Descoberto depósito de terras raras no Cazaquistão: país agora conta com o terceiro maior depósito de terras raras do mundo. Entenda a importância da descoberta para o mercado global.
Uma descoberta recente está movimentando os bastidores dos setores de energia, tecnologia e geopolítica: o Cazaquistão anunciou a identificação de um novo depósito de terras raras, que pode ser o terceiro maior do mundo em reservas totais. A informação foi divulgada por autoridades do país em maio de 2025 e confirmada pelo site especializado Earth, causando entusiasmo em países europeus e asiáticos que dependem fortemente da importação desses minerais críticos.
A importância do novo depósito de terras raras
Segundo o Ministério da Indústria e Construção do Cazaquistão, o novo depósito está localizado em Karagandy, no centro do país, e conta com quatro áreas promissoras, totalizando 935.400 toneladas de elementos de terras raras. Batizado informalmente de “Novo Cazaquistão”, o local pode transformar o país em um player estratégico no fornecimento de minerais essenciais, fundamentais para a transição energética e a produção tecnológica global.
Elementos como lantânio, cério, neodímio e ítrio são cruciais para a fabricação de turbinas eólicas, motores de carros elétricos, smartphones, câmeras digitais, baterias e tecnologias militares. Essa descoberta é vista como uma oportunidade de diversificar as cadeias de suprimento que hoje são altamente concentradas na China, atual líder global.
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De acordo com Georgiy Freiman, presidente do comitê executivo da Associação de Especialistas Independentes em Mineração, ainda é necessário realizar estudos detalhados sobre a composição do solo antes de confirmar oficialmente o status de depósito. Mesmo assim, analistas apontam que, se os números forem confirmados, o Cazaquistão ficará atrás apenas da China e do Brasil em reservas totais de terras raras.
Interesse internacional e desafios logísticos
A descoberta ocorre em um momento estratégico, pouco antes de uma cúpula entre a União Europeia e países da Ásia Central, o que reforça a intenção do Cazaquistão em atrair investidores e parcerias estrangeiras. Segundo Aleska Simec, embaixador da União Europeia no país, a descoberta amplia a relevância do Cazaquistão na discussão global sobre segurança de suprimento de matérias-primas críticas.
No entanto, transformar o potencial em produção real exige investimentos elevados e estrutura adequada. O país ainda depende de tecnologia de refino, muitas vezes dominada por outros países como a China. Também será necessário desenvolver infraestrutura de transporte, logística e normas ambientais para garantir que a extração ocorra de forma sustentável.
O governo informou que um plano de desenvolvimento detalhado deve ser apresentado nos próximos meses, incluindo o cronograma de exploração e os critérios para formação de consórcios internacionais. Se for adiante, o país poderá se consolidar como um dos maiores fornecedores mundiais desses elementos, essenciais para a economia do futuro.
Brasil na corrida pelas terras raras
O Brasil também tem se destacado na corrida global pelos minerais estratégicos. Segundo o governo de Minas Gerais, estão previstos investimentos superiores a R$ 4,6 bilhões em três grandes projetos localizados no estado. Um deles é o megaprojeto da mineradora Meteoric Resources, que receberá R$ 1 bilhão em Caldas (MG). A região também atraiu a Viridis Mining and Minerals, que adquiriu os direitos de exploração e pretende investir R$ 1,2 bilhão.
Outros aportes incluem R$ 2,4 bilhões da empresa Terra Brasil e R$ 800 milhões da Mineração Serra Verde. Os projetos brasileiros prometem transformar o país em um polo de produção mais lucrativo do que a China. Segundo especialistas do setor, a relação de extração no Brasil é significativamente mais vantajosa: enquanto na China são retirados de 800g a 1 kg de terras raras por tonelada de argila, no Brasil essa proporção chega a 2,5 kg a 3 kg por tonelada.
Essa eficiência na exploração pode colocar o Brasil em uma posição de liderança global, especialmente se conseguir agregar valor por meio do refino local e da industrialização de produtos com base nesses elementos.
Com a confirmação do terceiro maior depósito de terras raras do mundo, o Cazaquistão entra no radar das potências tecnológicas globais. Ao mesmo tempo, o Brasil avança com projetos bilionários e eficiência superior na exploração, aumentando sua competitividade no setor.
A disputa por minerais estratégicos como o neodímio e o lantânio é um dos temas centrais da nova economia verde e digital. Os próximos anos serão decisivos para definir quais países controlarão as cadeias de suprimento de elementos tão essenciais quanto escassos.
Se desejar, posso gerar uma imagem para Discover destacando o mapa do depósito no Cazaquistão e a comparação com Brasil e China. Deseja seguir com isso?