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Importante rodovia (BR) terá mega duplicação, mas tem um problema: isso acarretará a desapropriação de cerca de 2 MIL famílias

Escrito por Alisson Ficher
Publicado em 25/01/2025 às 11:47
Duplicação da BR-381 promete progresso, mas desapropriará 2 mil famílias. Obras geram empregos, mas causam impacto social significativo.
Duplicação da BR-381 promete progresso, mas desapropriará 2 mil famílias. Obras geram empregos, mas causam impacto social significativo.

Uma das maiores obras rodoviárias do Brasil, a duplicação da BR-381, traz benefícios econômicos, mas força 2 mil famílias a deixarem seus lares. Entre progresso e sacrifícios, a questão divide opiniões. Como equilibrar desenvolvimento e justiça social?

Uma obra ambiciosa, marcada por promessas de melhorias no tráfego e desenvolvimento econômico, também trará desafios de grande impacto social.

A duplicação de uma importante rodovia federal promete transformar a logística de Minas Gerais e regiões vizinhas, mas a execução desse projeto está cercada por uma questão delicada: o reassentamento de cerca de duas mil famílias que serão diretamente afetadas pelo empreendimento.

O futuro dessas pessoas levanta preocupações que vão além do asfalto e da engenharia.

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A mega duplicação: detalhes e objetivos

Na última quarta-feira (22), o Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (DNIT) e o governo federal deram início oficial às obras de duplicação da BR-381/MG.

A cerimônia, realizada no Palácio do Planalto com a presença do presidente Luiz Inácio Lula da Silva e do ministro dos Transportes, Renan Filho, marcou a do contrato de concessão que rea a gestão da rodovia à Concessionária Nova 381 por um período de 30 anos.

De acordo com o DNIT, a duplicação e pavimentação abrangem os lotes 8A e 8B da rodovia, com mais de 31 quilômetros localizados na região de Belo Horizonte.

O investimento total para as obras é de R$ 900 milhões, com conclusão prevista para 2028.

O lote 8A, que se estende do km 422,4 ao km 440,4, receberá intervenções de restauração, duplicação e melhorias no traçado. O lote 8B, do km 440,4 ao km 453,8, contará com serviços semelhantes.

Essa rodovia é um dos principais corredores logísticos do país, conectando o estado de Minas Gerais ao Espírito Santo e São Paulo, além de atravessar a estratégica região do Vale do Aço.

Diariamente, cerca de 24,7 mil veículos trafegam pela BR-381, incluindo caminhões pesados que escoam produtos industriais e agrícolas, essenciais para a economia local e nacional.

Impactos econômicos e sociais

A concessão de 303,4 quilômetros da rodovia permitirá investimentos totais de R$ 10 bilhões, que englobam tanto despesas de capital (Capex) quanto operacionais (Opex).

Estima-se que 83,5 mil empregos diretos e indiretos serão gerados ao longo do contrato.

As obras preveem a duplicação de 106 quilômetros da rodovia, 83 quilômetros de faixas adicionais, 51 mudanças no traçado, e a instalação de 23 arelas para pedestres.

Além disso, serão criados Pontos de Parada e Descanso (PPD) para caminhoneiros, áreas de escape, e um robusto sistema de atendimento aos usuários, incluindo e médico e mecânico.

Tudo isso tem o objetivo de aumentar a segurança e a eficiência do tráfego na região, beneficiando diretamente 3,7 milhões de pessoas que dependem da BR-381.

Por outro lado, os impactos sociais da obra são alarmantes. Mais de 2 mil famílias serão afetadas pela desapropriação de imóveis e reassentamentos.

Segundo o governo federal, 215 desapropriações e 1.600 reassentamentos serão necessários apenas no trecho que corta Belo Horizonte até o distrito de Ravena, em Sabará.

Ainda não há uma estimativa oficial de custo para essas remoções, o que tem gerado incertezas e preocupações entre os moradores.

