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Tempo de leitura 4 min de leitura Comentários 13 comentários

Caminhões chineses no Brasil: a montadora está redefinindo o mercado com preços agressivos

Escrito por Bruno Teles
Publicado em 17/05/2025 às 15:52
Atualizado em 19/05/2025 às 10:15
Caminhões chineses no Brasil: entenda como a Foton está abalando o setor com preços agressivos, tecnologia e planos ambiciosos.
Caminhões chineses no Brasil: entenda como a Foton está abalando o setor com preços agressivos, tecnologia e planos ambiciosos.
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Tradicionalmente dominado por poucas marcas, o setor de transporte pesado vê a chegada de novos competidores. A Foton lidera a nova onda de caminhões chineses no Brasil, apostando em tecnologia e custo-benefício.

A China, agora, mira o segmento de caminhões, e a Foton é uma das principais forças dessa mudança. Com investimentos diretos e uma linha de produtos adaptada, a marca quer uma fatia significativa do mercado brasileiro, desafiando o status quo dos caminhões chineses no Brasil com uma proposta agressiva.

Por décadas, as estradas brasileiras foram o território de marcas consagradas de caminhões como Mercedes-Benz, Volvo, Scania e Volkswagen. Esses gigantes construíram um legado de confiança, focando em potência, manutenção e valor de revenda. Contudo, uma transformação silenciosa, similar à que vimos com celulares e carros elétricos, está em curso no setor de transporte pesado.

O domínio tradicional e a nova onda dos caminhões chineses no Brasil

O mercado brasileiro de caminhões sempre foi caracterizado pela forte presença de fabricantes tradicionais, que conquistaram a lealdade dos transportadores ao longo de muitos anos. Potência, rede de manutenção e valor de revenda sempre foram os pilares na decisão de compra. No entanto, este cenário está prestes a mudar com a entrada mais assertiva dos caminhões chineses no Brasil.

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A Foton, marca chinesa com ambições globais, está investindo pesadamente para ver seus veículos – de leves a extrapesados, incluindo elétricos – ganhando as estradas do país. A empresa não se contenta mais com um papel secundário e busca competir diretamente com os nomes estabelecidos, sinalizando uma nova era para os caminhões chineses no Brasil.

A ascensão da Foton: da China para o cenário global de caminhões

Caminhões chineses no Brasil a montadora está redefinindo o mercado com preços agressivos

Fundada em 28 de agosto de 1996, em meio à abertura econômica da China, a Foton iniciou sua trajetória produzindo caminhões leves, tratores e máquinas agrícolas. Seu crescimento foi rápido, e já em 2002 lançava a linha Auman, veículos pesados robustos. A Foton percebeu cedo a importância de parcerias estratégicas para competir globalmente.

Em 2006, formou uma sociedade com a Cummins para motores a diesel. Em 2012, aliou-se à Daimler (Mercedes-Benz) para desenvolvimento de caminhões pesados, e posteriormente integrou câmbios da renomada ZF. Esse “combo” tecnológico impulsionou a Foton de coadjuvante a protagonista. A expansão global foi acelerada, e hoje a Foton, maior exportadora de veículos comerciais da China, está presente em mais de 130 países. A empresa também se destacou na inovação limpa, produzindo caminhões 100% elétricos para uso urbano e ônibus movidos a hidrogênio.

A jornada da Foton no Brasil

Os caminhões chineses no Brasil através da Foton apareceram pela primeira vez em 2010, de forma discreta, via um importador local. A marca era pouco conhecida em um mercado dominado por gigantes. Em 2014, a Foton anunciou a construção de uma fábrica em Guaíba (RS) e iniciou a montagem de caminhões em CKD em parceria com a Agrale. Contudo, a crise econômica de 2015-2016 e, posteriormente, a pandemia de 2020, frearam os planos, e a operação patinou com vendas baixas e rede de concessionárias mínima.

A grande virada ocorreu em 2022, quando a matriz em Pequim assumiu 100% da operação no Brasil. Com gestão direta, a Foton ganhou fôlego. A linha de caminhões leves e médios Aumark S, com motor Cummins, câmbio ZF e preço agressivo, começou a ganhar a confiança de pequenos frotistas e empresários. As vendas cresceram consistentemente. Na esteira desse sucesso, a Foton lançou o iBlue, um caminhão 100% elétrico para distribuição urbana, mostrando seu foco em tendências e se destacando entre os caminhões chineses no Brasil pela inovação.

Os próximos os da Foton e dos caminhões chineses no Brasil

A Foton planeja uma forte expansão de seu portfólio de caminhões chineses no Brasil. Entre os próximos lançamentos estão o mini caminhão Wonder para entregas urbanas, o semipesado Auman 17T para transporte regional, e a muito aguardada picape Tunland, prevista para chegar em versão híbrida diesel-elétrica em 2025. Há também rumores sobre o desenvolvimento do Auman Galaxy, um caminhão extrapesado com mais de 600 cavalos, para competir com Scania e Volvo.

O objetivo da Foton é se tornar uma marca “full liner”, atendendo a todas as necessidades do transporte. A meta declarada é conquistar 10% do mercado brasileiro de caminhões nos próximos cinco anos. A ideia de uma fábrica no Brasil não foi abandonada e pode ser retomada se as vendas continuarem crescendo, transformando o país em uma base de exportação para a América do Sul.

O futuro dos caminhões chineses no Brasil

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Apesar dos planos ambiciosos, a Foton e outros fabricantes de caminhões chineses no Brasil enfrentam barreiras significativas. A principal é ganhar a confiança do transportador brasileiro, que valoriza tradição, pós-venda eficiente, disponibilidade de peças e valor de revenda. A Foton está ciente disso e prioriza a construção de uma rede forte de concessionárias e um pós-venda funcional.

Outro desafio é a concorrência direta com as marcas gigantes já estabelecidas, com fábricas locais e redes consolidadas. No entanto, a entrada agressiva dos caminhões chineses no Brasil, oferecendo produtos competitivos a preços mais baixos, pode forçar as marcas tradicionais a ajustarem suas próprias estratégias. No final, uma maior concorrência tende a beneficiar o consumidor, que terá mais opções e possivelmente melhores condições no mercado de caminhões chineses no Brasil.

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Cristiano
Cristiano
19/05/2025 21:57

Praticamente a mesma proposta da Sinotruc e internacional, não a confiança.

Eduardo Del Nery
Eduardo Del Nery
19/05/2025 14:57

Motor Cummins e Eletrônica Bosch , Se for bem montado , Tem tudo para emplacar !!! O Chassis e os Eixos são muito importantes também . Espero que a Marca Ganhe Espaço . Que forçam os preços para Baixo !!! Quanto mais concorrência, melhor $ , para o Consumidor .

João Vitor
João Vitor
18/05/2025 21:36

Concorrência se faz necessário para poder baixar os valores estratosfericos cobrado hoje pelas marcas tradicionais

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Bruno Teles

Falo sobre tecnologia, inovação, petróleo e gás. Atualizo diariamente sobre oportunidades no mercado brasileiro. Com mais de 7.000 artigos publicados nos sites G, Naval Porto Estaleiro, Mineração Brasil e Obras Construção Civil. Sugestão de pauta? Manda no [email protected]

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