Royalties da exploração de petróleo, xisto e gás natural geram crescimento recorde no Paraná em 2024. Saiba quais municípios mais arrecadaram e como os recursos impactam o desenvolvimento regional.
A arrecadação com royalties da exploração de petróleo, gás natural e xisto atingiu níveis históricos no Paraná em 2024, com um total de R$ 172,4 milhões. Esse número representa um crescimento surpreendente de 106,7% em comparação com o ano anterior.
Segundo dados do Informe Mineral 02/2025, do Instituto Água e Terra (IAT), o avanço na arrecadação está diretamente ligado à intensificação das atividades de exploração de petróleo, xisto e gás natural em diversas regiões do estado.
Enquanto em 2023 o valor arrecadado era de R$ 83,42 milhões, o número praticamente dobrou em 2024, totalizando R$ 172,4 milhões.
-
Benefícios do Petróleo e Gás: O guia essencial que você precisa conhecer
-
Guia Definitivo sobre os custos de petróleo e gás para iniciantes e profissionais
-
Engeman assina novo contrato com a Petrobras para serviços na Refinaria Presidente Bernardes. Acordo de R$ 60 milhões prevê operação, manutenção e logística por cinco anos
-
Como dominar a regulação de petróleo e gás: Um guia detalhado
Araucária lidera arrecadação de royalties com petróleo
Grande parte dos royalties ficou concentrada em cinco municípios produtores, que juntos somaram mais de R$ 104,8 milhões (60,8% do total).
Veja o ranking:
- Araucária: R$ 75,4 milhões — destaque por sua infraestrutura voltada à indústria do petróleo
- São Mateus do Sul: R$ 19,2 milhões — graças à exploração de xisto, mineral típico da região
- Guaratuba: R$ 7,1 milhões — ligada à logística da cadeia petrolífera
- Campo Largo: R$ 2,33 milhões — também por estruturas de apoio
- Pitanga: R$ 653 mil — pelo potencial de gás natural
Governo do Paraná ficou com quase 40% da receita dos royalties da exploração de petróleo, xisto e gás natural
O restante dos recursos, R$ 67,59 milhões (39,2%), foi destinado aos cofres do Governo do Estado do Paraná.
Esse montante contribui diretamente para políticas públicas ligadas ao desenvolvimento sustentável, fiscalização ambiental e infraestrutura, reforçando o papel estratégico dos royalties na economia estadual.
Mineração no Paraná também bate recorde com CFEM
Além do crescimento na arrecadação de royalties da exploração de petróleo, xisto e gás natural, a Compensação Financeira pela Exploração Mineral (CFEM) também teve alta significativa no estado.
Em 2024, foram arrecadados R$ 36,35 milhões, representando um aumento de 17,7% em relação ao valor de 2023 (R$ 30,88 milhões).
A taxa de crescimento no Paraná superou a média nacional da CFEM, que foi de 8,4%, e envolveu 193 municípios, 535 empresas e 1.258 títulos minerários concedidos pela Agência Nacional de Mineração (ANM).
Seis cidades concentram quase metade da CFEM no estado
Seis municípios responderam por 46% da arrecadação total da CFEM no Paraná. Rio Branco do Sul liderou, com R$ 6,34 milhões (17,5%), seguida por:
- Campo Largo — R$ 3,98 milhões (11%)
- Almirante Tamandaré — R$ 2,28 milhões (6,3%)
- Adrianópolis — R$ 1,48 milhão (4,1%)
- São José dos Pinhais — R$ 1,32 milhão (3,6%)
- Cerro Azul — R$ 1,3 milhão (3,6%)
A divisão da CFEM segue regras nacionais: 60% vão para os municípios produtores, 15% para os impactados, 15% para o governo estadual e 10% para órgãos federais como o Ibama e o FNDCT.
Quais minerais estão sendo mais explorados no Paraná?
A mineração no Paraná tem como carro-chefe a areia (41,6%) e as rochas para brita e revestimento (19,6%), usadas principalmente na construção civil.
Outros recursos em destaque:
- Argilas (11,8%) — para cerâmica vermelha (tijolos e telhas)
- Rochas carbonáticas (10,8%) — base para cal, cimento e corretivo agrícola
- Minerais como fluorita, carvão mineral, saibro, cascalho, filito, talco, pirofilita e feldspato também aparecem com usos variados nas indústrias química, metalúrgica e de cerâmica branca.
Aquífero Karst: mineração avança sobre área estratégica
A exploração mineral sobre o Aquífero Karst, importante reserva de água subterrânea da Região Metropolitana de Curitiba, também foi destacada no relatório.
Em 2023, a extração na região permitiu a produção de 7,86 milhões de toneladas de corretivo agrícola, além de viabilizar a retirada de 19,8 milhões de metros cúbicos de água subterrânea pela Sanepar.
Municípios como Almirante Tamandaré, Colombo, Rio Branco do Sul e Itaperuçu concentram essa atividade, o que acende o alerta sobre a necessidade de equilíbrio entre desenvolvimento econômico e preservação ambiental.
Desenvolvimento e sustentabilidade
O forte crescimento na arrecadação de royalties da exploração de petróleo, gás natural e xisto, somado ao avanço da mineração, representa uma grande oportunidade para o Paraná consolidar políticas de desenvolvimento regional.
No entanto, especialistas alertam para a importância de investir os recursos de forma sustentável e transparente, garantindo benefícios sociais e ambientais duradouros para a população.
Com infraestrutura consolidada e reservas relevantes, o estado segue como protagonista na produção de energia e minérios, mas o futuro dependerá da gestão responsável dos royalties e da conciliação entre economia e meio ambiente.
Com informações do Governo do Paraná.