Fim do home office nos correios: após um prejuízo bilionário no último ano, férias adiadas e cortes salariais nos Correios. Saiba o principal motivo por trás do déficit
Enfrentando uma das piores crises financeiras de sua história recente, os Correios anunciaram no dia 14 de maio um amplo plano de contenção de gastos, com a meta de economizar até R$ 1,5 bilhão ainda em 2025. Entre as principais medidas previstas estão o fim do home office, cortes salariais e a suspensão temporária de benefícios e férias para parte dos funcionários. A decisão acende um alerta sobre a real situação da estatal e os impactos diretos sobre os trabalhadores e serviços prestados à população.
Hoje vamos entender como chegam o fim do home office e os cortes salariais nos Correios, além de detalhar as outras ações anunciadas para conter o avanço da crise e reestruturar a empresa.
Correios conta com prejuízo líquido de R$ 2,6 bilhões em 2024
O pacote de medidas inclui plano de demissão voluntária, fim do home office, redução de jornada e reorganização istrativa da estatal, que registrou um prejuízo líquido de R$ 2,6 bilhões apenas no último ano. Desta forma, a estatal entrou para a lista das 10 empresas públicas com maiores prejuízos no atual governo.
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O déficit é atribuído, em grande parte, a queda nas receitas com encomendas internacionais, mercado que foi amplamente afetado pela Nova taxação sobre as compras do exterior, a “taxa das blusinhas”, e pela crescente concorrência com empresas privadas, principalmente, no segmento de mercadorias que vem da China, antes dominado pelos Correios.
Para tentar reduzir o prejuízo, a estatal decidiu apertar os cintos em diversas frentes. O Plano de Demissão Voluntária (PDV), que já estava em curso, teve sua janela de adesão ampliada até maio deste ano, uma tentativa de fomentar saídas negociadas e aliviar a folha.
Dentro da empresa, a jornada nas unidades istrativas será reduzida, ando para 6 horas diárias, com cortes de salários nos Correios. Há também movimentações internas, onde carteiros e atendentes serão convidados para atuar nos Centros de tratamento, temporariamente, com a promessa de um adicional mais vantajoso.
Por enquanto, as férias ficam para depois e aqueles que tinham direito neste ano só poderão usufruir a partir de janeiro do próximo ano. A sede da estatal, por sua vez, não ficou de lado em relação aos cortes, visto que, os orçamentos destinados a cargos e funções serão reduzidos pelo menos em 20%.
Correios também trazem o fim do home office para funcionários
Além dos cortes salariais nos Correios, outra medida tomada foi a mudança na rotina e o fim do trabalho remoto e todos devem voltar presencialmente a partir de 23 de junho de 2025, com exceção para aqueles que tenham decisão judicial que autorize o contrário. E até os planos de saúde estão no radar da reestruturação. Uma nova proposta, ainda em negociação com sindicatos, planeja redefinir o benefício e cortar 30% dos custos.
A direção afirma que as medidas são fundamentais para garantir a continuidade dos serviços e a sustentabilidade da estatal. Em uma nota interna, os Correios afirmaram que têm a oportunidade de provar, mais uma vez, a força e a resiliência de sua empresa.
Ainda no comunicado, a empresa informou que ainda que 85% das unidades sejam consideradas deficitárias, os Correios garantem o o universal de todos aos serviços postais, com tarifas justas, em cada um dos 5.567 municípios atendidos.
O plano ainda prevê o compartilhamento de unidades operacionais, revisão de contratos, venda de imóveis ociosos, reestruturação da rede de tratamento e de atendimento, lançamento de uma plataforma de e-commerce, otimização da malha operacional e logística e captação de R$ 3,8 bilhões com o New Development Bank (NDB), o banco do Brics.
Fentect lançará um Comitê em Defesa dos Correios
Com o anúncio dos cortes salariais nos correios, a Federação Interestadual dos Sindicatos dos Trabalhadores e Trabalhadoras da Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos (Findect), uma das entidades representativas dos trabalhadores da estatal, afirmou que se tornou indispensável a abertura de um canal de diálogo permanente entre os trabalhadores e a gestão da Empresa de Correios e Telégrafos (ECT).
Segundo a Fentect, em documento encaminhado no dia 14 ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva, mudanças estruturais só serão efetivas quando debatidas com quem opera a empresa diariamente. A transparência nos dados econômicos, atuariais e operacionais, compartilhados previamente com representantes dos empregados, evita retrocessos e possibilita a construção de soluções alinhadas à realidade da base.
A Federação Nacional dos Trabalhadores em Empresas de Correios, Telégrafos e Similares (Fentect), outra entidade representativa dos trabalhadores da empresa, anunciou que lançará um comitê em defesa dos Correios, na próxima quarta-feira (21), na Câmara dos Deputados. Segundo a entidade, essa iniciativa tem apoio da Frente Parlamentar em Defesa dos Correios.