Construção de navios para a Transpetro pela Ecovix começa até setembro em Rio Grande e prioriza trabalhadores da região.
O Polo Naval de Rio Grande se prepara para um novo capítulo em sua história com a retomada das obras da Ecovix voltadas à construção de navios do tipo handy para a Transpetro, braço logístico da Petrobras. De acordo com o diretor operacional da empresa, Ricardo Ávila, os trabalhos no estaleiro Rio Grande devem iniciar até setembro deste ano.
No auge da operação, a estimativa é de que até 1.600 profissionais sejam empregados, com foco prioritário na contratação de mão de obra local, fator que impulsiona não apenas a geração de empregos, mas a movimentação econômica de toda a região.
Estaleiro aquecido e comunidade valorizada
A Ecovix reafirma seu compromisso com a cidade de Rio Grande ao planejar a contratação majoritária de trabalhadores locais.
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“Se nós pudéssemos escolher, certamente escolheríamos 100% da mão de obra para esse projeto daqui da região. E acho que é o que vai acontecer”, afirmou Ávila em entrevista ao Jornal do Comércio.
A projeção é de que o volume de issões aumente entre setembro e outubro, em consonância com o avanço da engenharia e da mobilização da infraestrutura do projeto.
Além da geração direta de empregos, o executivo destaca o efeito multiplicador na economia local. “A economia da cidade vai girar, o dinheiro fica aqui. Essa sempre foi a preferência do estaleiro”, enfatizou, reforçando a ideia de desenvolvimento sustentável e de longo prazo para o município.
Capacitação profissional entra em pauta
Embora a preferência seja pela mão de obra local, a Ecovix alerta que algumas funções técnicas podem exigir profissionais com qualificação específica ainda indisponível na cidade.
Para suprir essa demanda, a empresa já iniciou diálogos com instituições como Senai, Senac e representantes do poder público.
Ávila também sugeriu a possibilidade de o governo federal reativar o Prominp, antigo programa de qualificação que foi crucial durante o auge do setor naval no ado.
“Estamos dizendo para entidades que podem oferecer capacitação que se organizem. Talvez o governo restabeleça o Prominp, que pode ajudar a qualificar ainda mais a mão de obra da região”, observou.
Transpetro aposta na formação de jovens
Paralelamente às obras, a Transpetro também está investindo no futuro da cidade. Em parceria com a Universidade Federal do Rio Grande (FURG), a empresa lançou um programa de qualificação que beneficiará 172 jovens em situação de vulnerabilidade social ainda em abril.
Os cursos serão ministrados pelo Centro de Convívio dos Jovens do Mar (CCMar) e devem ser expandidos para mais 300 estudantes a partir de maio.
Entre as opções formativas estão os cursos de Construção Naval e Educação Náutica, com duração de dois anos.
“A Transpetro apoia a educação e o desenvolvimento da mão de obra que existe no município de Rio Grande. Esse convênio vai ampliar as oportunidades de inserção no mercado de trabalho”, ressaltou Jones Soares, diretor de Transporte Marítimo da estatal.
Perspectiva de continuidade e estabilidade
O projeto de construção dos navios handy tem duração inicial de três anos, mas a expectativa da Ecovix é de conquistar novos contratos ao longo do período, estendendo as atividades no estaleiro e garantindo estabilidade para os trabalhadores formados localmente.
“Isso é muito melhor para todo mundo. A gente mantém os empregos na cidade por muito mais tempo e aproveita a mão de obra qualificada que vamos formar agora”, pontuou Ávila, sinalizando uma visão de longo prazo para a permanência da empresa no Polo Naval.
Processo seletivo e cuidados com fraudes
Para quem deseja atuar nas obras da Ecovix, o único canal oficial de inscrição é o site da empresa: www.ecovix.com.
A plataforma reúne as informações sobre o processo seletivo e serve como banco de dados para futuras contratações. O diretor fez questão de alertar sobre boatos envolvendo intermediários na cidade.
“Não há nenhuma empresa ou instituição autorizada pela Ecovix para fazer isso. As pessoas precisam tomar cuidado para não serem enganadas”, advertiu Ávila.
As issões ocorrerão em ondas progressivas, conforme o avanço da engenharia e da infraestrutura necessária para o início efetivo da produção naval.