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País com menos de 2,5 milhões de habitantes desenvolve ar-condicionado que não usa gases e pode reduzir 10% do consumo global de energia

Escrito por Fabio Lucas Carvalho
Publicado em 09/06/2025 às 11:35
ar-condicionado

Pequeno país cria sistema de resfriamento com ligas metálicas que elimina gases tóxicos e pode transformar o mercado global.

Em um pequeno país com menos de 2,5 milhões de habitantes, uma inovação pode mudar globalmente a forma como refrigeramos casas, escritórios e até geladeiras.

A Eslovênia, conhecida por suas paisagens, está agora na frente de uma revolução tecnológica que pode reduzir a pegada de carbono mundial.

Eslovênia apresenta tecnologia de resfriamento verde

Pesquisadores eslovenos revelaram recentemente um novo tipo de ar-condicionado que não depende de gases prejudiciais para resfriar o ar.

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O sistema utiliza ligas de níquel-titânio, materiais com capacidade única de gerar resfriamento por deformação mecânica.

Esse sistema faz parte da iniciativa europeia chamada SUPERCOOL e representa um afastamento radical dos métodos usados há mais de um século.

Atualmente, os sistemas tradicionais utilizam gases que evaporam ou se liquefazem para gerar frio. Esses métodos, porém, contribuem de forma significativa para as emissões de gases de efeito estufa.

A inovação elimina completamente esse problema. Com um material sólido que não libera gases nocivos, a solução oferece uma alternativa muito mais limpa para o resfriamento, com potencial de grande impacto ambiental.

Princípio elastocalórico: simples, mas revolucionário

Embora pareça simples, o sistema pode transformar completamente o mercado de resfriamento, tanto residencial quanto industrial.

O princípio central da nova tecnologia é o elastocalórico. Nesse fenômeno, metais como a liga de níquel-titânio esfriam quando deformados mecanicamente.

Diferente dos sistemas atuais, que dependem da mudança de estado da matéria — de líquido para gás e vice-versa —, essa nova tecnologia exige apenas deformação mecânica para gerar frio.

Esse processo é não só eficiente, mas também ecologicamente correto. Sem gases tóxicos ou fluidos nocivos, elimina riscos de vazamentos prejudiciais ao meio ambiente.

Ainda em fase de protótipo, a tecnologia atinge atualmente uma eficiência de 15%. Sistemas convencionais operam com eficiência entre 20% e 30%.

No entanto, considerando que os compressores tradicionais tiveram mais de um século de desenvolvimento, os pesquisadores acreditam que, em até dez anos, o novo sistema poderá competir com força no mercado global.

Aliança europeia busca levar a tecnologia ao mercado

O projeto, batizado de E-CO-HEAT, tem como meta colocar essa tecnologia no mercado global até 2026. Pesquisadores já firmaram parcerias com empresas na Irlanda e universidades na Alemanha e na Itália para desenvolver um protótipo funcional chamado SMACool.

O potencial da tecnologia ultraa os limites dos laboratórios. Segundo a Agência Internacional de Energia (AIE), o ar-condicionado representa atualmente cerca de 10% do consumo mundial de eletricidade.

Com o avanço das mudanças climáticas e o aumento das temperaturas, espera-se que essa porcentagem cresça rapidamente, principalmente em países em desenvolvimento, onde a demanda por resfriamento cresce de forma acelerada.

A introdução do sistema esloveno pode ser um o importante para conter esse avanço no consumo energético.

Uma resposta sustentável à crescente demanda por ar-condicionado

A expectativa é de que o número de aparelhos de ar-condicionado triplique até 2050, especialmente em regiões como Ásia, África e América do Sul. Se as tecnologias atuais continuarem dominando o mercado, o impacto ambiental pode ser severo.

A inovação eslovena, porém, surge como uma solução mais limpa e sustentável, capaz de atender à crescente demanda sem comprometer o futuro do planeta.

A tecnologia oferece uma alternativa silenciosa, modular e altamente eficiente, com aplicações em diversos ambientes: desde residências até data centers, veículos elétricos e refrigeradores domésticos.

As possibilidades de uso são amplas e, caso o projeto alcance sucesso, a inovação poderá se tornar um marco no combate às emissões e no enfrentamento das mudanças climáticas.

União Europeia aposta em aquecimento e resfriamento limpos

A Comissão Europeia acompanha de perto o desenvolvimento da tecnologia. Dentro da Estratégia de Aquecimento e Refrigeração da União Europeia, parte essencial do Pacto Ecológico Europeu, o bloco se comprometeu a apoiar pesquisas em tecnologias que diminuam o impacto ambiental dos sistemas de resfriamento.

O sistema desenvolvido na Eslovênia pode se tornar uma peça chave para ajudar o continente a atingir suas metas climáticas. Com o mercado global de refrigeração estimado para superar € 1 trilhão até 2035, tanto os riscos econômicos quanto os ambientais são enormes.

Os próximos anos serão decisivos para saber se essa tecnologia conseguirá superar os desafios da produção em larga escala e da adoção em diferentes setores.

Pequeno país, grande avanço tecnológico

A Eslovênia, apesar de sua população modesta, pode estar no centro de uma mudança tecnológica global no setor de resfriamento.

A proposta apresentada pelos pesquisadores eslovenos mostra como inovações podem surgir de países pequenos e impactar mercados internacionais.

Se conseguir se estabelecer, essa tecnologia poderá ser fundamental em um momento em que o mundo busca alternativas urgentes para conter o avanço do aquecimento global.

O sistema esloveno, ao não utilizar gases nocivos e ao depender de um processo mecânico simples, pode oferecer o equilíbrio entre eficiência e sustentabilidade, algo que as soluções atuais ainda não alcançaram de forma plena.

O avanço tecnológico desenvolvido na Eslovênia, baseado no princípio elastocalórico, propõe uma nova forma de encarar o resfriamento.

Sem depender de gases, com menor impacto ambiental e com potencial de escalabilidade global, a inovação surge em um cenário em que o planeta busca urgentemente por soluções mais limpas.

A trajetória dessa tecnologia, desde os laboratórios eslovenos até o possível uso em residências, indústrias e veículos em todo o mundo, ainda dependerá dos próximos os de desenvolvimento, parcerias e investimentos.

Se bem-sucedida, a Eslovênia poderá consolidar sua posição como referência mundial em tecnologia limpa de resfriamento.

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Fabio Lucas Carvalho

Jornalista especializado em uma ampla variedade de temas, como carros, tecnologia, política, indústria naval, geopolítica, energia renovável e economia. Atuo desde 2015 com publicações de destaque em grandes portais de notícias. Minha formação em Gestão em Tecnologia da Informação pela Faculdade de Petrolina (Facape) agrega uma perspectiva técnica única às minhas análises e reportagens. Com mais de 10 mil artigos publicados em veículos de renome, busco sempre trazer informações detalhadas e percepções relevantes para o leitor. Para sugestões de pauta ou qualquer dúvida, entre em contato pelo e-mail [email protected].

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