Da beira da falência à elite da aviação mundial, uma fabricante brasileira desafiou gigantes globais e hoje cria jatos luxuosos, tecnologias militares e até táxis voadores futuristas, tornando-se um dos maiores orgulhos da indústria nacional de alta tecnologia.
Poucas empresas no Brasil conseguiram sair de uma quase falência para se tornar referência mundial em tecnologia de ponta.
A Embraer é uma dessas exceções.
A fabricante brasileira de aeronaves, nascida de um projeto ambicioso do governo militar, hoje figura entre os maiores nomes da aviação global — competindo com gigantes como Boeing e Airbus.
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Seus aviões são operados em mais de 100 países, tanto em voos comerciais quanto por chefes de Estado e magnatas do mundo todo.
Com uma trajetória marcada por inovação, parcerias internacionais e superação de crises econômicas, a Embraer representa um dos maiores orgulhos da indústria nacional.
E, curiosamente, seu primeiro avião comercial de sucesso — o Bandeirante — decolou antes mesmo da fundação oficial da empresa.
Um projeto militar que virou símbolo da indústria nacional
A história da Embraer começa ainda nos anos 1960, fruto de uma parceria entre o Instituto Tecnológico de Aeronáutica (ITA) e o Centro Técnico Aeroespacial (CTA), localizados em São José dos Campos (SP).
O projeto do avião Bandeirante, idealizado por engenheiros militares, deu origem à empresa em 19 de agosto de 1969, com apoio do Ministério da Aeronáutica.
O EMB-110 Bandeirante era um turboélice versátil e confiável, ideal tanto para transporte regional quanto uso militar.
Seu sucesso demonstrou que o Brasil tinha capacidade técnica para entrar no competitivo setor aeronáutico.
Esse feito foi ainda mais impressionante se considerarmos o cenário de escassos investimentos em ciência e tecnologia no país à época.
A turbulência dos anos 90 quase derrubou a Embraer
Mesmo após o sucesso inicial, a Embraer enfrentou sua fase mais crítica entre o fim dos anos 1980 e o início da década de 1990.
O contexto era dramático: inflação galopante, crise fiscal, queda nas compras militares e dificuldades para competir com multinacionais estrangeiras.
Em 1994, o governo federal decidiu privatizar a empresa, numa medida considerada ousada, mas crucial para sua sobrevivência.
A nova gestão, composta por executivos com experiência no setor e engenheiros comprometidos com a inovação, implementou um plano de reestruturação que transformou a Embraer completamente.
O jato que mudou tudo: ERJ 145
A grande virada veio com o lançamento do ERJ 145, um jato regional com capacidade para 50 ageiros, que conquistou as companhias aéreas norte-americanas.
Leve, econômico e adaptado a voos de curta distância, o avião se tornou símbolo da nova fase da Embraer.
Foi a partir desse modelo que a empresa iniciou sua escalada no mercado internacional.
Nos anos 2000, a companhia lançou a bem-sucedida família E-Jets (Embraer 170, 175, 190 e 195).
Esses aviões se destacaram pela economia de combustível, flexibilidade operacional e conforto.
Empresas como Azul, Lufthansa, KLM, Air Canada e American Airlines aram a operar a frota em diversas rotas pelo mundo.
De executivos a celebridades: o luxo dos jatos privados
Paralelamente à aviação comercial, a Embraer decidiu apostar no segmento executivo — e acertou em cheio.
A criação da Embraer Executive Jets levou ao lançamento de aeronaves como o Phenom 100, Phenom 300 e o Legacy 600.
Esses modelos se tornaram figurinhas carimbadas em hangares de milionários e personalidades.
O Phenom 300, por exemplo, é considerado um dos jatos leves mais vendidos do mundo.
Ele combina tecnologia de ponta com autonomia de voo e luxo, o que o torna atraente para empresários e celebridades.
Já o Lineage 1000E, baseado no E-190, oferece interiores personalizados dignos de uma mansão voadora — com suítes, sala de estar e até chuveiro.
No Brasil, os jatos da Embraer chegaram ao mais alto escalão.
O Legacy 600 foi utilizado por ex-presidentes como Michel Temer e Jair Bolsonaro, simbolizando o prestígio que a marca conquistou.
Uma gigante que se reinventou com parcerias e inovação
Mesmo após décadas de crescimento, a Embraer nunca deixou de investir em tecnologia e diversificação.
A empresa tentou uma fusão com a Boeing em 2020, que acabou fracassando, mas fortaleceu sua imagem internacional.
Em paralelo, firmou parcerias estratégicas com a sueca Saab, para a produção do caça Gripen, e desenvolveu o cargueiro militar KC-390 Millennium — já adotado por países da OTAN como Portugal, Hungria e Áustria.
Outro projeto promissor é a entrada na mobilidade aérea urbana.
A Eve Air Mobility, subsidiária da Embraer, está desenvolvendo veículos elétricos de decolagem e pouso vertical (eVTOLs).
A proposta é revolucionar o transporte nas grandes cidades, com aeronaves silenciosas, sustentáveis e que funcionem como “táxis aéreos”.
Com mais de 18 mil funcionários ao redor do mundo, a Embraer possui centros operacionais na América do Norte, Europa, Ásia e África — consolidando sua presença em todos os continentes.
Curiosidades que mostram a grandiosidade da marca
O primeiro voo do Bandeirante ocorreu em 1968, antes mesmo da fundação oficial da empresa.
O nome “Embraer” deriva de “Empresa Brasileira de Aeronáutica”.
Mais de 1.500 unidades do Phenom 300 já foram entregues globalmente.
Os interiores dos jatos executivos são personalizáveis, de acordo com os gostos e exigências dos clientes VIP.
A Embraer já operou simuladores de voo tão realistas que foram utilizados por companhias aéreas estrangeiras no treinamento de pilotos.
Uma estatal que virou símbolo de excelência tecnológica
A história da Embraer é um exemplo claro de que o Brasil pode liderar em setores de alta tecnologia quando há investimento, gestão eficiente e visão estratégica.
De empresa estatal à beira da falência à líder global em aviação regional, sua trajetória é estudada e irada no mundo todo.
Ao disputar mercado com empresas como Bombardier, Airbus e Boeing, a Embraer provou que inovação e adaptação são cruciais para a sobrevivência.
E hoje, não apenas sobrevive: lidera segmentos e já mira o futuro com projetos futuristas.
O amanhã já começou para a Embraer
Com os olhos voltados para o céu — literalmente —, a Embraer aposta nos eVTOLs e na mobilidade urbana como seus próximos marcos.
A expectativa é que a empresa repita o sucesso conquistado no setor regional e executivo, ajudando a moldar o transporte aéreo das próximas gerações.
E você, já imaginou embarcar em um táxi voador 100% brasileiro nos próximos anos?
Osires Silva. Brasileiro da melhor qualidade.
Congratulações, Ozires Silva. Tu és a EMBRAER!
Parabéns Coronel Av OSIRES SILVA, um exemplo de dignidade e capacidade técnica e istrativa.