia do Brasil
A posição geográfica da GNA II, associada à estrutura logística do Porto do Açu, confere ao projeto um papel central na estratégia energética brasileira. O porto permite a chegada de GNL por via marítima, eliminando a dependência de gasodutos terrestres longos e caros, além de facilitar a exportação de excedentes energéticos.
A diversificação da matriz energética com gás natural é um o essencial para a transição energética do Brasil, especialmente em períodos de seca que impactam o desempenho das hidrelétricas. Nesse sentido, a GNA II oferece estabilidade e segurança energética, reduzindo a necessidade de uso de fontes mais poluentes e caras, como óleo combustível e carvão.