Descubra o que é exploração onshore, como ela surgiu, sua importância histórica e como funciona atualmente essa prática fundamental para o setor de petróleo e gás.
A exploração onshore representa uma das práticas mais antigas e importantes da indústria de petróleo e gás, fundamental para o desenvolvimento energético mundial.
Ao longo dos séculos, essa atividade evoluiu em tecnologia, métodos e impacto, mas manteve seu papel essencial na obtenção de recursos naturais.
Segundo o Departamento de Energia dos Estados Unidos (U.S. Department of Energy – DOE), a exploração onshore ainda representa cerca de 60% da produção total de hidrocarbonetos no país em 2022.
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Destacando sua relevância contínua no cenário energético global. Assim, neste guia, você vai entender o que é a exploração onshore, como surgiu, seu funcionamento atual e por que permanece tão importante.
O que é exploração onshore?
Primeiramente, a exploração onshore é a busca por petróleo e gás natural realizada em terra firme.
O termo “onshore” vem do inglês e significa “em terra”, em oposição à exploração offshore, feita em alto-mar.
Nesse processo, equipes técnicas perfuram o solo em áreas com potencial geológico para conter petróleo ou gás.
Esse potencial é identificado por meio de estudos sísmicos, análises das formações rochosas e levantamentos geográficos.
De acordo com a Agência Internacional de Energia (International Energy Agency – IEA), desde os anos 1970, os avanços nos métodos geológicos e geofísicos tornaram a exploração onshore muito mais precisa e eficiente.
Além disso, a exploração em terra abrange ambientes diversos, como desertos, planícies, florestas e até zonas próximas a centros urbanos.
Essa variedade de ambientes traz vantagens logísticas e redução de custos em relação à exploração offshore. Por exemplo, o o mais fácil a equipamentos e pessoal acelera a mobilização das operações.
Além disso, o processo de exploração onshore permite rápida adaptação às condições do terreno, possibilitando o desenvolvimento ágil de novos campos.
A origem histórica da exploração
A exploração onshore tem raízes muito antigas. Desde a antiguidade, povos como os babilônios, os chineses e os egípcios já utilizavam o petróleo que surgia espontaneamente na superfície da terra.
Eles usavam esse recurso para impermeabilizar barcos, iluminar ambientes e até para fins medicinais.
Segundo o Museu Nacional do Petróleo dos Estados Unidos (National Museum of American History – Smithsonian), o marco histórico da exploração moderna ocorreu em 1859, quando Edwin Drake perfurou o primeiro poço comercial de petróleo na Pensilvânia.
Esse evento inaugurou a indústria petrolífera moderna, transformando a exploração onshore em uma atividade industrial sistematizada.
Após essa descoberta, a exploração onshore rapidamente se espalhou. Países como a Rússia, o Irã, o México e o Brasil começaram a investir em pesquisas para identificar seus próprios reservatórios terrestres.
No Brasil, de acordo com a Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), o primeiro poço comercial foi perfurado em 1939, na Bacia de Lobato, Bahia.
Este fato marcou o início da indústria petrolífera nacional e o fortalecimento da exploração onshore no país.
O crescimento da exploração onshore acompanhou o ritmo da Revolução Industrial, que aumentou a demanda por petróleo como fonte de energia e matéria-prima.
Assim, a exploração em terra sustentou grande parte da industrialização mundial durante o século XX, segundo o relatório histórico do International Petroleum Technology Conference (IPTC).
Como funciona a exploração?
O processo de exploração onshore envolve várias etapas, começando pelo estudo preliminar da área até a extração propriamente dita.
Primeiro, geólogos e geofísicos realizam levantamentos detalhados para identificar áreas promissoras. Utilizam dados sísmicos, amostras de rochas e outros indicadores para localizar possíveis reservas.
Quando identificam um local adequado, iniciam a perfuração exploratória. Conforme explica a Petrobras, empresa estatal brasileira, essa etapa tem o objetivo de confirmar a presença e a qualidade do petróleo ou gás.
Se confirmada, a próxima fase é o desenvolvimento do campo, com instalação de equipamentos permanentes para produção.
Conforme descrito no site da Petrobras, essa fase pode durar meses ou anos, e a produção pode se estender por décadas.
Durante esse período, equipamentos especializados monitoram a pressão, a vazão e a qualidade do óleo ou gás extraído.
A tecnologia atual, segundo a Agência Nacional do Petróleo (ANP), permite o controle remoto e a automação dos processos, otimizando a produção e reduzindo riscos.
Além disso, testes contínuos garantem a segurança operacional e a minimização dos impactos ambientais.
Exploração onshore x offshore: principais diferenças
Apesar de terem o mesmo objetivo – extrair petróleo e gás – a exploração onshore e offshore apresentam diferenças importantes.
A principal delas é a localização: a exploração onshore acontece em terra firme, enquanto a offshore ocorre em águas profundas ou rasas no mar.
De acordo com a International Association of Oil & Gas Producers (IOGP), a exploração offshore envolve plataformas complexas, helicópteros e navios de apoio, o que eleva custos e riscos operacionais.
Por outro lado, a exploração onshore oferece maior facilidade logística, reduzindo custos e acelerando a mobilização das operações.
Além disso, os campos onshore geralmente ficam em áreas geologicamente mais íveis. Isso facilita o uso de tecnologias e o gerenciamento dos campos.
Como aponta a IEA em seu relatório de 2023, a participação da exploração onshore na produção global ainda é expressiva, mantendo um papel estratégico na cadeia produtiva.
A importância e os desafios atuais da exploração onshore
Mesmo com o avanço das energias renováveis e o crescimento da exploração offshore, a exploração onshore mantém papel estratégico na produção mundial.
Segundo o relatório anual da Agência Internacional de Energia (IEA), a exploração onshore representa cerca de 70% da produção mundial de petróleo terrestre, evidenciando sua importância econômica e social.
Além disso, essa atividade gera empregos, movimenta economias regionais e atrai investimentos significativos, conforme dados do Banco Mundial.
Por outro lado, a exploração onshore enfrenta desafios ambientais importantes. O uso do solo, risco de vazamentos, consumo de água e descarte de resíduos exigem controle rigoroso.
Nos últimos anos, empresas do setor adotaram práticas sustentáveis. Por exemplo, o uso de tecnologias para redução de emissões, reaproveitamento da água e recuperação ambiental.
A legislação ambiental tem papel fundamental nesse contexto. No Brasil, a ANP e o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (IBAMA) fiscalizam e regulam a exploração, exigindo licenciamento ambiental rigoroso.
Também cresce a importância do diálogo com comunidades locais, buscando respeitar direitos e promover o desenvolvimento social.
A exploração onshore é muito mais que uma atividade técnica: ela tem uma história rica, permanece fundamental para a economia mundial e se reinventa para atender às demandas atuais de sustentabilidade.