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A história surpreendente de Eike Batista: o bilionário que prometeu revolucionar o Brasil com megaprojetos em mineração, energia, logística, petróleo e milhares de emprego na indústria

Escrito por Flavia Marinho
Publicado em 22/05/2025 às 14:38
Atualizado em 23/05/2025 às 14:31
mineração - energia - petróleo - indústria - logística - Eike
Eike Batista, de bilionário mais rico do Brasil a réu: fundação do Império X com indústria de mineração, energia, logística, indústria naval, tecnologia e petróleo

Eike Batista, o ex bilionário mais rico do Brasil e o sétimo do mundo: fundação do Império X com indústria de mineração, energia, logística, indústria naval, tecnologia e petróleo

Em um país carente de grandes transformações estruturais, Eike Batista surgiu como o símbolo de uma nova era. Ele prometia revolucionar o Brasil com megaprojetos nos setores de mineraçãoenergia, logística e petróleo, criando milhares de empregos na indústria naval e posicionando o país como protagonista global. Chegou a acumular uma fortuna superior a US$ 30 bilhões, tornando-se o homem mais rico do Brasil e o sétimo do mundo. Mas sua trajetória de sucesso meteórico foi acompanhada por uma queda brutal, marcada por dívidas bilionárias, investigações e escândalos.

Como esse império desmoronou? O que restou do bilionário que queria ser maior que a Petrobras e prometia transformar o Brasil em uma potência industrial e energética a perder tudo? A seguir, você vai conhecer todos os detalhes da ascensão e ruína de um dos empresários mais controversos da economia brasileira.

Uma linhagem ligada à mineração e à política

Eike Batista nasceu em 3 de novembro de 1956, em Governador Valadares (MG). Seu pai, Eliezer Batista, foi um dos engenheiros mais respeitados do país e presidiu a gigante da mineração Vale do Rio Doce (atualmente Vale S.A.) em dois períodos: entre 1961 e 1964 e, posteriormente, entre 1979 e 1986. Foi também ministro de Minas e Energia do governo João Goulart. A atuação de Eliezer foi decisiva para que a Vale se tornasse um gigante da mineração global, firmando contratos bilionários com siderúrgicas japonesas e construindo o estratégico Porto de Tubarão, no Espírito Santo.

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Durante o exílio da família na Europa, causado pelo golpe militar de 1964, Eike cresceu entre Alemanha, Bélgica e Suíça, estudando em colégios de elite e, posteriormente, ingressando na faculdade de Engenharia Metalúrgica. Foi nesse período que desenvolveu fluência em cinco idiomas e começou a trabalhar como corretor de seguros, tornando-se financeiramente independente aos 20 anos.

A primeira fortuna foi na mineração: ouro na Amazônia

A virada na vida de Eike veio nos anos 1980, quando soube da “nova corrida do ouro” na Amazônia brasileira. Largou os estudos na Alemanha e se mudou para o Pará, onde se inseriu no mercado de compra e revenda de ouro, conectando garimpeiros locais a compradores nacionais e internacionais. Com apenas 24 anos, fundou sua primeira empresa de mineração, a Autram Aurem, e acumulou cerca de US$ 6 milhões.

Ao perceber que o verdadeiro lucro estava na extração, comprou terrenos e montou operações próprias de mineração. A eficiência com que identificava os melhores pontos de exploração gerou rumores de que teria o privilegiado a dados da Vale, boatos nunca comprovados, mas persistentes. A atuação agressiva o levou a atrair a atenção da canadense TVX Gold, onde se tornou CEO e principal acionista, consolidando seu nome no cenário internacional da mineração.

Bilhões na fundação do Império X: mineração, energia, logística, indústria naval, tecnologia, petróleo e entretenimento

Nos anos 1990, Eike apostou tudo na criação de um grupo de empresas com a marca registrada: a letra “X”, que, segundo ele, simbolizava a multiplicação dos lucros. Em 2001, vendeu sua participação na TVX por US$ 1 bilhão, após uma polêmica tentativa de operar uma mina na Grécia, que foi barrada por questões ambientais.

