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Japoneses desenvolvem tecnologia capaz de transformar resíduos industriais em um material de construção resistente e sustentável, que pode substituir o cimento

Escrito por Fabio Lucas Carvalho
Publicado em 30/05/2025 às 08:04
material de construção
Foto: Reprodução

Pesquisadores japoneses desenvolvem um novo solidificador de solo sustentável que utiliza resíduos de construção e vidro reciclado, eliminando a necessidade de cimento tradicional e reduzindo as emissões de carbono.

Pesquisadores japoneses desenvolveram uma nova tecnologia capaz de transformar resíduos industriais em um material de construção resistente e sustentável. O avanço pode reduzir tanto o custo como o impacto ambiental na engenharia civil.

Material de construção — Tecnologia inovadora elimina o uso de cimento tradicional

A equipe criou um solidificador de solo feito inteiramente com resíduos de construção e vidro reciclado.

O material de construção atua como um aglutinante de alta resistência, sem a necessidade de utilizar cimento, responsável por grande parte das emissões globais de carbono.

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A mistura, ativada e tratada termicamente, alcança resistência à compressão superior a 160 kN/m².

Esse desempenho atende aos requisitos exigidos para estabilização de solo em construções como estradas, edifícios e pontes.

O professor Shinya Inazumi, responsável pelo estudo, destacou a relevância do avanço: “Usando dois resíduos industriais, desenvolvemos um solidificador de solo que não só atende aos padrões da indústria, mas também ajuda a enfrentar os desafios duplos dos resíduos da construção e das emissões de carbono.

Redução de emissões e aproveitamento de resíduos

O cimento, usado amplamente na estabilização de solos, responde por 7 a 8% das emissões globais de carbono. E

m paralelo, materiais como pó de construção e vidro continuam a ser descartados em aterros sanitários.

A solução proposta pelos japoneses busca atacar os dois problemas simultaneamente. O segredo está no processamento do S, feito em temperaturas controladas de 110 °C e 200 °C.

Esse tratamento aumenta a reatividade química do material e diminui a quantidade necessária para a produção.

A mistura ainda conta com a adição de sílica terrestre, formando geopolímeros que solidificam o solo sem recorrer ao cimento. Segundo Inazumi, o objetivo sempre foi unir sustentabilidade e segurança ambiental.

Controle de riscos ambientais durante o desenvolvimento

Durante o desenvolvimento, a equipe identificou um risco potencial: a lixiviação de arsênio em algumas formulações iniciais.

Para resolver o problema, os pesquisadores incorporaram hidróxido de cálcio à mistura, eliminando o risco de contaminação.

O professor explicou: “A sustentabilidade não pode ser alcançada às custas da segurança ambiental. Ao detectar o problema, conseguimos solucioná-lo de forma eficaz.

Aplicações práticas e potencial de uso global

Além dos benefícios ambientais, o novo material oferece vantagens práticas importantes. Ele tem presa rápida, boa trabalhabilidade e resistência a danos causados por fatores ambientais como congelamento, degelo, sulfatos e cloretos.

Essas características tornam o solidificador ideal para estabilizações emergenciais de solo em áreas atingidas por desastres naturais. Também pode ser aplicado em projetos de infraestrutura de longo prazo em ambientes hostis.

O professor Inazumi destacou que, no desenvolvimento de infraestrutura urbana, a tecnologia pode ser uma solução eficiente, principalmente em solos argilosos problemáticos, onde métodos convencionais são mais caros e poluentes.

Possibilidades para o desenvolvimento rural

O material de construção também pode ser empregado na fabricação de blocos de solo de baixo carbono, alternativa aos tijolos ou concreto tradicionais.

Essa aplicação foi inspirada em empreendimentos anteriores da equipe, com foco em construções sustentáveis para áreas rurais.

Por fim, Inazumi ressaltou a visão de longo prazo do projeto: “Ao desenvolver um solidificador geopolímero a partir de fluxos de resíduos facilmente disponíveis, não estamos apenas oferecendo uma solução de engenharia sustentável, mas também redefinindo como valorizamos os subprodutos industriais em um mundo com recursos limitados.

O estudo foi publicado na Cleaner Engineering and Technology.

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Fabio Lucas Carvalho

Jornalista especializado em uma ampla variedade de temas, como carros, tecnologia, política, indústria naval, geopolítica, energia renovável e economia. Atuo desde 2015 com publicações de destaque em grandes portais de notícias. Minha formação em Gestão em Tecnologia da Informação pela Faculdade de Petrolina (Facape) agrega uma perspectiva técnica única às minhas análises e reportagens. Com mais de 10 mil artigos publicados em veículos de renome, busco sempre trazer informações detalhadas e percepções relevantes para o leitor. Para sugestões de pauta ou qualquer dúvida, entre em contato pelo e-mail [email protected].

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