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Estas são as famosas ‘terras raras’ e os minerais essenciais da Ucrânia que Trump tanto deseja

Escrito por Fabio Lucas Carvalho
Publicado em 26/02/2025 às 16:10
terras raras
Donald Trump quer explorar os depósitos de terras raras da Ucrânia. Grok
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Terras raras e minerais essenciais da Ucrânia atraem a atenção de Donald Trump, destacando a relevância estratégica desses recursos para a indústria e tecnologia mundial.

A Ucrânia e Estados Unidos estão muito próximos de concluir um acordo que permitirá aos Estados Unidos o aos vastos depósitos de terras raras da Ucrânia. Esses minerais são fundamentais para tecnologias emergentes e desempenham um papel crucial na indústria de veículos elétricos, por serem usados na produção de motores e componentes essenciais.

Conforme a vice-primeira-ministra ucraniana para a Integração Europeia e Euro-Atlântica, Olga Stefanishyna, as negociações foram construtivas e praticamente todos os detalhes importantes foram acertados.

A liderança ucraniana afirmou que ambas as partes estão comprometidas em finalizar rapidamente o acordo para que ele seja assinado o quanto antes. Apesar do progresso, ainda não está claro se Kyiv terá benefícios diretos com a formalização desse pacto.

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A importância das terras raras

As chamadas terras raras englobam 17 elementos químicos, incluindo neodímio, lantânio e cério. Eles não são “raros” devido à escassez, mas porque raramente são encontrados em estado puro.

A extração desses elementos é complexa, pois geralmente vêm misturados com substâncias radioativas, exigindo o uso de produtos químicos tóxicos em sua separação. Esse processo encarece e dificulta sua exploração.

A União Europeia reconhece que a Ucrânia possui 21 das 30 substâncias consideradas críticas para a transição energética.

Esses minerais são essenciais para tecnologias limpas e veículos elétricos. Dados do serviço de notícias da ONU, divulgados em 2022, indicam que as reservas ucranianas desses 21 elementos representam cerca de 5% das reservas mundiais, mesmo ocupando apenas 0,4% da superfície terrestre.

Localização estratégica e desafios

A maioria das reservas ucranianas está situada ao sul do Escudo Cristalino Ucraniano, principalmente sob o Mar de Azov. No entanto, muitos desses territórios estão sob ocupação russa, o que adiciona um componente geopolítico ao cenário.

Áreas promissoras como Buzh Central e regiões em Kiev, Vinnytsia e Zhytomyr também possuem potencial econômico em estudo.

Adam Webb, especialista em matérias-primas para baterias da Benchmark Mineral Intelligence, alerta que, apesar da identificação de centenas de potenciais locais geológicos, ainda são necessários esforços significativos para comprovar a viabilidade econômica desses depósitos.

Outro desafio está relacionado à concentração de aproximadamente 70% de outros recursos minerais importantes nas regiões de Donetsk, Dnipropetrovsk e Luhansk, atualmente sob ocupação russa. Esses minerais, incluindo o lítio, são vitais para a indústria de veículos elétricos e o desenvolvimento de energia limpa.

Mais do que terras raras: o papel do lítio e outros minerais

Além das terras raras, a Ucrânia abriga importantes reservas de lítio, cobalto, escândio, grafite, tântalo e nióbio. Esses minerais são fundamentais para a fabricação de baterias e motores que impulsionam a mobilidade elétrica e sustentável.

Em 2022, a vice-ministra de Proteção Ambiental e Recursos Naturais da Ucrânia, Svetlana Grinchuk, destacou que o país possui cerca de 500.000 toneladas de lítio, segundo a Academia Nacional de Ciências da Ucrânia. Os depósitos mais relevantes estão localizados em Shevchenkivske (Donetsk) e Kruta Balka (Zaporiyia), ambos em áreas de conflito.

Grinchuk também destacou que futuras colaborações para a limpeza de terras ucranianas facilitarão o o a essas matérias-primas, o que pode beneficiar não só a Ucrânia, mas também seus parceiros internacionais.

O interesse dos EUA e a relação com a China

O interesse dos Estados Unidos, especialmente sob o governo de Donald Trump, em assegurar o o aos minerais ucranianos, está diretamente relacionado à tentativa de reduzir a dependência da China. Atualmente, a China domina o mercado global, controlando entre 60% e 70% da produção de terras raras e quase 90% da capacidade de processamento.

Essa dependência preocupa os EUA, que veem riscos para sua segurança nacional e estabilidade econômica, já que esses minerais são essenciais para o desenvolvimento de tecnologias avançadas e aplicações militares.

A busca por fontes alternativas, como as reservas ucranianas, surge como uma estratégia para mitigar essas vulnerabilidades.

Crescimento da demanda e impacto global

A demanda global por materiais essenciais, como grafite, níquel, cobre, cobalto e lítio, está aumentando rapidamente. A Organização Meteorológica Mundial (OMM) prevê que o investimento em energia renovável precisará triplicar até 2050 para atingir emissões líquidas zero.

Além disso, um de especialistas convocado por António Guterres em 2024 alertou que a transição para tecnologias limpas triplicará a necessidade desses recursos até 2030. Nas próximas duas décadas, a demanda por cobre e terras raras deve crescer mais de 40%, enquanto a demanda por níquel e cobalto pode aumentar em até 70%. A necessidade de lítio, por sua vez, pode subir em quase 90%.

Esses dados ressaltam a importância estratégica da Ucrânia na oferta de materiais essenciais para a produção de veículos elétricos e na promoção de uma matriz energética mais sustentável.

Fechamento estratégico

O acordo entre Kiev e Washington, caso formalizado, poderá reposicionar a Ucrânia como um dos principais fornecedores de minerais essenciais para tecnologias verdes.

Entretanto, as incertezas sobre os benefícios diretos para Kyiv e os desafios geopolíticos nas regiões de exploração permanecem pontos de atenção.

Se concretizado, o o dos EUA aos minerais ucranianos não apenas diminuirá sua dependência da China, mas também terá um impacto relevante no futuro da mobilidade elétrica e na consolidação de uma economia global mais limpa e sustentável.

A relevância desses recursos no cenário internacional, especialmente no contexto da transição energética, coloca a Ucrânia em uma posição estratégica para os próximos anos.

Com informações de hibridosyelectricos.

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Fabio Lucas Carvalho

Jornalista especializado em uma ampla variedade de temas, como carros, tecnologia, política, indústria naval, geopolítica, energia renovável e economia. Atuo desde 2015 com publicações de destaque em grandes portais de notícias. Minha formação em Gestão em Tecnologia da Informação pela Faculdade de Petrolina (Facape) agrega uma perspectiva técnica única às minhas análises e reportagens. Com mais de 10 mil artigos publicados em veículos de renome, busco sempre trazer informações detalhadas e percepções relevantes para o leitor. Para sugestões de pauta ou qualquer dúvida, entre em contato pelo e-mail [email protected].

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