Autoridades americanas acusam dois cientistas chineses de tentar levar fungo classificado como arma de agroterrorismo aos EUA.
Dois cientistas chineses estão no centro de uma investigação federal nos Estados Unidos. Eles são acusados de tentar contrabandear um fungo classificado como arma biológica de agroterrorismo para o território americano.
Acusação formal do FBI
Jian Yunqing, de 33 anos, e Liu Zunyong, de 34, são os pesquisadores envolvidos.
O Gabinete do Procurador dos EUA para o distrito leste de Michigan anunciou as acusações. Ambos enfrentam acusações de contrabando de mercadorias, conspiração, fraude de visto e fornecimento de declarações falsas.
-
De hacker condenado por tentar extorquir a Apple com dados de usuários a executivo contra fraudes: o jovem de 22 anos que deu a volta por cima em uma reviravolta surpreendente
-
Nova tecnologia que você vai querer ter na sua casa imprime solar em mochilas e celulares
-
Adesivo revolucionário promete energia solar em qualquer superfície e transforma parede, carro, janela e mais, em solar
-
Tecnologia que promete revolucionar o setor de energia renovável: Novo solar transparente transforma janelas e tela de celular em geradores de energia
Segundo a denúncia, Liu tentou entrar nos Estados Unidos com o fungo pelo Aeroporto de Detroit.
A intenção seria estudá-lo em um laboratório da Universidade de Michigan. Jian, namorada de Liu, já trabalhava no laboratório.
As investigações apontam que a universidade não possui as autorizações federais necessárias para manusear o patógeno.
O fungo considerado arma biológica
O fungo em questão é o Fusarium graminearum. Ele pode ser devastador tanto para humanos quanto para animais.
Segundo o FBI, o fungo é classificado como uma “arma potencial de agroterrorismo“. Seus efeitos incluem vômitos, danos ao fígado e defeitos reprodutivos em humanos e animais.
Além dos riscos diretos à saúde, o fungo também representa ameaça à economia. Ele pode destruir grandes quantidades de plantações, causando ferrugem em culturas como trigo e cevada.
Estima-se que os prejuízos globais ultraem bilhões de dólares por ano. Por esses motivos, o patógeno desperta grande preocupação nas autoridades americanas.
Financiamento chinês e envolvimento político
As investigações também revelaram que Jian recebeu financiamento do governo chinês para suas pesquisas anteriores com o fungo na China.
Além disso, foi constatado que ela é membro do Partido Comunista Chinês. Esse vínculo político elevou ainda mais o tom das autoridades americanas sobre o caso.
O diretor do FBI, Kash Patel, fez um alerta em suas redes sociais. “Este caso é um lembrete preocupante de que o PCC está trabalhando dia e noite para enviar agentes e pesquisadores para se infiltrar em instituições americanas e atingir nosso suprimento de alimentos, o que teria consequências graves… colocando vidas americanas e nossa economia em sério risco“, escreveu Patel.
Ele ainda prometeu que o FBI continuará agindo para proteger o país dessas ameaças.
Detalhes da investigação
De acordo com o FBI, Liu inicialmente mentiu sobre o transporte do patógeno durante a entrada no país, em julho de 2024. Mais tarde, acabou confessando.
Ainda segundo a denúncia, ambos já haviam estudado o fungo na China antes da tentativa de levá-lo aos Estados Unidos.
No telefone de Liu foi encontrado um artigo científico intitulado “Guerra entre Plantas e Patógenos em Condições Climáticas Mutantes“. Conversas de mensagens entre o casal sugerem que Jian já trabalhava com o fungo antes da chegada de Liu ao aeroporto americano.
A Universidade de Michigan divulgou uma nota oficial. A instituição afirmou não ter recebido financiamento do governo chinês para os projetos conduzidos pelos acusados.
Também condenou “qualquer ação que busque causar danos, ameaçar a segurança nacional ou prejudicar a missão pública essencial da universidade.”
Desdobramentos legais
Jian compareceu ao tribunal nesta semana e foi encaminhada de volta à prisão. Sua audiência de fiança está marcada para quinta-feira.
O advogado designado para sua primeira aparição não quis comentar o caso, segundo informou a Associated Press.
Já Liu não foi preso. Como os Estados Unidos não possuem tratado de extradição com a China, as autoridades consideram pouco provável que ele seja detido, a menos que retorne voluntariamente ao país.
Reação do governo americano
O procurador dos EUA, Jerome Gorgon Jr., classificou o caso como uma ameaça de segurança nacional. “Esses dois alienígenas foram acusados de contrabandear um fungo que foi descrito como uma ‘arma potencial de agroterrorismo’ para o coração dos Estados Unidos, onde aparentemente pretendiam usar um laboratório da Universidade de Michigan para dar continuidade ao seu esquema“, declarou.
A acusação surge em meio a uma política mais rigorosa em relação à presença de estudantes chineses nos EUA.
Recentemente, o Secretário de Estado Marco Rubio prometeu revogar agressivamente vistos de estudantes chineses. A China, por sua vez, classificou a medida como discriminatória.
Atualmente, a China é o segundo país com maior número de estudantes estrangeiros nos Estados Unidos, ficando atrás apenas da Índia.