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Descoberta de ferramentas de 40 mil anos nas Filipinas contradiz Europa e África como berços da navegação: tecnologia avançada em pleno Paleolítico

Escrito por Jefferson S
Publicado em 08/06/2025 às 20:26
Humanos pré-históricos construindo canoa com ferramentas de pedra e fibras vegetais em praia do sudeste asiático, representando a navegação primitiva
Ilustração mostra dois humanos pré-históricos preparando embarcação de fibras vegetais à beira-mar, simbolizando a sofisticação da navegação primitiva há 40 mil anos

Ferramentas de pedra, anzóis e vestígios de peixes oceânicos revelam que antigas civilizações do sudeste asiático dominavam a navegação em mar aberto muito antes dos europeus

Um novo estudo arqueológico publicado no Journal of Archaeological Science acaba de virar de cabeça para baixo as teorias sobre a evolução tecnológica da humanidade. A descoberta de ferramentas de pedra em locais como Filipinas, Indonésia e Timor-Leste revela que povos do sudeste asiático dominavam técnicas de navegação e pesca oceânica há pelo menos 40 mil anos.

A pesquisa, divulgada pela Popular Mechanics, aponta para uma sofisticada cultura marítima muito anterior ao que se acreditava possível no Paleolítico. A nova evidência desafia a ideia de que os avanços náuticos surgiram exclusivamente na Europa ou África.

Evidências que desafiam a lógica histórica

A presença de ferramentas de pedra com vestígios de fibras vegetais indica que os antigos habitantes da região dominavam a produção de cordas, redes e amarras, itens essenciais para a construção de embarcações.

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Anéis de pesca, pesos de rede e restos de peixes de águas profundas, como atuns e tubarões, comprovam a prática regular da pesca em mar aberto.

Tais descobertas contrastam com a ideia predominante de que migrações marítimas durante o Paleolítico foram ivas, feitas em jangadas ou por acaso.

Os autores do estudo afirmam que os povos dessas ilhas eram navegadores experientes, com conhecimento de rotas migratórias e sazonais dos peixes.

A sofisticação das ferramentas indica uma cultura com processos tecnológicos próprios, desenvolvidos independentemente de influências africanas ou europeias.

Isso levanta a hipótese de que o sudeste asiático possa ter sido um dos verdadeiros centros primitivos de inovação tecnológica.

Além das ferramentas, a localização geográfica dos achados mostra ocupação estratégica em pontos ideais para a navegação entre ilhas.

A sobrevivência de uma cultura náutica milenar na região, presente até hoje, reforça o vínculo direto com essas tradições ancestrais.

Tecnologia náutica e fibras vegetais

Um dos achados mais relevantes foi a identificação de traços de processamento de plantas usadas para fabricar cordas, fundamentais na amarração de embarcações.

A estrutura das ferramentas sugere uso específico para corte de fibras, trituração e modelagem de componentes náuticos.

O estudo reforça que a tecnologia de produção de cordas precedeu e possibilitou tanto a construção de barcos quanto a captura de peixes em alto-mar.

A ausência de madeira preservada dificulta provas diretas de embarcações, mas os resíduos vegetais funcionam como evidência indireta contundente.

A variedade de instrumentos indica uma cadeia de produção estruturada, com especializações e possível transmissão intergeracional de conhecimento.

Em paralelo, o aparecimento de peixes exclusivamente oceânicos nos sítios arqueológicos comprova a eficácia das embarcações primitivas.

Os cientistas destacam o papel dessas tecnologias como precursoras das rotas marítimas comerciais que surgiriam milênios depois.

O estudo também sugere que essa região não apenas adotou tecnologias externas, mas serviu como berço de inovações náuticas fundamentais.

Link do estudo: Testing the waters: Plant working and seafaring in Pleistocene Wallacea – ScienceDirect

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Jefferson S

Profissional com experiência militar no Exército, Inteligência Setorial e Gestão do Conhecimento no Sebrae-RJ e no Mercado Financeiro por meio de um escritório da XP Investimentos. Trago um olhar único sobre a indústria energética, conectando inovação, defesa e geopolítica. Transformo cenários complexos em conteúdo relevante sobre o futuro do setor de petróleo, gás e energia. Envie uma sugestão de pauta para: [email protected]

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