GM lança plano de demissão voluntária com bônus generosos e benefícios exclusivos para funcionários da fábrica de São José dos Campos, enquanto busca equilibrar redução de pessoal e manutenção de empregos em um momento decisivo para a indústria automotiva nacional.
A General Motors (GM) lançou nesta sexta-feira (6) um novo plano de demissão voluntária (PDV) na fábrica de São José dos Campos, interior de São Paulo, com o objetivo claro de evitar uma demissão em massa e manter o equilíbrio na planta industrial.
O programa oferece benefícios expressivos, como bônus de até R$ 195 mil, um carro zero quilômetro modelo Onix e até 57 meses de convênio médico, dependendo do perfil do trabalhador que optar pelo desligamento voluntário.
Adesão ao PDV: maioria aprova, sindicato resiste
Conforme divulgado pelo Sindicato dos Metalúrgicos de São José dos Campos, o PDV estará disponível até a próxima quinta-feira (12), mas ainda não há uma estimativa oficial do número de adesões esperadas.
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A aprovação da iniciativa foi resultado de uma votação realizada na última quarta-feira (4), com um total de 2.371 votos depositados em urnas lacradas, garantindo o sigilo aos funcionários.
O resultado mostrou que 70% dos trabalhadores apoiaram a medida, enquanto 30% votaram contra, o que indica uma divisão significativa, mas com maioria favorável ao PDV.
Apesar da orientação inicial do sindicato para rejeitar a proposta da GM, a entidade declarou que respeita a vontade majoritária dos trabalhadores e se compromete a monitorar de perto as adesões, garantindo que sejam realmente voluntárias.
Benefícios do PDV: dinheiro, carro e convênio médico
Em nota ao g1, a GM reafirmou o compromisso com o diálogo aberto e transparente, destacando que o programa foi elaborado para “respeitar as pessoas e sustentar o futuro da operação”.
O PDV é dividido entre trabalhadores com e sem limitação laboral — ou seja, aqueles que possuem alguma lesão relacionada ao trabalho e os que não possuem.
Para os funcionários horistas da operação de manufatura sem limitação laboral, itidos antes de março de 2019, a proposta contempla:
- Pagamento de indenização equivalente a 40% do salário multiplicado pelos anos de trabalho, limitado a 55 anos de idade ou comprovação de aposentadoria iminente via aplicativo Meu INSS.
- Uma bonificação adicional de sete salários.
- Oferta de um Onix Hatch 1.0 motor aspirado, sem escolha de cor, ou R$ 85 mil em dinheiro.
- Dois anos de convênio médico, que pode ser convertido em R$ 48 mil em dinheiro.
Para ilustrar, um trabalhador de 40 anos, com salário médio de R$ 2.500, receberia aproximadamente R$ 40 mil apenas pela indenização, sem contar os bônus adicionais.
Incentivos para preservação de empregos temporários
Além disso, para cada trabalhador sem lesão que aderir ao PDV, a GM se compromete a efetivar um empregado que hoje possui contrato por prazo determinado, uma tentativa clara de preservar empregos na planta.
Se a meta de 520 adesões for atingida até 9 de junho de 2025, a GM abrirá um PDV também para os trabalhadores com limitação laboral, estendendo ainda a renovação dos contratos temporários por mais um ano.
No caso dos funcionários com limitação laboral, a oferta varia de acordo com a idade, e inclui bônus financeiros que podem chegar a R$ 195 mil, carros Onix Plus Premier e até 57 meses de cobertura do convênio médico.
Por exemplo, um trabalhador de 59 anos com lesão receberia:
- Indenização correspondente a 3,5 salários.
- Bônus de R$ 70 mil e um carro Onix Plus Premier, ou R$ 195 mil em dinheiro.
- Cobertura de convênio médico por 57 meses, que pode ser convertida em R$ 114 mil.
Essas condições visam não apenas reduzir o risco operacional da fábrica, mas também garantir a manutenção dos postos de trabalho a longo prazo e atrair novos projetos para o Complexo Industrial de São José dos Campos, segundo a GM.
O sindicato permanece firme na defesa dos direitos dos trabalhadores, buscando impedir demissões compulsórias e lutando por melhores condições para todos, incluindo a extensão da cláusula de estabilidade para acidentados.
Apesar das controvérsias e da divisão de opiniões, a GM aposta no PDV como uma ferramenta estratégica para ajustar seu quadro de funcionários sem causar impactos abruptos na força de trabalho.
Desafios do setor automotivo e futuro da planta da GM
A abertura desse novo plano ocorre em um momento delicado para a indústria automotiva no Brasil, que enfrenta desafios econômicos e mudanças no mercado, como a transição para veículos elétricos e a busca por maior competitividade.
Vale destacar que São José dos Campos é um polo importante para a GM no Brasil, sendo responsável pela produção de modelos de grande sucesso, como o Chevrolet Onix, um dos carros mais vendidos do país.
A empresa reforça que o plano não é apenas uma questão financeira, mas uma aposta no futuro sustentável da planta e na preservação dos empregos, buscando alternativas para que o complexo industrial permaneça competitivo.
Diante desse cenário, fica o questionamento: como você acredita que a indústria automotiva brasileira deve lidar com os ajustes de pessoal para garantir empregos e inovação ao mesmo tempo?