De pedras de leitura na Idade Média aos designs modernos, descubra a jornada evolutiva dos óculos de grau e como eles transformaram a sociedade, a ciência e a cultura.
A pergunta “quem inventou os óculos de grau?” não tem uma resposta simples. Diferente de invenções modernas, os óculos não podem ser creditados a uma única pessoa. Sua história é uma evolução que se estendeu por séculos, envolvendo observações e refinamentos de diversas culturas e indivíduos.
Veremos desde os primeiros conceitos de auxílio visual até o estabelecimento dos óculos de grau como os conhecemos, destacando os marcos que tornaram possível a correção da visão.
Antes dos óculos: as primeiras tentativas de ampliar a visão
A jornada rumo a uma visão mais clara começou muito antes da invenção formal dos óculos. Na Roma Antiga, por volta de 60 d.C., o filósofo Sêneca usava um globo de vidro com água para ampliar textos. O imperador Nero também usava uma esmeralda, supostamente para melhorar sua visão.
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Um avanço significativo veio com as “pedras de leitura”. Entre os séculos X e XIII, monges na Europa, principalmente na Itália, fabricavam lentes semiesféricas de quartzo ou berilo. Quando colocadas sobre um texto, elas ampliavam as letras, auxiliando eruditos com presbiopia (dificuldade de ver de perto).
A base científica para isso foi solidificada pelo erudito árabe Ibn al-Haytham (Alhazen), que no século XI sugeriu que lentes polidas poderiam ajudar pessoas com deficiência visual.
O nascimento dos óculos de grau na Itália medieval
A transição das pedras de leitura para um dispositivo usável ocorreu na Itália, no final do século XIII. Pisa e Veneza são apontadas como os epicentros mais prováveis desta inovação. Embora o florentino Salvino D’Armate seja frequentemente citado, sua existência é considerada duvidosa por historiadores modernos.
A evidência mais forte vem de um sermão de 1306 do frade dominicano Giordano da Pisa. Ele afirmou que a arte de fazer óculos, que permitem uma boa visão, havia sido encontrada há menos de vinte anos e que ele havia conhecido e falado com o inventor, cujo nome, infelizmente, não registrou. Os primeiros modelos, conhecidos como “óculos de rebite”, consistiam em duas lentes convexas unidas por um rebite, que eram equilibradas sobre o nariz.
A tecnologia por trás da invenção: o papel crucial do vidro veneziano
O desenvolvimento dos óculos de grau está diretamente ligado aos avanços na fabricação de vidro em Veneza e na ilha de Murano. A partir do século XIII, Murano se tornou o centro da produção de vidro de alta qualidade na Europa.
A República de Veneza protegia rigorosamente seus segredos, garantindo um monopólio na produção do “vidro branco”, claro e incolor, essencial para as lentes. Um marco foi o desenvolvimento do cristallo por volta de 1450, por Angelo Barovier. Este vidro excepcionalmente claro e brilhante elevou a qualidade das lentes. A invenção dos óculos foi, portanto, um feito tanto da ótica quanto da ciência dos materiais.
A evolução do design: da praticidade ao conforto
Os primeiros “óculos de rebite” eram desconfortáveis e precisavam ser segurados com a mão. A evolução do design buscou resolver esses problemas de usabilidade. Surgiram formas como o Pince-nez, que se fixava no nariz por pressão.
A grande inovação foi a invenção das hastes laterais. O ótico inglês Edward Scarlett é creditado por popularizar, por volta de 1727, o design moderno com hastes que se apoiam sobre as orelhas. Mais tarde, em 1784, Benjamin Franklin inventou as lentes bifocais, combinando lentes para perto e para longe em uma única armação. Essas evoluções transformaram os óculos de grau em um ório prático e essencial para o uso diário.
Quanto custa um óculos de grau hoje?
Atualmente, o preço de um óculos de grau no Brasil é a soma do valor da armação e das lentes, e pode variar drasticamente.
Armações: os preços podem começar em torno de R$ 130 para modelos mais simples e chegar a mais de R$ 2.000 para marcas de grife como Prada ou Oakley. Fatores como material, design e marca influenciam diretamente o custo.
Lentes: o custo das lentes depende do material (plástico, policarbonato, resina), do índice de refração (para graus mais altos, tornando-as mais finas) e dos tratamentos aplicados (antirreflexo, antirrisco, proteção UV, filtro de luz azul). Lentes simples podem custar a partir de R$ 120. No entanto, lentes de resina de alto índice com múltiplos tratamentos, de fabricantes como Zeiss ou Essilor, podem ultraar R$ 3.000 ou R$ 4.000, e lentes multifocais complexas podem chegar a mais de R$ 8.000.
Para encontrar uma grande variedade de opções que se ajustem ao seu orçamento e necessidade, é sempre recomendável visitar uma ótica de confiança, como a Ótica Isabela, onde profissionais podem orientar sobre a melhor combinação de armação e lentes para cada caso.