Pesquisadores dos EUA demonstram em laboratório que é possível gerar corrente elétrica a partir da rotação da Terra. Experimento utilizou cilindro de ferrite e acendeu debate entre físicos.
Uma equipe formada por pesquisadores das universidades de Princeton e Califórnia, em parceria com a empresa Spectral Sensor Solutions, acaba de comprovar que a rotação da Terra pode sim gerar eletricidade. O estudo, publicado em março de 2025 na revista Physical Review Research, é considerado um avanço inédito no campo da física aplicada e propõe uma nova forma — ainda embrionária — de geração energética.
A pesquisa demonstrou que a interação entre o campo magnético terrestre e a rotação do planeta pode induzir uma corrente elétrica, desde que certos materiais com propriedades magnéticas específicas sejam usados. A descoberta levanta novas possibilidades para fontes alternativas de energia limpa, embora o desafio de escalar a tecnologia ainda seja enorme.
O experimento: ferrite, rotação da Terra e microvoltagem
Segundo o portal Olhar Digital, os cientistas construíram um cilindro oco de ferrite de manganês-zinco (MnZn), com aproximadamente 30 cm de comprimento. O material foi colocado em um e estacionário, e, à medida que o planeta girava, ele interagia com o campo magnético da Terra. O resultado: uma voltagem de cerca de 17 microvolts foi detectada — sinal fraco, mas suficiente para confirmar o fenômeno físico.
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De acordo com o estudo, o campo magnético induz um movimento dos elétrons no material magnetoelétrico, gerando a corrente. A medição foi realizada com precisão extrema, levando em conta todas as possíveis interferências externas.
Uma ideia antiga que começa a sair do papel
A proposta de gerar eletricidade a partir da rotação da Terra já foi discutida em teses e simulações teóricas ao longo das últimas décadas. No entanto, nenhum experimento havia conseguido comprovar essa hipótese de forma prática até agora.
A revista Nature destacou que o estudo se apoia em materiais com propriedades topológicas e magnéticas bem específicas, que são capazes de reagir à rotação da Terra sem necessitar de um sistema mecânico externo. Essa abordagem abre caminho para tecnologias futuras mais compactas e eficientes — ao menos em teoria.
Cientistas divididos: energia promissora ou limitação prática?
Apesar do entusiasmo gerado pelo experimento, a comunidade científica ainda está dividida. O físico Daniel Cole, da Universidade de Boston, disse à Nature que a descoberta “é fascinante do ponto de vista conceitual, mas a aplicação prática pode levar décadas”. Ele aponta que 17 microvolts representam uma fração insignificante para uso real, sendo necessário um avanço substancial para tornar o sistema viável.
Já outros especialistas, como a pesquisadora Julia Hsu, da Universidade de Stanford, enxergam o estudo da rotação da Terra como uma porta de entrada para novos métodos de captação energética iva, principalmente em ambientes extremos ou com difícil o à infraestrutura elétrica tradicional.