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Fenômeno raro causa apagão na Europa e compromete infraestrutura em Espanha e Portugal

Escrito por Rafaela Fabris
Publicado em 28/04/2025 às 18:04
Fenômeno raro causa apagão na Europa e compromete infraestrutura em Espanha e Portugal
Fenômeno raro causa apagão na Europa e compromete infraestrutura em Espanha e Portugal

Um apagão na Europa impactou Espanha e Portugal nesta segunda-feira (28), e a causa surpreendente foi uma vibração atmosférica rara, ligada a oscilações nas linhas de alta tensão.

Imagine estar em pleno meio-dia, sob um céu sem tempestades, e de repente tudo apagar: luzes, metrôs, aeroportos, telecomunicações, como se a Península Ibérica tivesse desligado da tomada. Foi exatamente isso que aconteceu com Espanha e Portugal durante o grande apagão na Europa, resultado de um fenômeno tão raro que parecia ter saído de um filme de ficção científica: a chamada vibração atmosférica induzida. Poucas horas bastaram para transformar duas nações modernas em verdadeiros labirintos sem energia.

A operadora elétrica de Portugal, REN (Redes Energéticas Nacionais), e a espanhola Red Electrica correram para entender e divulgar as causas da interrupção. Segundo os especialistas, oscilações anômalas em linhas de muito alta tensão, exacerbadas por variações extremas de temperatura, provocaram o fenômeno raro, desestabilizando a rede elétrica de ponta a ponta. A previsão inicial era de que a recuperação plena do sistema poderia levar até uma semana, dependendo das condições climáticas e do esforço coordenado das equipes técnicas.

O que aconteceu em Espanha e Portugal durante o apagão na Europa

O apagão na Europa começou de forma abrupta pouco depois das 12h30 em Madri e às 11h30 em Lisboa, afetando vastas regiões da Península Ibérica. Espanha e Portugal experimentaram quedas de energia generalizadas que, embora temporárias em algumas localidades, foram suficientes para paralisar sistemas críticos de transporte e serviços públicos. No País Basco, os cortes foram breves, mas em cidades maiores como Madri e Lisboa, a situação durou horas e deixou milhões de pessoas sem comunicação adequada e deslocamento seguro.

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As autoridades espanholas e portuguesas rapidamente ativaram planos de emergência, orientando a população a evitar deslocamentos e solicitando que ligações aos serviços de emergência fossem feitas apenas em casos extremos. Além disso, aeroportos importantes, como o Barajas, em Madri, e o Humberto Delgado, em Lisboa, sofreram atrasos em voos, enquanto o tráfego terrestre se tornou um verdadeiro caos pela ausência de funcionamento dos semáforos.

O que é vibração atmosférica induzida e por que ela causou o apagão

A vibração atmosférica induzida é um fenômeno extremamente raro que ocorre quando oscilações de baixa frequência (entre 0,1 e 10 Hz) afetam as linhas de transmissão de energia. Ao contrário do que se imagina, não são ventos fortes nem tempestades que provocam essa instabilidade, mas uma interação complexa entre o campo elétrico dos condutores e a ionização do ar causada por alta umidade ou imperfeições nos cabos. O resultado é uma vibração silenciosa, mas poderosa o suficiente para comprometer a estabilidade da rede elétrica.

Essas oscilações anômalas surgiram principalmente devido às temperaturas extremas registradas no interior da Espanha. De acordo com a MetSul Meteorologia, pequenas descargas elétricas se formaram, gerando ondas de pressão no ar que fizeram os cabos e componentes da rede “vibrarem” até o ponto de afetar a transmissão de energia em larga escala. Para especialistas, a raridade do fenômeno está justamente no fato de ele não depender de forças atmosféricas mecânicas diretas, como vento ou chuva, mas de um alinhamento inusitado de condições elétricas e climáticas.

Impactos do apagão na Europa em transportes e serviços essenciais

A queda abrupta de energia causou um verdadeiro efeito dominó em Espanha e Portugal. Serviços ferroviários foram suspensos em ambas as capitais, com a Renfe, operadora espanhola, e o Metro de Lisboa informando paradas totais nas linhas urbanas. Semáforos apagados aumentaram o risco de acidentes de trânsito, e as autoridades rodoviárias pediram cautela redobrada aos motoristas.

As telecomunicações também sofreram: chamadas telefônicas enfrentaram instabilidade generalizada e aplicativos de mensagem, como WhatsApp, operaram com lentidão. Em muitos locais, caixas eletrônicos e sistemas de pagamento por cartão ficaram fora do ar, obrigando o comércio a suspender temporariamente suas operações. O apagão na Europa revelou a fragilidade dos sistemas urbanos frente a fenômenos climáticos inesperados, que escapam das previsões tradicionais de risco.

Restauração da energia: previsão e recomendações oficiais

A Red Electrica, principal operadora de transmissão da Espanha, anunciou que o restabelecimento da energia para todos os clientes poderia levar de seis a dez horas nas áreas menos afetadas. Já a REN, em Portugal, alertou que o processo de normalização completa da rede poderia demorar até uma semana, dependendo das condições das linhas de muito alta tensão (400 kV). Ambas as companhias afirmaram estar empregando todos os recursos técnicos disponíveis para acelerar a recuperação.

Enquanto isso, os governos orientaram que a população limite os deslocamentos, especialmente em áreas urbanas onde semáforos continuam apagados. A polícia portuguesa pediu aos motoristas para evitarem viagens desnecessárias e manterem atenção especial ao atravessar cruzamentos sem sinalização ativa. As companhias aéreas, como a TAP Air, solicitaram que ageiros não se dirigissem aos aeroportos sem confirmação prévia dos voos, a fim de evitar congestionamentos e transtornos ainda maiores.

Um fenômeno raro que deixou a Europa em alerta

O apagão na Europa causado pela vibração atmosférica induzida serviu como um alerta para a vulnerabilidade das infraestruturas energéticas modernas a fenômenos ainda pouco compreendidos. Espanha e Portugal foram surpreendidos por um cenário inusitado: ausência de tempestades severas, mas com consequências tão graves quanto um furacão, devido apenas a flutuações elétricas invisíveis a olho nu.

Embora a energia esteja sendo restaurada progressivamente, especialistas já discutem a necessidade de novas estratégias de proteção da rede elétrica contra eventos climáticos extremos e variações inesperadas de temperatura. A rareza do fenômeno não diminui a urgência em repensar os sistemas de transmissão para torná-los mais resilientes. Afinal, como este episódio demonstrou, basta uma pequena vibração invisível para mergulhar países inteiros no escuro literalmente.

Fonte: CNN

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Rafaela Fabris

Fala sobre inovação, energia renováveis, petróleo e gás. Com mais de 1.200 artigos publicados no G, atualiza diariamente sobre oportunidades no mercado de trabalho brasileiro. Sugestão de pauta: [email protected]

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