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Com 108 metros e capaz de transportar turbinas de 105 metros, WindRunner estreia em Paris como o maior avião do mundo e promete revolucionar o transporte pesado

Escrito por Jefferson S
Publicado em 08/06/2025 às 20:15
Avião WindRunner visto de frente em pista de decolagem, com turbinas gigantes, fuselagem imponente e outras aeronaves ao fundo
O WindRunner, maior avião do mundo em volume, pronto para transportar turbinas eólicas e cargas colossais para locais remotos – Reprodução RADIA

A aeronave colossal da Radia Corporation promete revolucionar o transporte de cargas gigantescas como lâminas de turbinas eólicas de 105 metros, caças F-16 e equipamentos militares em faixas de pouso de terra batida

O Paris Air Show 2025 foi palco da apresentação pública do WindRunner, o maior avião já construído em comprimento e volume interno. Com 356 metros de extensão, a aeronave desenvolvida pela americana Radia Corporation superou todos os recordes anteriores, inclusive o do lendário Antonov An-225 Mriya, destruído em 2022.

Segundo a Aviation, o WindRunner foi concebido originalmente para transportar lâminas de turbinas eólicas de 105 metros, mas sua versatilidade chamou a atenção de setores como defesa, aeroespacial e energia. Seu primeiro protótipo foi apresentado no Le Bourget, na França, em junho, e gerou enorme repercussão no setor.

Um gigante do ar para cargas impossíveis

Com 7.700 m³ de capacidade no compartimento de carga, o WindRunner redefine os limites do transporte aéreo. Para efeito de comparação, esse volume é mais de três vezes superior ao BelugaXL da Airbus e supera com folga todos os cargueiros existentes.

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Avião WindRunner da Radia Corporation voando sobre região montanhosa e desértica, destacando seu design futurista e motores de alta capacidade
O WindRunner, maior avião do mundo em volume, cruza os céus com turbinas de última geração e fuselagem projetada para transportar cargas colossais – reprodução RADIA

Ele foi desenvolvido especificamente para atender à crescente demanda por transporte de componentes renováveis, principalmente lâminas gigantes de turbinas eólicas. Hoje, transportar esse tipo de carga por terra é extremamente custoso, demorado e logísticamente inviável em várias regiões.

A aeronave tem 261 metros de envergadura, quatro motores a jato (modelos ainda não divulgados) e atinge velocidade de cruzeiro de Mach 0.6 (cerca de 460 mph). Seu alcance é de 1.240 milhas (2.000 km), o suficiente para conexões regionais e missões táticas.

A Radia projetou o WindRunner com capacidade de operar em pistas não pavimentadas de 1.800 metros, uma solução direta para locais remotos onde parques eólicos, bases militares ou instalações de energia precisam de suprimento rápido.

Seu compartimento frontal tem 10 metros por 10 metros de seção transversal, o que permite embarcar desde turbinas a jato até veículos blindados completos.

A aeronave pode carregar uma pá eólica de 105 metros por viagem, ou três lâminas de 80 metros, eliminando toda a complexidade da logística terrestre atual.

Projeto internacional com DNA militar

A construção do WindRunner é fruto de uma colaboração internacional entre cinco empresas:

  • A espanhola Aciturri desenvolve a estrutura da cauda;
  • A brasileira Akaer Engenharia fornece os sistemas de pressurização e integração da cabine;
  • A americana Astronautics Corporation cuida da aviônica;
  • A britânica Element Materials lida com o sistema de combustível;
  • E a californiana Ingenium Technologies cria os sistemas de controle de alta sustentanção.

O avião também está em avaliação pelo Departamento de Defesa dos EUA. Em maio, a USTRANSCOM assinou um acordo com a Radia para verificar sua viabilidade em missões de transporte logístico militar.

As possibilidades incluem o transporte de caças F-16 inteiros, sem desmontagem, e cargas volumosas como equipamentos de extração de petróleo e plataformas offshore.

Segundo o cientista Mark Lundstrom, fundador da Radia, o WindRunner foi projetado para ser o primeiro cargueiro de grande porte capaz de pousar em faixas de terra próximas a campos de energia e bases militares.

O projeto também conta com apoio de veteranos da Boeing, Lockheed Martin, FAA e do ex-secretário de Energia dos EUA, Ernest Moniz, que enxergam no WindRunner um marco para a transição energética.

Um impacto direto na transição climática

A principal função do WindRunner, segundo a Radia, é acelerar a adoção de energia renovável no planeta. Transportar turbinas gigantes com rapidez significa reduzir custos e ampliar a instalação de parques eólicos em locais antes iníveis.

Estimativas apontam que lâminas maiores podem triplicar a eficiência energética das turbinas e reduzir o custo por megawatt em até 30%. Mas elas só chegam onde precisam com um transporte sob medida, como o oferecido por esse novo gigante dos céus.

A empresa também defende que o WindRunner pode ajudar a remover quantidades dramáticas de CO2 da atmosfera. “Estamos oferecendo à indústria aeroespacial a chance de participar diretamente da luta contra as mudanças climáticas”, afirmou Paul Hanna, vice-presidente da Radia.

O primeiro voo completo é esperado até o final da década, com certificação pela FAA Part 25.

Ainda não se sabe qual empresa fornecerá os motores turbofan, mas o projeto já é considerado um divisor de águas na aviação de carga.

Para o setor de defesa, energia e infraestrutura, o WindRunner é uma promessa concreta de logística revolucionária.

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Jefferson S

Profissional com experiência militar no Exército, Inteligência Setorial e Gestão do Conhecimento no Sebrae-RJ e no Mercado Financeiro por meio de um escritório da XP Investimentos. Trago um olhar único sobre a indústria energética, conectando inovação, defesa e geopolítica. Transformo cenários complexos em conteúdo relevante sobre o futuro do setor de petróleo, gás e energia. Envie uma sugestão de pauta para: [email protected]

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