Antiga Cracolândia no centro de São Paulo dá lugar a projeto urbano inovador que promete transformar território marcado por desafios sociais.
A Cracolândia desapareceu do mapa do centro de São Paulo, e a Prefeitura da capital paulista já definiu o futuro do terreno onde funcionava o chamado “fluxo” de usuários de drogas na região.
Segundo o anúncio oficial feito neste sexta-feira (06), a área dará lugar a um conjunto habitacional de moradias populares, que incluirá apartamentos em torres residenciais e uma infraestrutura voltada para o lazer e bem-estar da comunidade.
Localizado no triângulo formado pelas ruas General Couto Magalhães, dos Gusmões e dos Protestantes, o terreno está sob gestão municipal e, por quase um mês, ficou vazio após a remoção da cena de uso conhecida como Cracolândia.
-
O fim da Raízen? Empresa negocia venda de mais usinas de cana-de-açúcar visando reduzir dívida astronômica de R$ 34 bilhões e salvar t venture com Shell
-
Jovens desempregados pagam empresas falsas para contratá-los e fingir que tem um emprego
-
Esse são os 5 melhores celulares da Samsung com melhor custo-benefício para comprar em 2025
-
ChatGPT pode te deixar sem emprego: inteligência artificial deve impactar 31,3 milhões de empregos no Brasil e afetar essas 13 profissões
Antes ocupada por usuários e por coletivos culturais, a área agora ará por uma transformação completa, com a demolição do prédio deteriorado que ali existia e a construção de duas torres de apartamentos populares, em parceria entre a Companhia Metropolitana de Habitação de São Paulo (COHAB) e a Companhia de Desenvolvimento Habitacional e Urbano (CDHU).
Além das moradias, o projeto prevê espaços comunitários como quadras esportivas, playgrounds, gramados e áreas de descanso, buscando garantir melhor qualidade de vida para os futuros moradores.
De acordo com a Prefeitura, as obras devem começar nos próximos dias, dando início a um novo capítulo para o coração da cidade.
Diálogo com coletivos culturais e realocação
A definição do uso do terreno acontece após meses de diálogo e negociações com os coletivos culturais que atuavam na área, como o Teatro de Contêiner Mungunzá e o Coletivo Tem Sentimento, este último focado em atender mulheres em situação de vulnerabilidade, especialmente aquelas que estavam ligadas à Cracolândia, com atividades como oficinas de costura.
Desde agosto de 2024, a gestão municipal vinha solicitando a devolução de parte do terreno para instalar estruturas de apoio aos serviços públicos da Secretaria Municipal de Saúde, que atuam diretamente na Cena Aberta de Uso da Cracolândia.
No início de 2025, o pedido se intensificou, e em abril a Prefeitura notificou o Teatro Mungunzá para a desocupação de todo o terreno, reforçando que a área seria destinada a ampliar o atendimento a pessoas em situação de rua e em uso de substâncias, oferecendo melhores condições para as equipes de assistência social e de saúde.
O Coletivo Tem Sentimento também recebeu proposta de realocação para um endereço na Rua Maria Borba, na região da Consolação, com o objetivo de garantir segurança e ibilidade adequadas para suas atividades.
Transformação da Cracolândia e serviços públicos
A chamada “Cracolândia” vinha sofrendo mudanças intensas desde o início de 2024, quando a Prefeitura construiu um muro para conter o fluxo na área e instalou a Tenda da Saúde, inaugurada em setembro daquele ano na Rua dos Protestantes.
Essa tenda permanece em funcionamento e serve como um ponto estratégico para o atendimento clínico e social dos usuários de drogas em situação de rua, oferecendo um ambiente adequado para procedimentos médicos e reuniões integradas das equipes que atuam no Centro.
Apesar do “sumiço” da Cracolândia, que chamou atenção nacional e internacional, a gestão de São Paulo mantém o diálogo para garantir que os coletivos culturais sejam realocados em locais com infraestrutura adequada, garantindo a continuidade dos projetos sociais e culturais.
Habitação popular no coração da cidade
O terreno, que durante anos foi palco de desafios sociais complexos ligados ao uso de drogas e à vulnerabilidade extrema, será transformado em um espaço de moradia digna, dentro de um programa mais amplo de recuperação urbana da capital paulista.
Segundo a Prefeitura, o objetivo é reforçar a oferta de habitação popular e atender famílias cadastradas nos programas sociais da istração, promovendo a integração social e a melhoria do tecido urbano na região central da cidade.
Especialistas em políticas públicas e urbanismo apontam que iniciativas como essa são fundamentais para enfrentar a crise habitacional e social que afeta grandes centros urbanos no Brasil.
Transformar áreas antes marcadas pela marginalização em espaços de convivência, lazer e moradia é uma estratégia que pode reduzir vulnerabilidades e criar oportunidades de inclusão social.
Desafios da transformação urbana
No entanto, a implantação de projetos habitacionais em locais centrais também traz desafios, como a necessidade de garantir infraestrutura adequada, segurança e serviços públicos eficientes para os novos moradores.
A integração com o comércio local, o transporte público e a preservação da memória cultural da região também são temas que merecem atenção no planejamento urbano.
Enquanto a Prefeitura avança com o projeto, a população paulista acompanha a mudança de cenário no centro da cidade, que marcou por décadas a história da Cracolândia e suas complexidades.
Você acredita que a transformação do terreno da Cracolândia em moradia popular será suficiente para melhorar a qualidade de vida na região ou outros desafios precisam ser enfrentados para garantir uma mudança real?