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ChatGPT pode te deixar sem emprego: inteligência artificial deve impactar 31,3 milhões de empregos no Brasil e afetar essas 13 profissões

Escrito por Alisson Ficher
Publicado em 07/06/2025 às 16:22
Inteligência artificial deve impactar 31,3 milhões de empregos no Brasil, com transformações profundas nas profissões e no mercado de trabalho.
Inteligência artificial deve impactar 31,3 milhões de empregos no Brasil, com transformações profundas nas profissões e no mercado de trabalho.

Os avanços da inteligência artificial estão remodelando profissões e acelerando mudanças no mercado de trabalho brasileiro, revelando impactos profundos em diferentes setores que poucos esperavam — e indicando transformações que desafiam trabalhadores e empresas a se reinventarem.

A inteligência artificial generativa, conhecida como GenAI, deve transformar radicalmente o mercado de trabalho brasileiro, atingindo cerca de 31,3 milhões de empregos no país em 2025, segundo análise da consultoria LCA 4intelligence baseada em estudo da Organização Internacional do Trabalho (OIT).

Cerca de 5,4% dos trabalhadores brasileiros exercem funções com alto grau de exposição a tecnologias como o ChatGPT, que podem ser quase totalmente automatizadas, colocando em risco a contratação nesses setores.

Esse número representa um aumento significativo de 4,3 pontos percentuais em comparação a 2012, indicando uma aceleração na presença da inteligência artificial no ambiente profissional nacional.

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O impacto deve se concentrar em pelo menos 13 áreas profissionais, que envolvem diretamente 5,538 milhões de trabalhadores.

Entre as profissões mais vulneráveis estão analistas financeiros, corretores de bolsa, desenvolvedores de páginas web, vendedores por telefone, e escriturários gerais.

O grau de influência da IA é medido pelo nível de exposição da função, que vai até 4 – quanto maior o índice, maior a probabilidade da tarefa ser automatizada.

Desde 2012, a parcela dos trabalhadores brasileiros com algum grau de exposição à inteligência artificial ou de 26,8% para 30,5% em 2025, conforme adaptado pela LCA para o mercado nacional com base em dados da OIT.

Apesar do avanço da automação, especialistas alertam que a IA não eliminará as profissões, mas sim provocará uma transformação nas tarefas desempenhadas.

Segundo Bruno Imaizumi, responsável pelo estudo da LCA, haverá uma “reestruturação de atividades dentro das ocupações, com a IA assumindo tarefas rotineiras e liberando tempo para ações mais complexas e criativas”.

Ele ressalta que essa mudança pode resultar em ganhos significativos de produtividade para os trabalhadores afetados.

Luís Guedes, professor da FIA Business School, destaca que o conceito de “impacto” da IA no emprego precisa ser visto com cuidado.

“Se alguém no início do século 20 perguntasse quem seria afetado pela eletricidade, a resposta certamente seria ‘todos'”, exemplifica.

Para Guedes, a inteligência artificial deve alterar quase todas as ocupações, mas isso não significa que as funções deixarão de existir.

“A IA vai reconfigurar o mercado de trabalho, criando novas especializações e exigindo uma adaptação constante dos profissionais”, afirma o professor.

Veja as 13 profissões mais impactadas pela IA generativa:

  1. Escriturários gerais
  2. Analistas financeiros
  3. Desenvolvedores de páginas de internet e multimídia
  4. Agentes e corretores de bolsa, câmbio e outros serviços financeiros
  5. Agentes de empréstimos e financiamento
  6. Operadores de máquinas de processamento de texto e mecanógrafos
  7. Operadores de entrada de dados
  8. Trabalhadores de contabilidade e cálculo de custos
  9. Profissionais de serviços estatísticos, financeiros e de seguros
  10. Responsáveis pela folha de pagamento
  11. Trabalhadores do serviço de pessoal
  12. Profissionais de apoio istrativo em geral
  13. Vendedores por telefone

A transição para esse novo cenário tecnológico pode ser especialmente difícil para os trabalhadores mais vulneráveis, principalmente aqueles com menor escolaridade.

Por isso, especialistas como Bruno Imaizumi defendem que políticas públicas voltadas para requalificação profissional e e a pequenas e microempresas sejam encaradas como prioridade para o Estado.

Essa visão também foi compartilhada pelo prêmio Nobel de Economia James A. Robinson durante conferência sobre os impactos da IA no mercado de trabalho no Sul global, realizada na Arábia Saudita em janeiro de 2025.

Robinson ressaltou a necessidade urgente de que governos desenvolvam estratégias que aumentem a produtividade diante das mudanças provocadas pela inteligência artificial e pela crise climática.

Um grupo que merece atenção especial é o dos jovens de 14 a 17 anos, que ocupam o terceiro nível mais vulnerável às transformações causadas pela IA generativa.

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No Brasil, pelo menos 12,8% dos trabalhadores nessa faixa etária estão no nível 4 de exposição à automação, reflexo da concentração desses jovens em funções istrativas e operacionais.

Conforme relatório apresentado na mesma conferência da OIT, em países do Sul global, seis em cada dez jovens entre 15 e 24 anos trabalham na informalidade, índice que chega a oito em cada dez nas nações mais pobres.

O Sul global abriga atualmente 1,1 bilhão de jovens e projeta-se que esse número suba para 1,2 bilhão em 2033, porém apenas 420 milhões terão emprego, em sua maioria em condições precárias.

A pesquisa da LCA indica que, embora países como o Brasil enfrentem forte impacto da GenAI, as nações mais afetadas serão aquelas com maior renda e trabalhadores mais qualificados.

“A maior exposição dos países ricos à inteligência artificial está ligada a fatores como digitalização avançada, infraestrutura tecnológica robusta, qualificação do capital humano, urbanização e presença de setores intensivos em informação e tecnologia”, explica Imaizumi.

Outro dado que chama atenção é a disparidade de gênero no impacto da IA.

No Brasil, 7,8% das mulheres trabalham em ocupações altamente expostas à automação, mais do que o dobro do percentual masculino, que é de 3,6%.

Essa diferença ocorre porque as mulheres estão concentradas em profissões istrativas, escritórios e atendimento ao cliente, que são mais vulneráveis à automação.

Além disso, trabalhadores com ensino médio completo ou ensino superior incompleto representam 13,9% daqueles que serão diretamente afetados pela GenAI.

Apesar dos desafios, o avanço da inteligência artificial deve ser encarado também como uma oportunidade.

Novas profissões ligadas diretamente à IA devem surgir, e a reestruturação do mercado criará espaço para especializações inéditas.

Para muitos especialistas, a tecnologia será uma aliada para a criação de empregos que ainda nem existem, exigindo preparação e adaptação constante dos profissionais.

Diante desse cenário, como você acredita que a inteligência artificial poderá transformar o seu mercado de trabalho? Você está preparado para as mudanças que a GenAI pode trazer?

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Alisson Ficher

Jornalista formado desde 2017 e atuante na área desde 2015, com seis anos de experiência em revista impressa, agens por canais de TV aberta e mais de 12 mil publicações online. Especialista em política, empregos, economia, cursos, entre outros temas. Registro profissional: 0087134/SP. Se você tiver alguma dúvida, quiser reportar um erro ou sugerir uma pauta sobre os temas tratados no site, entre em contato pelo e-mail: [email protected]. Não aceitamos currículos!

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