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Cientistas criam silicone que brilha e conduz eletricidade — novo material pode revolucionar telas, roupas inteligentes e até painéis solares flexíveis

Escrito por Valdemar Medeiros
Publicado em 01/06/2025 às 10:25
Cientistas criam silicone que brilha e conduz eletricidade
Foto meramente ilustrativa gerada pro IA

Cientistas dos EUA descobrem material que pode revolucionar o mercado de tecnologia: trata-se de um silicone semicondutor que pode ser usado em telas, roupas e painéis solares. Saiba tudo sobre o silicone que brilha

Cientistas desenvolveram um novo tipo de silicone semicondutor que, surpreendentemente, emite luz e conduz eletricidade — algo até então considerado incompatível com as propriedades tradicionais do silicone. A descoberta, feita por uma equipe de pesquisadores da University of Michigan, liderada por Richard Laine e Zijing (Jackie) Zhang, nos Estados Unidos, representa um salto na ciência dos materiais e pode ter aplicações revolucionárias em tecnologias como telas dobráveis, roupas inteligentes e painéis solares flexíveis.

Este novo silicone não apenas mantém as características de flexibilidade e resistência térmica que tornam o material amplamente usado na indústria, como agora também exibe propriedades elétricas e ópticas antes exclusivas de materiais rígidos e frágeis, como o silício cristalino. A combinação inédita entre flexibilidade mecânica e funcionalidade eletrônica promete abrir novas fronteiras para a eletrônica vestível e dispositivos portáteis.

O que é o silicone semicondutor que brilha?

O silicone, tradicionalmente, é um polímero conhecido por sua estabilidade térmica, elasticidade e excelente isolamento elétrico. Por isso, é amplamente utilizado em aplicações médicas, industriais e eletrônicas — mas quase sempre como e isolante e não como condutor.

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Neste estudo, os cientistas alteraram a estrutura molecular do silicone, incorporando compostos orgânicos semicondutores e siloxanos de cadeia lateral.

Cientistas criam silicone que brilha e conduz eletricidade
[Imagem: Zijing Zhang]

Essa modificação química permitiu a condução de elétrons e, mais importante, a emissão de luz visível quando estimulado eletricamente. Trata-se, portanto, de um silicone que brilha, com propriedades semicondutoras efetivas.

Impacto na tecnologia de telas flexíveis e dobráveis

Um dos principais usos esperados para o silicone semicondutor que brilha é na indústria de displays. Telas OLED flexíveis, usadas atualmente em smartphones e wearables, ainda dependem de substratos de plástico e eletrônicos rígidos, o que limita sua durabilidade e capacidade de deformação.

A integração do novo silicone permitirá o desenvolvimento de telas que realmente acompanhem os movimentos do corpo, podendo ser dobradas, esticadas ou até enroladas, sem perda de desempenho. Isso beneficia desde eletrônicos vestíveis, como smartwatches, até aplicações médicas e industriais, onde é necessário um monitoramento contínuo e discreto.

Além disso, por se tratar de um material leve, resistente e fácil de fabricar, ele pode reduzir custos de produção e simplificar a logística de distribuição desses dispositivos.

Roupas inteligentes mais avançadas e confortáveis

Outro campo promissor para esse silicone semicondutor é o das roupas inteligentes — uma área que tem crescido com a convergência entre moda e tecnologia. Vestuário equipado com sensores eletrônicos já é usado em esportes, saúde e segurança, mas sofre com limitações de conforto, durabilidade e lavabilidade.

Com o novo material, torna-se possível produzir tecidos eletrônicos que não apenas monitoram variáveis fisiológicas como frequência cardíaca e temperatura corporal, mas também reagem a esses dados emitindo sinais visuais ou alterando propriedades do próprio tecido. Imagine uma camiseta que muda de cor para indicar exaustão física ou uma jaqueta que se ilumina em áreas de risco com pouca visibilidade.

A flexibilidade e a biocompatibilidade do silicone tornam-no ideal para contato direto com a pele, e sua condutividade permite a comunicação com outros dispositivos via Bluetooth ou NFC, integrando-se a ecossistemas de IoT (Internet das Coisas).

Potencial para energia solar flexível e portátil

Outro grande benefício do silicone semicondutor que brilha é sua aplicação em painéis solares flexíveis. Células solares convencionais, feitas de silício cristalino, são eficientes, mas frágeis e pesadas. Embora existam alternativas flexíveis, como células de perovskita ou polímeros orgânicos, estas sofrem com estabilidade e durabilidade.

O novo silicone apresenta uma solução potencial: combina resistência ambiental com capacidade de conversão de energia e flexibilidade estrutural. Isso permitiria a criação de painéis solares que podem ser dobrados, enrolados ou aplicados a superfícies irregulares — como mochilas, barracas de camping, drones, capacetes ou roupas.

Essa tecnologia pode beneficiar regiões isoladas, operações militares, missões espaciais e comunidades fora da rede elétrica, contribuindo para o avanço da energia limpa e descentralizada.

Contribuição para a sustentabilidade e redução do lixo eletrônico

Além dos benefícios tecnológicos, o novo silicone semicondutor também levanta discussões sobre sustentabilidade. Materiais flexíveis que conduzem eletricidade e emitem luz podem ajudar a reduzir o uso de metais pesados e componentes rígidos difíceis de reciclar.

A fabricação de dispositivos eletrônicos com esse silicone que brilha pode gerar menos resíduos industriais e ampliar o ciclo de vida dos produtos. Isso é especialmente importante diante da crescente preocupação com o lixo eletrônico. Dessa forma, a inovação não apenas impulsiona a evolução tecnológica, mas também contribui para soluções mais responsáveis do ponto de vista ambiental e econômico.

Desafios técnicos e próximos os

Apesar dos avanços, ainda há obstáculos a serem superados antes que o novo material possa ser produzido em escala industrial:

Estabilidade química: um dos maiores desafios de materiais semicondutores orgânicos é garantir que suas propriedades permaneçam estáveis ao longo do tempo e sob diferentes condições ambientais, como exposição à umidade, calor e radiação UV.

Eficiência da emissão de luz: Embora o silicone semicondutor seja capaz de emitir luz, sua eficiência ainda é inferior à de LEDs comerciais. Otimizações químicas e estruturais ainda são necessárias para torná-lo competitivo.

Integração com componentes eletrônicos tradicionais: A compatibilidade entre o novo material e circuitos já existentes também precisa ser estudada, para que a transição industrial ocorra de forma viável.

    Silicone semicondutor pode abrir novas possibilidades no setor de tecnologia

    A criação de um silicone semicondutor que brilha e conduz eletricidade representa um marco na ciência dos materiais. Ele une o melhor de dois mundos: a flexibilidade e robustez do silicone com a funcionalidade dos materiais eletrônicos ativos.

    Com aplicações que vão de telas dobráveis e roupas inteligentes até painéis solares flexíveis, esse avanço pode transformar a forma como interagimos com a tecnologia, tornando-a mais integrada ao corpo humano, ao ambiente e ao cotidiano.

    O material ainda enfrenta desafios técnicos, mas o entusiasmo entre os pesquisadores é grande. A pesquisa, publicada e repercutida por centros de inovação, aponta para uma revolução silenciosa — conduzida por um silicone que, agora, também brilha.

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    Valdemar Medeiros

    Jornalista em formação, especialista na criação de conteúdos com foco em ações de SEO. Escreve sobre Indústria Automotiva, Energias Renováveis e Ciência e Tecnologia

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