Tudo começou com uma missa em 1554. Padres jesuítas fundaram um colégio e deram início à história da futura cidade de São Paulo
A maior metrópole das Américas teve início modesto. No dia 25 de janeiro de 1554, padres jesuítas realizaram uma missa na aldeia indígena de Piratininga. A cerimônia religiosa marcou o começo da história da cidade de São Paulo. Foi também o ponto de partida para a fundação de um colégio que mudaria a região.
Uma missa no alto da serra
A aldeia escolhida pelos jesuítas ficava no planalto de Piratininga. O local era habitado pelos guaianás, povo indígena da região. Segundo o escritor Marcello Rollemberg, o nome Piratininga vem do tupi e significa “lugar onde se seca o peixe”.
A missa foi celebrada numa quinta-feira por 13 padres. Eles subiram a trilha da Serra do Mar partindo da vila de São Vicente, no litoral. Entre os religiosos estavam Manoel da Nóbrega, Manoel de Paiva, Afonso Brás e o noviço José de Anchieta.
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O objetivo era evangelizar
Os jesuítas pertenciam à Companhia de Jesus, ligada à Igreja Católica. Eles queriam expandir a catequese para o interior. Por isso, decidiram fundar o Colégio São Paulo de Piratininga, dedicado à educação dos indígenas.
O colégio só ficou pronto em 1556, mas a missa de 1554 é considerada o marco oficial da fundação. A pequena vila começou a se formar ao redor do colégio, onde hoje está o Pateo do Collegio e a igreja dedicada a São José de Anchieta.
Antes disso, o padre Manoel da Nóbrega já havia estado na aldeia. Em 1553, ele batizou 50 indígenas no local e retornou no ano seguinte para se estabelecer de forma definitiva.
São Paulo: Da vila à cidade
Com o ar do tempo, a vila cresceu. Mas foi apenas em 1711 que ela ou a ser oficialmente reconhecida como cidade. Até então, era conhecida como Vila São Paulo de Piratininga. O nome foi encurtado para São Paulo quando recebeu o título de cidade.
A vila tinha importância estratégica e, aos poucos, foi se tornando um polo político e econômico. Com o tempo, deu origem à capital paulista que hoje abriga quase 12 milhões de habitantes.
Por que o nome é São Paulo?
A escolha do nome da cidade está ligada à data da missa. O dia 25 de janeiro é celebrado pela Igreja Católica como o dia da conversão do apóstolo Paulo de Tarso.
Esse apóstolo, mais tarde chamado de São Paulo, é também padroeiro da cidade de Roma. Para homenageá-lo, os jesuítas batizaram o colégio com seu nome. Assim, o vilarejo que surgiu em volta também ou a ser conhecido como São Paulo.
Segundo o site do Vaticano, todos os anos a Igreja comemora a data da conversão de Paulo nesse mesmo dia. A escolha da data para a missa foi, portanto, simbólica e religiosa.
A pintura que eternizou o momento
A famosa missa que deu origem a São Paulo foi retratada em pintura apenas séculos depois. A obra “Fundação de São Paulo” foi criada entre 1903 e 1907 por Oscar Pereira da Silva.
O quadro faz parte do acervo do Museu Paulista da USP. Ele mostra uma cena imaginada de como teria sido a celebração entre jesuítas e indígenas.
Segundo o jornal da USP, essa representação foi importante para construir o imaginário da história paulista no século 20. A pintura contribuiu para criar símbolos e valorizar o papel da cidade no contexto nacional.
Imaginário e identidade
A historiadora Michelli Cristine Scapol Monteiro analisa a obra em estudo para a Associação Nacional de História. Ela afirma que a pintura serviu como um mecanismo de criação de heróis e mitos.
A tela reflete mais o período em que foi pintada do que o evento em si. Ainda assim, é considerada uma peça valiosa para entender como o ado foi contado e consumido pela sociedade.
Um ado que vive no presente
A missa celebrada em 1554 marcou o início de uma transformação. Da catequese na aldeia até a formação de uma das maiores cidades do planeta, São Paulo cresceu sem apagar suas raízes.
A última informação importante é que, embora o marco histórico tenha sido a missa de 1554, o título de cidade só foi concedido oficialmente em 1711.
Com informações de National Geographic Brasil.