BYD entra em guerra contra fake news: recompensas de até R$ 3,48 milhões são oferecidas a quem ajudar a identificar redes que divulgam informações falsas sobre seus veículos
O mercado de carros elétricos se tornou sufocante na China. A competição chegou a um ponto em que algumas empresas do setor começaram a denunciar campanhas difamatórias contra elas. A mais recente a tomar essa atitude foi a BYD.
“Aceitamos críticas da mídia e a supervisão pública, mas não toleraremos conteúdo difamatório ou acusações falsas.” Com essas palavras, Li Yunfei, gerente geral da marca BYD e do departamento de relações públicas, se referiu ao caso em declarações publicadas pelo site CarNewsChina.
O tom firme veio após a BYD denunciar formalmente 37 influenciadores que, segundo a empresa, estariam promovendo uma campanha coordenada de desinformação com o objetivo de prejudicar suas vendas.
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Mais de 150 contas sob suspeita
Além dessas 37 contas já denunciadas, a gigante chinesa segue monitorando outras 126 contas que, de acordo com seus analistas, também estariam disseminando informações falsas ou prejudiciais contra a marca. A própria empresa confirmou essa informação em um comunicado oficial no WeChat, segundo o CarNewsChina.
No anúncio, a BYD especifica o número de contas denunciadas e monitoradas, mas também destaca que qualquer pessoa que fornecer pistas sobre as contas que estejam organizando essas campanhas de difamação será recompensada. Especificamente, a empresa oferece entre R$ 290 mil (50.000 yuans) e R$ 3,48 milhões (5 milhões de yuans) para quem contribuir com informações úteis.
Caça aos difamadores nas redes sociais
A campanha da empresa também coincide com uma publicação no Weibo em que a BYD reforça seu histórico de atuação e sua boa reputação. É justamente no Weibo e em outras redes sociais, como o TikTok, que a empresa concentra seus esforços para identificar usuários que, segundo ela, estariam espalhando informações falsas sobre a marca.
Não é a primeira vez que a BYD adota esse tipo de estratégia. No ano ado, a empresa já havia tomado medidas semelhantes, como também fez em 2021. Em seus comunicados, a marca reforça que qualquer pessoa que consiga identificar claramente indivíduos, agências de publicidade ou empresas automobilísticas envolvidas em campanhas de difamação será recompensada, e que esses casos serão devidamente apurados e comunicados ao público.
Outras empresas também na mira
Embora, por seu tamanho e visibilidade, a BYD esteja liderando esse movimento, não é a única montadora chinesa a denunciar tais práticas. Segundo informações do site Sina Finance, a NIO também teria sido alvo de campanhas semelhantes. Mais recentemente, a Xiaomi relatou que enfrentou uma ofensiva difamatória poucas horas antes da apresentação oficial do seu carro elétrico Xiaomi SU7.
Exemplos de sanções judiciais
No caso da BYD, o CarNewsChina cita alguns exemplos já publicados pela empresa. Um usuário do Weibo foi condenado pela Justiça chinesa a pagar R$ 69,6 mil (100.000 yuans) por afirmar falsamente que a empresa manipulava influenciadores. O mesmo valor foi imposto a outro usuário que insultou publicamente a BYD e seus executivos.
Outro caso envolveu um usuário que terá de desembolsar cerca de R$ 55,7 mil (80.000 yuans) por divulgar informações falsas sobre a segurança e a qualidade dos carros BYD.
Todos esses casos foram investigados ou estão sendo analisados pelas autoridades judiciais. Segundo a empresa, as informações falsas incluíam relatos de supostas explosões de veículos e dados financeiros fabricados que sugeriam um possível risco de falência da marca.