Trecho mais complexo da obra

O chamado lote 8B, com 13 quilômetros de extensão, é apontado como o trecho mais desafiador da duplicação.

Ele liga Belo Horizonte ao distrito de Ravena e apresenta dificuldades técnicas significativas devido ao relevo acidentado e à alta densidade populacional nas margens da rodovia.

Na última semana, seis empresas enviaram propostas para executar os projetos e obras desse trecho, considerado fundamental para o avanço do empreendimento.

A duplicação nesse trecho não se limita a melhorias na infraestrutura. Também inclui a construção de arelas, áreas de escape e adequações no traçado, visando maior segurança viária.

Contudo, o custo humano dessas mudanças é inegável, com inúmeras famílias precisando abandonar suas casas e adaptar suas vidas a uma nova realidade.

A promessa de desenvolvimento regional

Apesar das adversidades, o governo defende que a duplicação da BR-381 é crucial para o desenvolvimento de Minas Gerais e estados vizinhos.

O ministro dos Transportes, Renan Filho, destacou que a obra representa um marco na infraestrutura nacional.

“Estamos tirando do papel dois lotes essenciais para o país. Essa duplicação vai transformar a logística da região e gerar milhares de empregos”, afirmou.

Especialistas apontam que a melhoria na rodovia pode reduzir significativamente o número de acidentes e facilitar o escoamento da produção industrial, agrícola e mineral da região.

Além disso, o projeto tem o potencial de impulsionar o turismo em Minas Gerais, conectando as principais cidades do estado de forma mais rápida e segura.

A difícil questão das desapropriações na BR-381

Enquanto o governo celebra os avanços na infraestrutura, as desapropriações permanecem como o ponto mais sensível do projeto.

Segundo moradores das regiões afetadas, há pouca clareza sobre como serão realizados os reassentamentos.

Muitos temem perder não apenas suas casas, mas também suas comunidades, laços sociais e modos de vida.

Entidades sociais e lideranças locais têm pressionado o governo por mais transparência e garantias de que os reassentamentos serão realizados de forma justa e digna.

Até o momento, não há detalhes sobre os critérios que serão utilizados para compensar financeiramente as famílias afetadas, nem sobre os locais destinados ao reassentamento.

Qual o futuro para as famílias afetadas com as obras na BR-381?

A duplicação da BR-381 levanta uma questão central: como equilibrar progresso e justiça social? Embora os benefícios econômicos e logísticos sejam evidentes, o impacto humano não pode ser ignorado.

Será que o desenvolvimento vale o preço dessas desapropriações? Deixe sua opinião nos comentários e participe da discussão sobre este importante tema.

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Jovino Costa
Jovino Costa
28/01/2025 10:34

Mai uma obra inacabada!

Weslei
Weslei
27/01/2025 18:18

Reportagem tendenciosa de quem não conhece a realidade desse trecho da rodovia.

Rubens
Rubens
27/01/2025 16:38

Desde que conheço Bh vi com meus próprios olhos a invasão na só das margens da br como tá bem trecho entre pistas na chegada a capital com os olhos coniventes das autoridades que poderiam e deveriam impedir aquilo que estava acontecendo. No Buraco na chegada do Anel Rodoviário tem até prédio de vários andares. lógico que todos sabiam que um dia seriam retirados dali. Mas que bom. Receberiam idenizacoes milionárias da m da mamãe caixa do governo Federal.

Alisson Ficher

Jornalista formado desde 2017 e atuante na área desde 2015, com seis anos de experiência em revista impressa, agens por canais de TV aberta e mais de 12 mil publicações online. Especialista em política, empregos, economia, cursos, entre outros temas. Registro profissional: 0087134/SP. Se você tiver alguma dúvida, quiser reportar um erro ou sugerir uma pauta sobre os temas tratados no site, entre em contato pelo e-mail: [email protected]. Não aceitamos currículos!

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