No novo Market Outlook 2025, divulgado dias antes do Paris Air Show, Arjan Meijer afirma que aeronaves de até 150 assentos terão papel central em um mundo mais polarizado e estratégico, onde a demanda por conectividade regional ganha protagonismo.
A Embraer divulgou hoje seu novo relatório Market Outlook 2025, apresentando projeções para o setor de aviação comercial nos próximos 20 anos.
No documento, o CEO da companhia, Arjan Meijer, enviou uma mensagem direta ao setor aéreo global, destacando a importância de adaptação em meio a transformações geopolíticas, econômicas e ambientais.
“O futuro da aviação será definido não apenas pela escala, mas pela capacidade de conectar melhor pessoas, lugares e economias”, afirmou o executivo.
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A mensagem do CEO abre o relatório com um tom de alerta e visão estratégica. Meijer destaca que, cinco anos após o início da pandemia, as mudanças estruturais provocadas pela crise sanitária global continuam moldando o mercado.
Com o avanço da busca por autonomia estratégica entre países e blocos econômicos, a conectividade regional, segundo ele, se tornará ainda mais vital para o desenvolvimento econômico e social.
O relatório prevê que a demanda por aeronaves de até 150 assentos, especialidade da Embraer, alcançará 10.500 unidades até 2044, sendo 8.720 jatos e 1.780 turboélices, movimentando cerca de US$ 680 bilhões.
Para Meijer, aeronaves menores são essenciais para atender rotas com menor demanda, aumentar a frequência de voos e levar conectividade a comunidades ainda pouco atendidas, tudo isso com melhor desempenho ambiental e controle de custos para as companhias.
Segundo o Market Outlook 2025, a China deve liderar o crescimento anual da aviação em termos de RPK (receita por ageiro por quilômetro), com uma média de 5,7% ao ano. Na sequência aparecem América Latina (4,7%), África e Oriente Médio (4,4% cada).
A América do Norte, apesar de liderar em número de entregas, crescerá a uma taxa de 2,4% ao ano. O documento também aponta que, até 2044, 39% de todo o tráfego global de ageiros será concentrado na Ásia-Pacífico.
A mensagem de Meijer também destaca a importância das frotas mistas, combinando aeronaves de diferentes tamanhos para permitir mais flexibilidade e resiliência às companhias aéreas.
Segundo ele, essa estratégia permitirá alinhar melhor a oferta à demanda, ampliar redes de destinos e apoiar metas nacionais de mobilidade e integração regional. “Frotas mistas são essenciais para o crescimento sustentável do setor”, reforça o CEO.
Nas previsões por região, a América do Norte liderará as entregas de jatos (2.680 unidades), seguida pela Europa/CIS (1.990) e China (1.500). Já nos turboélices, a Ásia-Pacífico responderá por 36% das entregas, seguida por América do Norte, Europa e África.
Essa distribuição reforça a tese de que o crescimento da aviação nos próximos anos estará diretamente ligado à conectividade entre centros regionais, mais do que aos grandes hubs internacionais.
A Embraer, com sede em São José dos Campos, é reconhecida mundialmente como líder na fabricação de jatos de até 150 assentos.
Desde sua fundação em 1969, a companhia já entregou mais de 9 mil aeronaves, com uma decolagem a cada 10 segundos em algum ponto do planeta. A empresa mantém presença global com unidades industriais, centros de serviço e escritórios espalhados pelas Américas, Europa, África e Ásia.
O relatório completo, que será apresentado oficialmente durante o Paris Air Show, já está disponível ao público e especialistas do setor.
Nele, a Embraer reforça seu compromisso em desenvolver soluções que respondam aos desafios atuais e às oportunidades do futuro da aviação.
A mensagem do CEO não deixa dúvidas: o novo jogo da aviação será jogado nos céus das pequenas e médias cidades, com aeronaves ágeis, sustentáveis e estrategicamente posicionadas para um mundo em transformação.
Leia a seguir o comunicado traduzido
UMA MENSAGEM DO CEO
Rumo a uma indústria da aviação mais conectadaA indústria da aviação continua a navegar por um cenário global moldado por forças econômicas em transformação, incertezas geopolíticas e prioridades ambientais.
Cinco anos após o início da pandemia, muitas das mudanças estruturais desencadeadas por ela se mostraram duradouras.
Está claro que o transporte aéreo também será impactado por esse novo panorama global, e por isso é essencial compreender e antecipar como as dinâmicas de mercado irão evoluir.
Em nosso primeiro Market Outlook pós-pandemia, destacamos a transição da globalização para um panorama geopolítico mais polarizado.
Hoje, à medida que países e regiões buscam maior autonomia estratégica, a demanda por o regional tende a crescer.
Para prosperar, o transporte aéreo precisa oferecer melhor conectividade e serviços de maior qualidade. É nesse contexto que aeronaves menores ganham um papel cada vez mais importante.
Aeronaves com até 150 assentos oferecem a agilidade necessária para operar rotas com menor demanda, aumentar frequências e conectar comunidades pouco atendidas, tudo isso ajudando as companhias aéreas a manter disciplina de custos e desempenho ambiental.
Nosso Market Outlook 2025 explora como o transporte aéreo está evoluindo e como as companhias podem responder com estratégias de frota mais flexíveis e resilientes.
Acreditamos que frotas mistas, que combinem aeronaves narrowbody pequenas e grandes, são essenciais para o crescimento sustentável no longo prazo.
Elas oferecem a versatilidade necessária para ajustar a capacidade à demanda, expandir redes de destinos e apoiar metas de desenvolvimento nacional e regional.
Na Embraer, seguimos focados em entregar soluções aeronáuticas preparadas para os desafios de hoje e para as oportunidades de amanhã.
O futuro da aviação será definido não apenas pela escala, mas pela nossa capacidade de conectar pessoas, lugares e economias.
Aproveite a leitura desta edição do Market Outlook. Ela oferece uma visão clara sobre a relevância do segmento de até 150 assentos e as oportunidades que estão por vir.
ARJAN MEIJER
Presidente & CEO
Aviação Comercial – Embraer