Com remuneração acima da média nacional, estado se destaca por sua cadeia produtiva diversificada e integrada ao sistema energético brasileiro.
O Espírito Santo encerrou o ano de 2023 com a segunda maior média salarial do país no setor de petróleo e gás natural. De acordo com a 8ª edição do Anuário da Indústria do Petróleo e Gás Natural no Estado, elaborado pelo Observatório da Federação das Indústrias do Espírito Santo (Findes), os profissionais da cadeia produtiva capixaba receberam, em média, R$ 9.225,14 por mês. O valor supera em 6,95% a média nacional do setor, que foi de R$ 8.625,72 no mesmo período.
Espírito Santo se consolida como polo estratégico do setor de petróleo e gás
O resultado evidencia a relevância do Espírito Santo no setor de petróleo e gás natural, com destaque para a remuneração oferecida aos trabalhadores e para o crescimento da cadeia produtiva estadual. Os dados utilizados no levantamento têm como base a Relação Anual de Informações Sociais (Rais), do Ministério do Trabalho e Emprego.
Em 2023, o estado concentrou 15.093 vínculos formais no setor, representando 1,4% do total de empregos do Espírito Santo. No cenário nacional, a participação capixaba chegou a 3% do universo de 503.897 postos de trabalho formais ligados à indústria do petróleo e gás.
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Estrutura da cadeia produtiva no Espírito Santo
A cadeia produtiva do setor de petróleo e gás no Espírito Santo é composta por mais de 600 empresas formais, o que corresponde a 2,2% do total nacional. A maior parte dessas empresas atua na cadeia fornecedora (81,9%), segmento responsável por abastecer outras etapas da indústria com insumos, equipamentos, tecnologia e serviços.
Os demais segmentos da cadeia capixaba se distribuem entre abastecimento (9,6%), exploração e produção (6,4%), petroquímicos (1,1%) e derivados de petróleo (1,0%). O anuário destaca que a estrutura adotada no estado foi adaptada à realidade regional, excluindo etapas como o refino, não presentes no território capixaba. Essa adequação permite uma comparação precisa com outras unidades da federação e mantém os critérios técnicos padronizados da indústria nacional.
Segundo o gerente de Ambiente de Negócios do Observatório Findes, Nathan Diirr, a segmentação da cadeia no Espírito Santo reflete as características do ambiente produtivo local. Para ele, a estrutura é integrada ao complexo energético do país e permite a atuação estratégica das empresas capixabas no fornecimento de bens e serviços.
Qualificação e complexidade justificam maior média salarial
A gerente executiva do Observatório e economista-chefe da Findes, Marília Silva, explica que a elevada média salarial registrada no Espírito Santo é reflexo direto da complexidade das atividades desempenhadas no setor.
“A remuneração acompanha o grau de exigência técnica das funções e a necessidade de profissionais altamente qualificados”, afirma.
A indústria do petróleo e gás natural é reconhecida por empregar profissionais com formação técnica e superior em áreas como engenharia, geologia, automação, segurança e logística, o que contribui para a valorização dos salários no setor. No Espírito Santo, esse cenário é potencializado pela presença de empresas que atuam com inovação e tecnologia avançada.
Setor cresceu 8,3% em 2023, com destaque para a cadeia fornecedora
O anuário da Findes também aponta um crescimento de 8,3% no setor de petróleo e gás do Espírito Santo em 2023. O avanço foi impulsionado principalmente pela cadeia fornecedora, que incorporou 33 novas empresas no período — um aumento de 7% em relação ao ano anterior.
Esse crescimento reforça a tendência de expansão do setor no estado, que tem se consolidado como referência nacional na prestação de serviços e fornecimento de equipamentos e soluções para a indústria de óleo e gás. A capacidade de atrair novos negócios e gerar empregos qualificados posiciona o Espírito Santo como um dos protagonistas do setor energético brasileiro.
Perspectivas para o setor de petróleo e gás no Espírito Santo
Com uma cadeia produtiva diversificada, elevada qualificação da mão de obra e crescimento contínuo, o setor de petróleo e gás no Espírito Santo apresenta perspectivas positivas para os próximos anos. A posição estratégica do estado na costa brasileira e sua integração ao sistema nacional de produção e escoamento de petróleo são fatores que favorecem a instalação e expansão de empresas do ramo.
A combinação entre alto desempenho salarial e aumento da formalização do trabalho indica um ambiente favorável tanto para os profissionais quanto para os investidores. A tendência é que o setor continue contribuindo para a economia estadual e para o desenvolvimento de novas tecnologias e soluções voltadas à indústria energética.
Fonte: Em Dia ES