Já bilionário, Eike investiu pesado no Brasil. Criou a holding EBX, que comandaria um império formado por empresas nos setores de mineração, energia, logística, indústria naval, tecnologia, petróleo e entretenimento. Entre elas, destacam-se:

  • MMX (mineração)
  • MPX (energia)
  • OGX (petróleo e gás)
  • OSX (indústria naval)
  • LLX (logística)
  • CCX (carvão mineral)
  • IMX (eventos e esportes)

Muitas dessas empresas chegaram a movimentar bilhões na Bolsa de Valores e geraram milhares de empregos no Brasil, conforme relatado pela Agência Brasil.

OGX, criada para explorar petróleo no pré-sal: Eike captou R$ 6,7 bilhões em sua estreia na B3, sendo o maior IPO da história da Bolsa brasileira

Além dos investimentos na mineração, o ponto de virada foi a OGX, criada para explorar petróleo no pré-sal. Com promessas ousadas de produção diária de até 20 mil barris, Eike captou R$ 6,7 bilhões em sua estreia na B3, sendo o maior IPO da história da Bolsa brasileira até então.

Contudo, a produção real não ou de um quarto do prometido. Em junho de 2012, a OGX anunciou o fechamento de três usinas, e os investidores entraram em pânico. As ações despencaram mais de 40% em dois dias, e o colapso arrastou consigo todo o Império X, já que as empresas estavam fortemente interligadas.

Eike se defende afirmando que não pagou propina

A derrocada de Eike Batista veio da acusação de lavagem de dinheiro na Operação Eficiência, desdobramento da Lava Jato no Rio, que investigava esquemas de corrupção entre empresários e políticos. Eike foi acusado de pagar propina ao então governador do Rio de Janeiro, Sérgio Cabral, sendo condenado a 30 anos de prisão por corrupção ativa, lavagem de dinheiro e manipulação de mercado. Chegou a ser preso duas vezes.

Ele recorreu contra a condenação, ganhou parte do que pediu e agora o caso está no STF. Portanto, não há condenação definitiva.

Segundo o G1, os valores pagos a Cabral chegariam a R$ 16,5 milhões, em troca de favorecimentos em contratos estatais e concessões. Apesar disso, Eike se defende e afirma que não pagou propina e que suas empresas não tinham qualquer contratos com o governo do Rio. Ele fez uma doação eleitoral para o Sérgio Cabral. A doação está declarada no Imposto de Renda.

O que restou do império?

A maioria das empresas fundadas por Eike entrou em recuperação judicial ou foi vendida. Algumas se reergueram sob novos controladores:

  • MPX foi absorvida pela Eneva, hoje avaliada em mais de R$ 19 bilhões (Valor Econômico).
  • OGX virou Domo Energia, mas opera com ivos maiores que o patrimônio.
  • MMX teve falência decretada pela Justiça.
  • OSX, por sua vez, segue ativa, mas em situação frágil.

Eike ainda vive em sua mansão no Rio de Janeiro, apesar de ter grande parte do patrimônio bloqueado. Dados da Receita Federal apontam um capital social de R$ 8,2 milhões, cifra irrisória diante dos US$ 30 bilhões que um dia ostentou.

Eike Batista: gênio, farsante ou vítima do próprio sonho?

A figura de Eike Batista continua dividindo opiniões. Para uns, ele foi um vendedor de ilusões, que se apoiou em promessas infundadas para captar recursos. Para outros, um visionário que tentou transformar o Brasil com grandes projetos de infraestrutura e geração de emprego. O que é inegável é que sua história está entre as mais impressionantes do capitalismo brasileiro, com lições valiosas sobre risco, ambição, confiança e ruína.

E você, o que acha? Você acredita que Eike Batista foi vítima de seu próprio otimismo ou que ele sabia exatamente o que estava fazendo? Deixe seu comentário abaixo ou compartilhe este artigo com quem gosta de histórias surpreendentes sobre negócios, ambição e queda.

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Maurício
Maurício
27/05/2025 23:39

Vítima do seu otimismo e despreparo com a dinâmica do mercado financeiro.

Flavia Marinho

Flavia Marinho é Engenheira pós-graduada, com vasta experiência na indústria de construção naval onshore e offshore. Nos últimos anos, tem se dedicado a escrever artigos para sites de notícias nas áreas militar, segurança, indústria, petróleo e gás, energia, construção naval, geopolítica, empregos e cursos. Entre em contato com [email protected] para sugestão de pauta, divulgação de vagas de emprego ou proposta de publicidade em nosso portal. Não enviar currículo.

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