Apesar de avanços regulatórios e maior abertura de mercado, indústria de gás natural carece de investimentos em transporte e integração entre produtor e consumidor, diz Roberto Ardenghy.
O setor de gás natural brasileiro tem registrado avanços importantes nos últimos anos, mas ainda enfrenta um entrave essencial para seu pleno desenvolvimento: a infraestrutura de transporte.
A avaliação é do presidente do Instituto Brasileiro de Petróleo e Gás (IBP), Roberto Ardenghy, que destacou nesta quarta-feira (14), durante a abertura do 21º Seminário de Gás Natural, no Rio de Janeiro, que a indústria nacional precisa amadurecer para acompanhar o padrão de outros países.
“É preciso amadurecer a nossa indústria de gás. Ela ainda é incipiente quando a gente compara com outros países do mundo”, afirmou.
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Infraestrutura limitada ainda é barreira para expansão
Um dos principais obstáculos enfrentados pela indústria do gás natural no Brasil é a ausência de uma rede robusta de dutos, essencial para conectar regiões produtoras aos centros consumidores.
De acordo com Ardenghy, diferente do petróleo, que pode ser transportado facilmente em caminhões, o gás natural depende de uma malha dutoviária estruturada. “É preciso gerar uma infraestrutura de transporte para fazer com que o gás se conecte entre produtor e consumidor”, enfatizou.
Esse desafio logístico compromete a competitividade do insumo e limita o aproveitamento do potencial energético do país, que é hoje um dos grandes produtores e consumidores de gás natural da América Latina.
Seminário discute avanços e caminhos para o setor de gás natural
O 21º Seminário de Gás Natural, promovido pelo IBP, reúne até esta quinta-feira (15) especialistas nacionais e internacionais no Hotel Fairmont, em Copacabana.
O encontro tem como objetivo avaliar os rumos do setor e debater soluções para suas deficiências estruturais.
Representando a presidente da Petrobras, Magda Chambriard, o diretor de Dutos e Terminais da Transpetro, Márcio Guimarães, destacou os progressos acumulados nas últimas décadas:
“É necessário avançar em diversos aspectos, mas é preciso considerar tudo o que já foi feito nos últimos 30 anos. Tem um trabalho consistente realizado”, disse.
Novo marco regulatório estimula mercado mais competitivo
Desde a implementação do novo marco regulatório há cerca de quatro anos, o setor começou a dar sinais de diversificação e maior flexibilidade.
Apesar da atuação ainda predominante da Petrobras no segmento, Roberto Ardenghy reconheceu mudanças relevantes no perfil do mercado.
“Hoje, o Brasil não é só um produtor, mas nós já estamos começando a trazer gás de outras fontes, como a Argentina, por exemplo. O mercado está muito mais flexível, muito mais dinâmico que no ado”, ressaltou.
A visão geral dos especialistas aponta para um futuro promissor, caso haja esforço conjunto entre governo, iniciativa privada e investidores para expandir a malha de transporte e fomentar a competitividade.
O IBP tem reforçado a importância de uma agenda de desenvolvimento que integre infraestrutura, regulação e planejamento de longo prazo, consolidando a indústria do gás natural como vetor de crescimento econômico e transição energética no Brasil.