Entenda a disputa entre ExxonMobil e Chevron
A ExxonMobil e Chevron estão em uma disputa jurídica de alto nível por 30% no campo petrolífero de Stabroek, na Guiana. Com reservas estimadas em 11 bilhões de barris, o campo representa um potencial de US$1 trilhão em receitas. A arbitragem, iniciada em 26 de maio de 2025 em Londres, pode redefinir o futuro da exploração petrolífera na região.
Disputa por direitos de preferência no campo de Stabroek
A controvérsia surgiu após a Chevron anunciar, em setembro de 2023, a aquisição da Hess Corporation por US$53 bilhões. A Hess detém 30% do campo de Stabroek, enquanto a ExxonMobil possui 45% e a chinesa CNOOC, 25%. A ExxonMobil alega ter direito de preferência para adquirir a participação da Hess, conforme acordos prévios entre as empresas. A CNOOC também reivindica esse direito. A Chevron argumenta que o direito de preferência não se aplica a aquisições corporativas, mas apenas à venda direta de ativos. A ExxonMobil contesta essa interpretação, levando a disputa para arbitragem na Câmara de Comércio Internacional. O resultado, esperado para o terceiro trimestre de 2025, pode influenciar futuros acordos de t venture no setor.
Importância estratégica do campo
Desde 2015, o campo de Stabroek tem sido uma das descobertas mais significativas da indústria petrolífera. Com produção iniciada em 2019, já foram extraídos mais de 500 milhões de barris até novembro de 2024. A expectativa é que a produção alcance 1,3 milhão de barris por dia até 2027. A ExxonMobil, líder do consórcio, considera o campo essencial para manter sua posição no mercado. A Chevron vê na aquisição da Hess uma oportunidade de reforçar suas reservas, que caíram para 9,8 bilhões de barris em 2024, o menor nível em mais de uma década.
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Impactos na exploração petrolífera brasileira
A disputa entre as gigantes americanas também repercute no Brasil. A Margem Equatorial brasileira, que se estende do Amapá ao Rio Grande do Norte, é considerada uma das fronteiras mais promissoras para exploração de petróleo. O sucesso da Guiana na exploração de Stabroek aumenta a pressão sobre o Ibama para liberar licenças de exploração na região brasileira. A Petrobras já manifestou interesse em explorar a Margem Equatorial, destacando o potencial econômico e estratégico da região. A decisão do Ibama será crucial para o futuro da exploração petrolífera no Brasil.
Perspectivas para o setor energético global
A arbitragem entre ExxonMobil e Chevron é observada de perto por investidores e analistas, pois pode estabelecer precedentes para acordos de t venture e direitos de preferência no setor. Além disso, a disputa destaca a importância crescente da Guiana no cenário energético global. A resolução do caso, portanto, impactará diretamente as estratégias de expansão das empresas envolvidas. Além disso, influenciará, de modo decisivo, a dinâmica do mercado petrolífero internacional. Enquanto isso, a Guiana continua a consolidar sua posição como um dos principais produtores emergentes de petróleo.