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Desafios da economia global: Como pandemia, inflação, juros e reconfiguração das cadeias produtivas estão moldando o futuro

Escrito por Caio Aviz
Publicado em 11/03/2025 às 22:35
Economista analisando gráficos financeiros e indicadores econômicos em múltiplas telas, avaliando o impacto da inflação, juros e cadeias produtivas.
Especialista monitora dados econômicos e tendências financeiras para entender os desafios da economia global, incluindo inflação e mudanças produtivas.

A pandemia de Covid-19, os juros elevados, a inflação persistente e as mudanças nas cadeias produtivas moldam o cenário econômico atual. Entenda como esses fatores afetam o crescimento global:

De acordo com estimativas do Banco Mundial, a economia global deve crescer 2,8% em 2025, mantendo um ritmo semelhante ao de 2024. No entanto, esse índice continua abaixo da média registrada entre 2010 e 2019, que foi de 3,2% ao ano. Dessa forma, a desaceleração reflete desafios estruturais que persistem no cenário pós-pandemia. Além disso, os juros globais devem permanecer em torno de 4% nos próximos anos, o dobro da média das duas décadas anteriores. Como consequência, o custo do crédito se mantém elevado, impactando diretamente os investimentos e o consumo, conforme análise do FMI (Fundo Monetário Internacional) divulgada em janeiro de 2024.

Reestruturação das cadeias produtivas e o impacto na economia

Um dos principais legados econômicos da pandemia foi a realocação das cadeias de suprimentos. Empresas, antes dependentes de poucos fornecedores globais, aram a adotar estratégias como onshoring, transferindo a produção para dentro do próprio país. Além disso, o nearshoring foi ampliado, deslocando a fabricação para nações próximas, como o México, que se tornou uma alternativa à China. Segundo o relatório da Conferência das Nações Unidas sobre Comércio e Desenvolvimento (UNCTAD) de 2023, essas mudanças garantiram maior segurança, mas também elevaram custos logísticos e preços de matérias-primas, tornando os produtos mais caros para os consumidores.

Como a inflação global foi impactada?

Além das mudanças nas cadeias produtivas, outro fator impulsionou a inflação global: a modificação no modelo de estoque das empresas. Antes, predominava a política de “just in time”, na qual os estoques eram mínimos e dependiam de reposição imediata. Entretanto, com as incertezas geradas pela pandemia e as guerras subsequentes, muitas empresas aram a manter estoques maiores para garantir suprimento contínuo. Segundo o relatório do Banco Central Europeu (BCE) de dezembro de 2023, essa mudança elevou os custos operacionais, exigindo mais capital de giro. Como resultado, os preços finais dos produtos e serviços foram impactados de maneira significativa.

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Os efeitos das guerras na economia mundial

Além da crise sanitária, conflitos geopolíticos agravaram ainda mais o cenário econômico global. A invasão da Ucrânia pela Rússia em fevereiro de 2022 interrompeu cadeias de fornecimento de grãos e energia, pressionando ainda mais a inflação global. Como resultado, o custo dos alimentos e dos combustíveis disparou, aumentando os desafios da segurança alimentar, conforme dados da Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO). Da mesma forma, o conflito no Oriente Médio, que se intensificou em outubro de 2023, elevou os preços do petróleo, impactando diretamente o custo do transporte e da produção. Dessa maneira, a cadeia logística global foi severamente afetada, mantendo os preços dos combustíveis elevados. Além disso, a volatilidade nos mercados financeiros se intensificou de forma expressiva, segundo relatório da Agência Internacional de Energia (AIE), publicado em fevereiro de 2024.

Expectativas para os próximos anos

Diante desse contexto, especialistas acreditam que a economia global deve continuar crescendo de forma moderada. No entanto, desafios persistentes ainda precisam ser enfrentados. O Banco Central dos Estados Unidos (Federal Reserve) analisou em janeiro de 2024 que é necessário ajustar a política fiscal expansionista, amplamente utilizada após a pandemia, sem comprometer totalmente os incentivos econômicos Além disso, a descarbonização e a transição energética se tornam cada vez mais urgentes, impactando diretamente setores como o de óleo e gás. Segundo projeções da Agência Internacional de Energia (AIE), até 2030, as energias renováveis representarão 70% da matriz energética mundial. Paralelamente, mercados emergentes, como China, Índia e Brasil, devem desempenhar um papel crucial na recuperação global, conforme relatório do FMI de fevereiro de 2024. Dessa forma, os países podem redefinir o equilíbrio econômico mundial nos próximos anos.

A economia mundial enfrenta um período de transição, no qual os efeitos da pandemia, das guerras e das mudanças estruturais continuam moldando o futuro. Empresas e governos precisam estar preparados para um cenário de juros elevados, inflação persistente e alterações profundas nas cadeias produtivas. Dessa maneira, a adaptação a essa nova realidade será essencial para garantir um crescimento sustentável e a estabilidade econômica nos próximos anos. Portanto, estratégias bem planejadas farão toda a diferença na construção de um futuro econômico mais sólido e resiliente.

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Caio Aviz

Escrevo sobre o mercado offshore, petróleo e gás, vagas de emprego, energias renováveis, mineração, economia, inovação e curiosidades, tecnologia, geopolítica, governo, entre outros temas. Buscando sempre atualizações diárias e assuntos relevantes, exponho um conteúdo rico, considerável e significativo. Para sugestões de pauta e s, faça contato no e-mail: [email protected].

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