CBF mantém carros de R$ 2,9 milhões parados desde 2023 e enfrenta críticas por má gestão e gastos excessivos
Dez veículos zero quilômetro, avaliados em R$ 2,9 milhões, seguem parados em concessionárias da Fiat no Rio de Janeiro desde novembro de 2023. Os automóveis foram entregues como parte final de um contrato de patrocínio entre a montadora e a Confederação Brasileira de Futebol (CBF), firmado em 2019 e encerrado em fevereiro de 2023.
O acordo com a Fiat previa o fornecimento de R$ 6 milhões em carros novos por ano durante quatro anos. O objetivo era atender seleções masculinas, femininas, olímpicas e de base.
No encerramento do contrato, restava um saldo estimado em R$ 3 milhões, quitado com a entrega dos dez automóveis. A atual gestão da CBF, comandada por Ednaldo Rodrigues, não retirou os carros.
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Entre os modelos parados estão oito Jeep Commander Overland, avaliados em R$ 309.990 cada, um Jeep Com de R$ 154.990 e um Fiat Mobi de R$ 77.990. Mesmo sem uso, os veículos geraram despesa de R$ 113,5 mil com IPVA em 2024.
Ednaldo Rodrigues já recebeu, durante o contrato, três Jeep Commander blindados. O custo da blindagem foi de R$ 210 mil, pagos pela CBF. Três Jeep Com também foram destinados à escolta do dirigente.
Desde o início da parceria com a Fiat, a CBF recebeu 124 veículos. Parte foi usada como prêmio, sorteada entre torcedores ou enviada a federações e clubes. Em 2023, por exemplo, a goleira Luciana, da Ferroviária (SP), ganhou um Fiat Pulse após a conquista da Copa América.
Apesar da frota recebida, a CBF contratou serviços de transporte externos. Um deles, prestado pela empresa de Anderson Castro de Souza, motorista pessoal de Rodrigues, cobrou R$ 158 mil em março de 2022 para levar 36 dirigentes dos aeroportos do Rio até a sede da confederação. Estimativas apontam que o mesmo trajeto, por aplicativo, custaria menos de R$ 11 mil.
No mesmo ano, a entidade registrou receita líquida de R$ 1 bilhão. Ainda assim, acumula 43 protestos em cartório que somam R$ 2,6 milhões, valor próximo ao dos carros parados.
Em 2024, um problema incomum chamou atenção: o conserto do controle remoto da televisão usada por Dorival Júnior teve pagamento atrasado por quase duas semanas. O valor, inferior a R$ 150, só foi quitado após autorização da presidência.
Ex-funcionários relataram falhas na gestão. Uma ex-servidora afirmou ter encontrado contratos desorganizados e pagamentos sem registro. “Fiquei com a impressão de que a desorganização era proposital”, disse à revista piauí.
As informações foram divulgadas pelo revista piauí na 3ª feira (29.abr.2025).
Com infromações de Poder 360.