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Cientistas descobrem um “assassino de planetas” apontado para a Terra – e ele veio do início do universo

Escrito por Débora Araújo
Publicado em 08/03/2025 às 09:51
Cientistas descobrem um “assassino de planetas” apontado para a Terra – e ele veio do início do universo
Imagem gerada por inteligência artificial

Blazar apontado para a terra: Cientistas encontram buraco negro supermassivo a 12,9 bilhões de anos-luz e investigam seus efeitos.

Parece até roteiro de ficção científica, mas é real: um grupo de cientistas descobriu um blazar colossal que está apontado diretamente para a Terra. Chamado de J0410–0139, ele é o mais distante e antigo já encontrado, localizado a impressionantes 12,9 bilhões de anos-luz de nós. Isso significa que estamos vendo esse buraco negro supermassivo como ele era quando o universo tinha menos de 800 milhões de anos – um verdadeiro vislumbre do ado cósmico. Mas afinal, o que isso significa para nós? Esse blazar pode ser um verdadeiro “assassino de planetas”? Vamos entender melhor essa descoberta assustadora e fascinante ao mesmo tempo.

O que é um blazar e por que ele é tão perigoso?

Blazares são um dos fenômenos mais extremos do universo. Eles são uma variação de núcleos galácticos ativos (AGN), que abrigam buracos negros supermassivos sugando matéria ao seu redor. Quando essa matéria é absorvida, ela pode formar jatos de plasma lançados para o espaço quase à velocidade da luz. Se um desses jatos estiver apontado diretamente para nós, o objeto recebe o nome de blazar.

E por que isso é preocupante? Porque esses jatos liberam enormes quantidades de radiação de alta energia, incluindo raios X e raios gama, que podem ser letais para planetas que cruzam seu caminho. Se uma Terra alienígena estivesse perto demais de J0410–0139, por exemplo, sua atmosfera poderia ser completamente destruída, eliminando qualquer chance de vida por lá.

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O blazar mais antigo já registrado

A descoberta do J0410–0139 foi feita por pesquisadores liderados por Eduardo Bañados, do Instituto Max Planck de Astronomia. Eles estavam em uma missão para encontrar núcleos galácticos ativos no universo primordial, analisando objetos extremamente distantes que sofreram grande desvio para o vermelho – um fenômeno que ocorre devido à expansão do universo e que “esticou” a luz desses corpos celestes para comprimentos de onda mais longos.

O resultado foi surpreendente: os dados mostraram que a luz desse blazar levou incríveis 12,9 bilhões de anos para chegar até nós. Ou seja, ele já existia em uma época em que o universo era ainda um bebê cósmico, e já naquela época buracos negros supermassivos estavam ativos e disparando jatos de energia devastadores.

Entenda o que a nova descoberta significa

A descoberta do J0410–0139 tem implicações enormes para o estudo do universo. Segundo Bañados, encontrar um AGN (núcleo galáctico ativo) que esteja apontado diretamente para a Terra significa que devem existir muitos outros que não conseguimos ver.

Imagine que isso é como ganhar na loteria: se encontramos um blazar apontado para nós, é provável que centenas ou até milhares de outros tenham existido naquela época, mas estavam voltados para outras direções e, por isso, ainda não foram detectados.

Isso significa que buracos negros supermassivos antigos podem ser mais comuns do que pensávamos, o que levanta novas questões sobre como o universo primitivo era estruturado e como esses gigantes cósmicos se formaram tão cedo.

J0410–0139 pode ameaçar a Terra?

Apesar de o nome “assassino de planetas” parecer assustador, não há motivo para pânico. Para que um blazar consiga realmente destruir um planeta, ele precisa estar muito próximo, dentro do alcance de sua radiação intensa.

No caso do J0410–0139, ele está a bilhões de anos-luz de distância, o que significa que seu jato não representa risco para a Terra. Ainda assim, o estudo desses fenômenos é essencial para entendermos melhor o funcionamento dos buracos negros e o impacto que eles podem ter no cosmos.

Como os cientistas encontraram esse blazar?

Para detectar um objeto tão distante e energético, os cientistas precisaram de equipamentos poderosos e observatórios de ponta. A pesquisa foi possível graças a um esforço conjunto que incluiu:

  • US National Science Foundation Very Large Array – um dos maiores radiotelescópios do mundo
  • NSF Very Long Baseline Array – uma rede de telescópios que permite observações em altíssima resolução
  • Chandra X-ray Observatory – telescópio espacial especializado em raios X
  • Atacama Large Millimeter/submillimeter Array (ALMA) – um dos mais avançados observatórios do mundo, localizado no Chile

Combinando os dados dessas instalações, os cientistas conseguiram identificar e confirmar a presença desse blazar antigo, abrindo caminho para futuras descobertas.

O blazar J0410–0139 não só é o mais antigo já descoberto, mas também abre novas portas para o entendimento dos buracos negros supermassivos no início do universo. Sua existência sugere que esses fenômenos eram mais comuns do que imaginávamos, e muitos outros ainda podem estar escondidos no cosmos.

Felizmente, não há nenhum blazar ameaçando a Terra no momento, mas a ciência segue de olho nesses gigantes cósmicos. Afinal, entender os “assassinos de planetas” pode ser fundamental para desvendar os mistérios do universo.

E você, o que acha dessa descoberta? Impressionante ou assustadora? 🌌🚀

Fonte: Ecoticias

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Débora Araújo

Débora Araújo é redatora no Click Petróleo e Gás, com mais de dois anos de experiência em produção de conteúdo e mais de mil matérias publicadas sobre tecnologia, mercado de trabalho, geopolítica, indústria, construção, curiosidades e outros temas. Seu foco é produzir conteúdos íveis, bem apurados e de interesse coletivo. Para sugestões de pauta, correções ou contato direto: [email protected]

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