Descubra as etapas e tecnologias usadas para encontrar e avaliar reservas de petróleo onshore, desde estudos geológicos iniciais até a perfuração e declaração de comercialidade.
A busca por petróleo onshore (em terra) é um empreendimento complexo e científico. Envolve tecnologia avançada, alto risco e investimento significativo. Longe de ser aleatória, a exploração segue um processo rigoroso, dividido em fases. Este guia detalha como o petróleo onshore é encontrado.
Geologia de superfície e geoquímica
A exploração de petróleo onshore começa com a identificação de bacias sedimentares promissoras. Geocientistas mapeiam rochas na superfície. Eles analisam fotografias aéreas e imagens de satélite. Buscam também por exsudações (vazamentos naturais) de óleo ou gás, conhecidos como “seeps”.
Estudos de estratigrafia (camadas de rocha) e geologia estrutural (falhas, dobras) ajudam a entender a arquitetura subterrânea. A prospecção geoquímica complementa essa fase. Ela analisa gases no solo ou a presença de microrganismos específicos. Essas técnicas buscam anomalias químicas que possam indicar a presença de hidrocarbonetos em profundidade.
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Investigação geofísica: os “olhos” abaixo da terra
Após os estudos de superfície, a investigação geofísica “visualiza” o subsolo. O objetivo é mapear estruturas geológicas e identificar potenciais armadilhas de petróleo onshore.
Levantamentos sísmicos (2D e 3D) são a principal ferramenta. Ondas acústicas são geradas na superfície. Seus reflexos nas camadas rochosas são registrados por geofones. Esses dados processados criam imagens do subsolo.
Outros métodos incluem a gravimetria, que mede variações no campo gravitacional. A magnetometria mede variações no campo magnético. Ambos ajudam a delinear bacias e estruturas profundas. Métodos geoelétricos medem a resistividade das rochas, indicando tipos de fluidos. A integração de todos esses dados geofísicos e geológicos constrói um modelo exploratório.
Perfuração exploratória
Com um local promissor (prospecto) identificado, ocorre a perfuração do poço exploratório. Este poço pioneiro, chamado “wildcat”, é o momento da verdade. Ele testa as hipóteses geológicas e confirma ou não a presença de petróleo onshore.
Sondas de perfuração terrestres realizam a operação. Utilizam colunas de tubos de aço, brocas especiais e fluidos de perfuração (lama). À medida que o poço avança, ele é revestido com aço e cimentado para garantir estabilidade e segurança. Tecnologias como perfuração direcional e horizontal são usadas para otimizar o o aos reservatórios.
Confirmando a descoberta de petróleo onshore
Após atingir a profundidade alvo, o poço é avaliado. A perfilagem de poços (well logging) utiliza sondas com sensores. Esses sensores medem propriedades físicas das rochas, como resistividade e radioatividade. Ajudam a identificar o tipo de rocha e os fluidos presentes.
Testes de Formação (DST) são realizados para avaliar a capacidade produtiva de uma zona. Medem a vazão e a pressão dos fluidos e coletam amostras. A análise de testemunhos (amostras cilíndricas de rocha) fornece dados detalhados sobre porosidade, permeabilidade e saturação de fluidos.
Da descoberta à comercialidade
A simples presença de petróleo onshore não garante sua extração. A descoberta precisa ser comercialmente viável. A empresa operadora notifica a agência reguladora (como a ANP no Brasil).
Pode ser necessário um Plano de Avaliação da Descoberta (PAD). Este plano inclui a perfuração de mais poços (de delimitação) e sísmica adicional. Uma análise técnico-econômica detalhada é realizada. Ela considera volumes recuperáveis, custos de desenvolvimento e operação, e o preço do petróleo.
Se a análise for positiva, a empresa declara a comercialidade da descoberta. Em seguida, apresenta um Plano de Desenvolvimento para a produção do campo de petróleo onshore.
Cenário brasileiro do petróleo onshore
A exploração de petróleo onshore beneficia-se de inovações constantes. Inteligência Artificial (IA) e Machine Learning são usados para analisar grandes volumes de dados geocientíficos. Isso auxilia na interpretação sísmica e na modelagem de reservatórios.
Avanços em aquisição sísmica, tecnologias de perfuração e perfilagem aumentam a eficiência e precisão. No Brasil, bacias terrestres como Recôncavo, Potiguar, Solimões e Parnaíba continuam relevantes. A Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) e o Serviço Geológico do Brasil (SGB/RM) atuam para fomentar e regular o setor de petróleo onshore.