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Conheça o Esso Atlantic: o navio petroleiro gigante que pesava mais de meio milhão de toneladas e saiu de cena por questões de segurança

Escrito por Débora Araújo
Publicado em 16/05/2025 às 15:33
Conheça o Esso Atlantic - o navio petroleiro gigante que pesava mais de meio milhão de toneladas e saiu de cena por questões de segurança
Imagem gerada por inteligência artificial
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Com mais de 400 metros de comprimento, o Esso Atlantic transportava petróleo em larga escala, mas foi aposentado por não atender às normas modernas de segurança ambiental e estrutural.

O Esso Atlantic foi um dos maiores navios petroleiros da história da indústria naval. Com mais de 406 metros de comprimento e uma capacidade de carga de 508.731 toneladas de porte bruto (DWT), o superpetroleiro operou por cerca de 25 anos transportando petróleo em rotas internacionais entre o Oriente Médio e a Europa. Seu tamanho era tão colossal que, quando totalmente carregado, ele não podia atravessar os canais de Suez ou do Panamá.

Construído no Japão pelo estaleiro Hitachi Zosen, o Esso Atlantic foi lançado ao mar em 1977. Pertencente à classe ULCC (Ultra Large Crude Carrier), o navio foi projetado para atender à crescente demanda por petróleo durante a década de 1970, período marcado por choques de oferta e expansão da produção em larga escala. Sua operação era voltada para rotas oceânicas que conectavam os principais polos de produção aos mercados consumidores.

Navio petroleiro gigante operava com turbinas a vapor e avançado sistema de navegação

O navio petroleiro era impulsionado por uma turbina a vapor Kawasaki de 33.100 kW, o que lhe permitia navegar a uma velocidade de cruzeiro de cerca de 15,6 nós, equivalente a pouco mais de 28 km/h. Para a época, o Esso Atlantic incorporava sistemas considerados modernos, como sala de máquinas automatizada, navegação assistida por piloto automático e sistemas de segurança contra explosões por gás inerte nos tanques.

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Essas inovações permitiam uma operação segura em travessias longas e em mar aberto, mesmo com um carregamento de centenas de milhares de toneladas de petróleo bruto. Seu tamanho e desempenho fizeram dele um dos sete únicos navios da história naval mundial a ultraar a marca de 500 mil toneladas de porte bruto.

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Por que o Esso Atlantic foi desativado

Apesar de sua robustez e capacidade operacional, o Esso Atlantic foi retirado de serviço principalmente por não se adequar mais às exigências modernas de segurança e proteção ambiental. A partir da década de 1990, a Organização Marítima Internacional (IMO) ou a exigir que os navios petroleiros fossem construídos com casco duplo, medida adotada para minimizar vazamentos em caso de colisão ou encalhe.

O Esso Atlantic possuía casco simples, padrão comum em sua época de construção, mas que ou a ser considerado inadequado diante das novas regulamentações. A adaptação para o novo modelo era tecnicamente possível, mas economicamente inviável diante da idade da embarcação e dos custos envolvidos.

Outro fator decisivo foi o desgaste natural das estruturas. Após décadas de operação, as soldas, tubulações e sistemas internos apresentavam sinais de fadiga, exigindo manutenção constante. O risco de falhas operacionais aumentava com o tempo, e a modernização completa do navio não compensava frente à possibilidade de substituição por modelos mais eficientes e seguros.

Venda, renomeação e desmonte do navio petroleiro no Paquistão

O navio foi operado pela Esso até 1990, quando foi vendido para a empresa grega Ceres Hellenic Shipping e renomeado como Kapetan Giannis. Sob nova bandeira, o superpetroleiro ainda operou por mais alguns anos, mas com uso limitado e crescente obsolescência.

Em 2002, o Esso Atlantic foi finalmente desativado e levado para desmonte em Gadani, no Paquistão, um dos maiores polos de desmantelamento naval do mundo. Lá, como muitos outros gigantes da engenharia naval, ele foi desmontado peça por peça.

Legado da era dos superpetroleiros

O Esso Atlantic representa um capítulo importante da história do transporte marítimo de petróleo. Construído em uma época de ambição industrial e foco em volume, seu tamanho foi projetado para maximizar o transporte de cargas em viagens oceânicas, reduzindo custos logísticos.

Contudo, o avanço das normas ambientais, os novos padrões técnicos e a maior preocupação com a segurança marítima contribuíram para o fim da era dos superpetroleiros de casco simples. Hoje, o nome Esso Atlantic permanece como símbolo da transição entre a engenharia pesada e a regulação ambiental globalizada.

Ao longo de sua vida útil, o navio cumpriu seu papel sem registros de acidentes graves, o que reforça sua importância como exemplo de engenharia marítima eficiente para seu tempo. No entanto, como muitas grandes embarcações do século ado, ele foi superado pelas novas exigências do século XXI.

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Débora Araújo

Débora Araújo é redatora no Click Petróleo e Gás, com mais de dois anos de experiência em produção de conteúdo e mais de mil matérias publicadas sobre tecnologia, mercado de trabalho, geopolítica, indústria, construção, curiosidades e outros temas. Seu foco é produzir conteúdos íveis, bem apurados e de interesse coletivo. Para sugestões de pauta, correções ou contato direto: [email protected]

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