Projeto Ferro Potiguar deve gerar 4.500 empregos no Rio Grande do Norte e iniciar exportações para o mercado europeu até 2027. Multinacional indiana planeja usar técnicas sustentáveis e evitar uso de barragens na operação. Primeiros aportes estão previstos já para 2025.
O Rio Grande do Norte está prestes a receber um dos maiores investimentos privados de sua história recente. O grupo indiano Fomento, com presença global nos setores de mineração e logística, anunciou um investimento de R$ 1,5 bilhão no projeto Ferro Potiguar, que promete transformar a região central do estado em um novo polo de extração de minério de ferro.
A operação vai abranger os municípios de Serra Caiada, Sítio Novo, Senador Elói de Souza e Lagoa de Velhos, onde serão implantadas estruturas para extração, beneficiamento e transporte do minério. A expectativa é que o escoamento da produção seja feito diretamente pelo Porto de Natal, com destino ao mercado europeu.
Mais de 4.500 empregos e R$ 317 milhões já em 2025 com exportação de minério de ferro
Segundo o plano apresentado pelo Grupo Fomento, os investimentos serão aplicados até 2027, com R$ 317 milhões já previstos para o ano de 2025, desde que sejam obtidas todas as licenças ambientais e operacionais. O projeto para exportação de minério de ferro tem potencial de gerar mais de 4.500 empregos diretos e indiretos entre as fases de implantação e operação.
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Os trabalhos iniciais devem envolver terraplenagem, estruturação de vias, instalações industriais, além da contratação de profissionais técnicos e operadores para atuar na área de mineração e transporte. A movimentação econômica esperada nos municípios envolvidos também deve atrair novos negócios e infraestrutura.
Mineração sem barragens e com foco em sustentabilidade
Diferente de modelos antigos que dependem de grandes reservatórios, o projeto Ferro Potiguar pretende adotar a técnica de empilhamento a seco, ou seja, todo o rejeito do beneficiamento será empilhado em áreas seguras, eliminando o risco associado às barragens de rejeitos.
Outro diferencial é o uso de águas não potáveis no processo industrial, o que garante a preservação dos recursos hídricos potáveis da região — um ponto sensível em estados do semiárido. A escolha por métodos sustentáveis reforça o compromisso da empresa com a responsabilidade ambiental e com a nova exigência do mercado internacional por operações limpas no setor de minério de ferro.
RN vive boom nas exportações e atrai mais investimentos
O anúncio do Grupo Fomento acontece em um momento positivo para a economia potiguar. Segundo levantamento da Federação das Indústrias do RN (FIERN), o estado registrou um crescimento de 42,6% nas exportações em 2024 em comparação com o ano anterior. O destaque ficou para o setor de energias renováveis, frutas e minerais.
Com o avanço do projeto Ferro Potiguar, o Rio Grande do Norte poderá se consolidar como uma nova rota de exportação de minério de ferro no Brasil, inclusive ocupando um espaço estratégico para atender ao mercado europeu com custos logísticos reduzidos.
Mineradora indiana aposta no Brasil como prioridade global para o setor de minério de ferro
O Grupo Fomento já atua em países como Índia, Moçambique e Indonésia. O Brasil, por sua riqueza mineral e ambiente favorável a novos negócios, ou a ser prioridade no portfólio da companhia, que quer expandir sua atuação na América Latina.
Em declarações recentes, representantes da empresa destacaram a estabilidade política e a proximidade geográfica com os principais portos da Europa como fatores-chave para a escolha do RN como base de operações no país.