Nova tecnologia de folhas metálicas ultrafinas promete transformar a indústria eletrônica, permitindo dispositivos mais compactos, leves e de alto desempenho
Pesquisadores da Academia Chinesa de Física desenvolveram folhas de metal com somente alguns átomos de espessura. O estudo, publicado na revista Nature, mostra que uma nova técnica permite fabricar folhas 2D de bismuto (Bi), gálio(Ga), índio(In) , estanho (Sn) e chumbo (Pb).
Esses materiais são centenas de milhares de vezes mais finos do que um fio de cabelo humano.
A inovação desse trabalho está na estabilidade dessas folhas. Quando os metais são reduzidos a uma espessura tão fina, suas propriedades mudam significativamente devido ao confinamento quântico.
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No entanto, estabilizar esses materiais em tamanhos maiores sempre foi um desafio. Os átomos tendem a retornar ao seu arranjo tridimensional e oxidam rapidamente quando expostos ao ar.
A equipe chinesa desenvolveu um método prático e ível para contornar esse problema. Usando uma prensa hidráulica de bancada, os pesquisadores produziram cristais 2D obtidos no ar e com dimensões superiores a 100 micrômetros.
Esse tamanho é significativamente maior do que o progresso pelas técnicas anteriores, que proporcionam equipamentos mais sofisticados e caros.
Folhas de metal ultrafinas: uma nova abordagem para metais 2D
Os cientistas afirmam que o método pode ser aplicado a qualquer metal com baixo ponto de fusão. O processo envolve o aquecimento do metal e sua extensão entre duas bigornas de safira. À medida que o material esfria, forma-se uma folha ultrafina, que pode ser separada do aparelho sem comprometer sua estrutura.
A inovação chamou a atenção da comunidade científica. Javier Sanchez-Yamagishi, físico especializado em materiais 2D da Universidade da Califórnia, destacou que a estabilidade e o tamanho dessas folhas abrem muitas possibilidades.
Segundo ele, a descoberta é um ponto de partida para novas pesquisas, possibilitando a integração desses metais com outros materiais e a criação de dispositivos eletrônicos avançados.
“Este é somente um ponto de partida“, disse Javier Sanchez. “Agora, outras pessoas podem intervir e começar a estudar as propriedades das folhas de metal.“
O método desenvolvido pelos pesquisadores chineses diferencia as abordagens anteriores justamente pela escala de produção. Embora não seja a primeira vez que metais atomicamente finos sejam fabricados, os resultados obtidos nesse estudo se destacam pelas previsões do processo e pela qualidade das folhas produzidas.
Impacto na indústria eletrônica
A descoberta pode revolucionar o design de dispositivos eletrônicos. Especialistas apontam que essas folhas de metal ultrafinas podem ser usadas na fabricação de transistores de baixo consumo energético, chips de alto desempenho e detectores extremamente sensíveis.
A possibilidade de fabricar esses metais em larga escala pode levar ao desenvolvimento de novos componentes eletrônicos e fotônicos.
A pesquisa mostrou que a técnica é eficiente para a produção de folhas finas de diferentes metais, indicando um grande potencial para aplicações futuras.
O próximo o para os cientistas será explorar mais o fundo das propriedades elétricas e mecânicas dessas folhas.
Compreender como esses materiais se comportam em diferentes condições pode levar a avanços importantes em eletrônica, nanotecnologia e até mesmo na construção de sensores mais precisos.
A equipe responsável pelo estudo acredita que outros pesquisadores poderão utilizar essa técnica para expandir o conhecimento sobre metais 2D.
A descoberta abre novas possibilidades na criação de metais ultrafinos, que podem desempenhar um papel essencial na próxima geração de tecnologias eletrônicas.