BRICS expandiu seu poder e ameaça a hegemonia dos EUA. Trump quer retaliar com tarifas agressivas, mas pode acabar fortalecendo ainda mais o bloco.
A expansão do BRICS em janeiro de 2024 representou um dos momentos mais significativos da geopolítica recente.
A adesão de seis novos membros — Arábia Saudita, Argentina, Egito, Emirados Árabes Unidos, Etiópia e Irã — ampliou o peso econômico e estratégico do bloco, tornando-o uma força ainda mais relevante no cenário global.
O Brasil, sob a presidência de Luiz Inácio Lula da Silva, desempenha um papel fundamental nessa nova fase do grupo, reforçando laços comerciais e defendendo um sistema financeiro multipolar, menos dependente do dólar.
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Em contrapartida, os Estados Unidos, liderados por Donald Trump, adotam uma postura agressiva e protecionista diante do crescimento do BRICS.
Recentemente, Trump ameaçou impor tarifas de até 100% sobre as importações provenientes dos países do bloco, caso avancem nos planos de substituição do dólar nas transações internacionais.
Segundo ele, os EUA não ficarão de “braços cruzados” diante dessa “ameaça” à hegemonia do dólar.
No entanto, a realidade pode ser bem mais complexa e desafiadora do que Trump imagina.
O novo BRICS e seu crescente poder econômico
Com a entrada dos novos membros, o BRICS a a representar mais de 45% da população mundial e um PIB combinado superior a 30 trilhões de dólares.
Além disso, com a adesão de grandes exportadores de petróleo, como Arábia Saudita, Emirados Árabes Unidos e Irã, o bloco se fortalece no mercado de energia, tradicionalmente dominado por transações feitas em dólares.
Essa dinâmica desafia diretamente o monopólio da moeda americana e reforça a possibilidade de adoção de moedas locais para comércio internacional.
A China e a Rússia, membros influentes do BRICS, já avançam em acordos bilaterais para comercializar em iuan e rublo, reduzindo a dependência do sistema financeiro ocidental.
O Brasil, sob a liderança de Lula, também defende a criação de mecanismos que permitam transações sem intermediação do dólar, o que pode impactar significativamente a economia global.
A ameaça de Trump e seus possíveis efeitos
A estratégia de Trump de impor tarifas exorbitantes contra o BRICS pode ter consequências inesperadas para os próprios Estados Unidos.
Primeiramente, uma guerra comercial de grande escala pode prejudicar setores industriais americanos que dependem de insumos e matérias-primas desses países.
Além disso, muitos aliados históricos dos EUA, como a União Europeia, já demonstram interesse em diversificar suas relações comerciais para reduzir sua exposição à política externa imprevisível de Washington.
Além disso, se Trump realmente implementar tarifas massivas, ele pode impulsionar ainda mais os esforços do BRICS para fortalecer seus laços internos e acelerar a transição para um sistema financeiro menos dependente dos EUA.
Tal ação poderia levar os países afetados a buscar alianças com outras nações e fomentar ainda mais o multipolarismo econômico.
O papel do Brasil e de Lula na nova ordem global
Desde que reassumiu a presidência, Lula tem adotado uma postura ativa na diplomacia global, fortalecendo as relações do Brasil dentro do BRICS e ampliando parcerias estratégicas com diferentes regiões do mundo.
O Brasil tem grande peso na segurança alimentar global, sendo um dos maiores exportadores de commodities como soja, carne e minério de ferro.
Essa posição coloca o país como um ator relevante em qualquer conflito comercial global.
Além disso, Lula tem defendido abertamente uma maior cooperação entre os países em desenvolvimento, promovendo investimentos em infraestrutura, tecnologia e energia limpa dentro do BRICS.
Ele também enfatiza a necessidade de reformar organismos internacionais, como o FMI e o Banco Mundial, que atualmente favorecem economias desenvolvidas em detrimento das nações emergentes.
O futuro da disputa entre BRICS e Estados Unidos
Diante desse cenário, a tentativa de Trump de enfraquecer o BRICS pode se revelar ineficaz e contraproducente.
O crescimento do bloco não é apenas uma questão política, mas também um reflexo das mudanças estruturais na economia mundial.
As nações emergentes buscam alternativas viáveis para garantir maior autonomia econômica, e medidas punitivas por parte dos EUA podem apenas acelerar esse processo.
O sucesso do BRICS dependerá de sua capacidade de manter a coesão entre seus membros e superar desafios internos, como diferenças políticas e interesses divergentes.
Contudo, se conseguir solidificar sua influência e estabelecer novos mecanismos financeiros eficazes, o bloco pode se tornar um pilar fundamental da nova ordem global, reduzindo o poder unilateral dos Estados Unidos.
Segundo especialistas, a expansão do BRICS e sua crescente integração econômica representam um desafio real para a hegemonia americana.
Nesse sentido, enquanto Trump acredita que tarifas e ameaças econômicas serão suficientes para conter o bloco, a realidade indica que derrotar o BRICS será muito mais difícil do que ele imagina.
O mundo caminha para uma multipolaridade econômica, e países como Brasil, China e Rússia têm se mostrado cada vez mais preparados para lidar com as pressões externas e construir uma nova dinâmica global.
O Brasil, sob a liderança de Lula, ocupa uma posição central nesse novo cenário, consolidando laços dentro do BRICS e promovendo alternativas ao sistema financeiro dominado pelo Ocidente.
De todo modo, analistas destacam que, em um mundo cada vez mais interconectado, Trump pode descobrir que ameaças não são suficientes para deter uma mudança que já está em curso.