Apesar do grande potencial, obstáculos econômicos, regulatórios e informacionais ainda dificultam a popularização dos painéis solares no Brasil.
A energia solar tem ganhado espaço no Brasil nos últimos anos, mas ainda está longe de atingir todo o seu potencial. Mesmo com a ampla incidência de radiação solar e o avanço de tecnologias de geração distribuída, a adoção dos painéis solares ainda é limitada, principalmente entre consumidores residenciais e pequenos negócios.
Estudos recentes mostram que o país avança na instalação de sistemas de energia renovável, especialmente em áreas rurais e no setor industrial. No entanto, o crescimento poderia ser muito maior se não fossem os entraves que ainda impactam o desenvolvimento do setor.
Custo inicial dos sistemas de energia solar ainda é alto para grande parte da população
Um dos principais fatores que dificultam o o à energia solar no Brasil é o custo inicial dos sistemas fotovoltaicos. Mesmo com a redução gradual dos preços ao longo dos últimos anos, a instalação de painéis solares em residências ainda exige um investimento elevado. Em média, o valor de um sistema para atender a uma casa de porte médio varia entre R$ 15 mil e R$ 25 mil.
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Apesar da existência de linhas de financiamento específicas para energia renovável, muitas pessoas não conhecem essas possibilidades ou enfrentam dificuldades para obter crédito junto a instituições financeiras. O resultado é a limitação do o à energia solar principalmente às classes sociais mais altas ou a empresas com maior capacidade de investimento.
Falta de políticas públicas consistentes e incentivos fiscais
Outro entrave apontado por especialistas do setor é a ausência de uma política pública contínua de incentivo à energia solar. Embora o país tenha regulamentações que permitem a geração distribuída desde 2012, como a Resolução Normativa 482 da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), os estímulos fiscais e subsídios não têm sido suficientes para democratizar o uso dos painéis solares em larga escala.
A criação da Lei nº 14.300/2022, que institui o marco legal da micro e minigeração distribuída, trouxe avanços importantes, mas também introduziu cobranças adicionais para quem injeta energia na rede elétrica. Essa mudança gerou incertezas no setor e receio entre consumidores que estavam prestes a investir em sistemas de energia renovável.
Cobrança de tarifas sobre a energia injetada na rede
A chamada “taxação do sol”, termo popularizado no setor, refere-se às tarifas aplicadas à energia gerada pelos sistemas de painéis solares e compartilhada com a rede pública. A nova regra, que será implementada de forma escalonada até 2029, prevê que os usuários em a pagar pelo uso da infraestrutura de distribuição mesmo ao gerar parte da própria energia.
Essa cobrança tem gerado debate entre empresas e consumidores, já que altera o retorno financeiro esperado de quem investe em energia solar. Para muitos, o novo modelo reduz a atratividade do investimento, o que pode desacelerar a expansão da energia renovável no país.
Falta de informação ainda é uma barreira relevante no setor de energia solar
Além dos obstáculos financeiros e regulatórios, o setor também enfrenta o desafio da desinformação. Muitas pessoas ainda desconhecem o funcionamento dos sistemas de energia solar, seus benefícios econômicos e ambientais, ou mesmo como iniciar o processo de instalação dos painéis solares em suas residências ou empresas.
A ausência de campanhas educativas e a limitação do o à informação técnica dificultam a popularização da energia renovável. Segundo especialistas, há espaço para ampliar ações de conscientização e mostrar como a energia solar pode ser ível e vantajosa, inclusive no médio e longo prazo.
Infraestrutura tradicional ainda é prioridade
Historicamente, a matriz energética brasileira sempre foi fortemente baseada em usinas hidrelétricas e termelétricas. Essa estrutura consolidada acaba limitando investimentos mais agressivos em fontes alternativas, como a energia solar, que ainda enfrenta resistência por parte de alguns setores do mercado de energia.
Embora o Brasil esteja entre os países com maior potencial para o uso de energia renovável, a transição para modelos mais sustentáveis depende de decisões estratégicas de longo prazo e de políticas públicas que incentivem o setor com maior abrangência.
Fontes: Terra, Portal Solar, Solar dos Pomares e Dialogue Earth