Os Estados Unidos estão investindo em uma nova geração de bombas nucleares e trabalham no desenvolvimento de uma bomba com capacidade destrutiva 24 vezes maior do que a de Hiroshima
A produção da nova bomba nuclear dos Estados Unidos, a B61-13, foi antecipada em sete meses. A medida ocorre em meio a crescentes tensões internacionais e preocupações com a possibilidade de um conflito armado global.
A bomba nuclear, classificada como uma “bomba de gravidade”, será 24 vezes mais poderosa que a bomba lançada sobre Hiroshima em 1945.
A iniciativa representa uma resposta direta às atuais ameaças militares enfrentadas pelos EUA.
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Bomba de gravidade entra em produção antecipada
Cientistas do Laboratório Nacional Sandia, no Novo México, iniciaram a produção da B61-13 antes do previsto. Originalmente, a produção começaria em 2026.
Agora, o cronograma foi acelerado por conta de um “desafio crítico e necessidade urgente”, segundo fontes do próprio laboratório.
As bombas de gravidade, como a B61-13, são lançadas de aviões militares e usam a força gravitacional para atingir o alvo. Elas não são guiadas por sistemas autônomos ou mísseis.
A decisão de antecipar o cronograma é estratégica. O objetivo é criar uma ameaça de dissuasão grande o suficiente para desencorajar possíveis ataques contra os EUA.
Poder destrutivo muito superior ao da Segunda Guerra
A B61-13 tem um rendimento explosivo de 360 quilotons, o equivalente a 360.000 toneladas de TNT. Para efeito de comparação, a bomba de Hiroshima — conhecida como “Little Boy” — tinha apenas 15 quilotons.
Esse poder de destruição é suficiente para devastar áreas urbanas inteiras. Em um cenário hipotético, se fosse lançada sobre uma cidade como Pequim, a estimativa é de 788 mil mortos e 2,2 milhões de feridos.
A bola de fogo causada pela explosão vaporizaria tudo num raio de 800 metros. Prédios desabariam e a radiação atingiria um raio de até três quilômetros. Os efeitos a longo prazo incluem mortes por câncer e doenças relacionadas à radiação.
Substituição gradual de armas antigas
A nova bomba está programada para substituir modelos mais antigos do arsenal nuclear americano. Inicialmente, a previsão era de que isso acontecesse até 2028. Com o novo cronograma, isso pode ocorrer ainda este ano.
A B61-13 não representa um aumento no número total de armas nucleares dos EUA. O governo esclareceu que a produção da nova bomba será acompanhada por uma redução na fabricação de modelos anteriores, como a B61-12.
A ogiva utilizada na B61-13 vem do modelo B61-7, em operação desde os anos 1980. Ela será combinada com tecnologias recentes, incluindo sistemas de segurança modernos e um kit de cauda com orientação de precisão.
Bomba será usada por bombardeiro stealth em construção
Diferente da B61-12, que já pode ser transportada por aviões como o B-2, F-15 Eagle e F-35 Lightning, a nova B61-13 será compatível com o bombardeiro stealth B-21 Raider. Esse novo avião está atualmente em desenvolvimento.
A integração com o B-21 indica que a bomba será parte essencial da futura estratégia aérea dos EUA. A capacidade de transportar armas desse porte com aviões invisíveis ao radar pode ser um diferencial em futuros conflitos.
Aceleração também reduz custo e tempo de produção
A equipe de Sandia explicou que, além da urgência militar, o novo cronograma traz vantagens técnicas. Com a aceleração, o tempo total de produção da B61-13 será 25% menor do que o previsto inicialmente.
A arma é parte do Programa de Extensão da Vida Útil, que moderniza bombas antigas para torná-las mais seguras e eficazes. O objetivo é manter o poder nuclear atual com equipamentos mais modernos, em vez de expandir o arsenal.
Tensão global e corrida armamentista
A produção da B61-13 ocorre num cenário internacional cada vez mais instável. EUA e China enfrentam atritos econômicos e militares. A China, por exemplo, já ameaçou uma guerra tarifária após declarações de Donald Trump.
Rússia e China também foram vistas fazendo melhorias em suas instalações de armas nucleares. Além disso, tratados internacionais para proibir testes nucleares estão paralisados, aumentando as incertezas sobre o futuro.
Nos últimos 40 anos, países como China, Paquistão, Índia, Israel e Coreia do Norte aumentaram seus estoques em mais de 700 ogivas. Hoje, os EUA possuem cerca de 5.044 ogivas nucleares. A Rússia é o único país com um número maior.
Testes subterrâneos serão retomados
Em fevereiro, os Estados Unidos anunciaram que vão reiniciar seus programas de testes nucleares. Esses testes serão feitos em locais subterrâneos secretos, como forma de avaliar a eficiência e segurança das novas armas.
A medida foi vista com preocupação por analistas internacionais. O reinício dos testes pode ser interpretado como um sinal de que os EUA estão se preparando para cenários de confronto real.
Apesar do avanço da produção e do poder destrutivo envolvido, autoridades americanas garantem que a B61-13 não ampliará o número total de armas nucleares do país. Trata-se de uma modernização do arsenal já existente.