Descubra os impactos da guerra no Sudão, a intervenção internacional e a luta pela sobrevivência do povo sudanês!
Neste 15 de abril de 2025, o Sudão completa dois anos mergulhado em uma das guerras mais brutais e negligenciadas da atualidade. Com mais de 61 mil mortos apenas entre Darfur e Cartum, o conflito armado não é apenas uma disputa local: trata-se de uma guerra estratégica financiada por potências externas, em especial os Emirados Árabes Unidos (EAU), que atuam nos bastidores como incentivadores e beneficiários de uma crise humanitária de proporções catastróficas.
A guerra no Sudão, alimentada por interesses geopolíticos e econômicos, se tornou símbolo de um genocídio silencioso diante da conivência internacional.
As Forças de Apoio Rápido (RSF, na sigla em inglês) avançaram sobre Cartum, retomando o palácio presidencial e pontos estratégicos na capital sudanesa. Mas por trás do confronto direto entre facções militares, uma rede de apoio externo mantém viva essa guerra.
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A maior disputa territorial do mundo pode afetar todo o equilíbrio geopolítico global
O governo do Sudão denunciou formalmente os Emirados Árabes Unidos na Corte Internacional de Justiça (CIJ), acusando-os de cumplicidade no genocídio do povo Masalit, etnia indígena da região de Darfur.
A acusação baseia-se na suposta entrega de armamentos e financiamento às milícias da RSF, que estariam usando fome, estupros e execuções em massa como armas de dominação. Segundo o Grupo de Pesquisa sobre o Sudão da Escola de Higiene e Medicina Tropical de Londres, até novembro de 2024, mais de 61 mil pessoas perderam a vida. Desde então, a situação só se agravou.
As mortes ocorrem tanto em confrontos diretos quanto como consequência de doenças evitáveis, escassez de alimentos e deslocamentos forçados.
O Sudão tornou-se um símbolo da guerra moderna alimentada por interesses imperialistas, na qual o sofrimento humano é moeda de troca por influência geopolítica. Os Emirados Árabes, que buscam se consolidar como potência regional na África, utilizam o território sudanês como um ponto estratégico.
Com vastas reservas de ouro, diamantes, terras férteis e o ao Mar Vermelho, o Sudão se transforma em peça-chave para os planos expansionistas de Abu Dhabi. Esse movimento segue a mesma lógica das alianças militares dos EUA com Israel no Oriente Médio, onde as monarquias do Golfo operam como intermediárias de interesses ocidentais.
A participação dos Emirados na guerra do Iêmen, ao lado da Arábia Saudita, já havia evidenciado essa postura: mais de 150 mil mortos em uma década, segundo estimativas oficiais. Um relatório da ONU em 2021 alertou que esse número pode ultraar 1,3 milhão até 2030, caso os conflitos continuem.
A tática é semelhante: cerco econômico, ataques sistemáticos e uso de alimentos como arma de guerra. No Sudão, essa estratégia é replicada com o aval do capital estrangeiro.
Silêncio seletivo e conivência global
Enquanto Gaza recebe uma cobertura tímida e politicamente moldada, o Sudão sequer figura entre os destaques da diplomacia internacional.
Em 2024, durante uma sessão especial da ONU dedicada às vítimas de genocídio, não houve menção alguma à crise humanitária sudanesa.
Essa ausência de reconhecimento revela o padrão de seletividade nas condenações internacionais, que raramente enfrentam os interesses das grandes potências ou de seus aliados ricos.
A guerra no Sudão, assim como o massacre em Gaza, está sendo conduzida com a complacência de instituições internacionais, que evitam confrontar os países envolvidos em nome de alianças comerciais, acordos de defesa e investimentos estratégicos.
A guerra como instrumento de saque
A presença dos Emirados Árabes Unidos no cenário sudanês é parte de uma estratégia de longa data. Empresas ligadas à monarquia exploram minas de ouro no país e mantêm contratos com mercenários e milícias locais.
A guerra transforma-se, assim, em um modelo de negócio altamente lucrativo, sob a fachada de estabilização regional.
Enquanto isso, milhões de sudaneses enfrentam fome, deslocamentos e a perda total de suas casas e familiares.
Organizações internacionais, grandes potências ocidentais e corporações multinacionais compartilham responsabilidade pela catástrofe ao ignorar os alertas sobre o agravamento da situação.
A guerra no Sudão não é apenas um embate armado — é uma operação de saque conduzida com precisão geopolítica.