Das cozinhas brasileiras às prateleiras de multinacionais bilionárias, marcas como Brastemp, Consul e Dako enfrentaram reviravoltas surpreendentes, aquisições inesperadas e mudanças que nem todo consumidor percebeu, mas que mudaram o mercado de eletrodomésticos no Brasil.
De símbolos de status a aquisições internacionais: entenda como essas marcas se transformaram ao longo dos anos e qual é o seu verdadeiro dono hoje.
Durante décadas, marcas como Brastemp, Consul e Dako foram presenças constantes nas casas brasileiras.
Muito além de eletrodomésticos, elas se tornaram sinônimo de tradição, inovação e até afeto familiar.
-
A placa de trânsito com circulo vermelho e traço diagonal preto que está confundindo motoristas – saiba o que ela significa no trânsito brasileiro
-
Correia Dentada: O Erro fatal que pode destruir o motor do seu carro! Descubra os sinais de alerta e evite um prejuízo absurdo
-
A invenção que iluminou o mundo e que hoje é banida por ser ineficiente, dando lugar ao LED
-
O motor indestrutível que equipou do Gol ao Santana e se tornou o mais amado pelos preparadores do Brasil
Mas o que pouca gente sabe é que essas marcas aram por grandes reviravoltas nas últimas décadas — incluindo fusões, aquisições e até mudanças de identidade que deixaram muitos consumidores sem saber quem realmente fabrica os produtos que compram hoje.
A Brastemp já não é “uma Brastemp”?
Criada em 1954 pelo grupo Brasmotor, a Brastemp logo se destacou no mercado brasileiro por seus refrigeradores de alta qualidade.
Nos anos 1990, a marca se tornou uma referência absoluta em marketing com o famoso slogan: “Não é uma Brastemp”, usado para exaltar a superioridade do produto.
O que pouca gente se deu conta é que, em 1997, a Brastemp foi adquirida pela multinacional Whirlpool, gigante americana do setor de eletrodomésticos.
Desde então, a Brastemp continua presente no mercado, mas seus produtos são fabricados pela mesma empresa que controla outras marcas tradicionais — o que inclui a Consul, sua antiga rival.
Consul e Brastemp: rivais que hoje são irmãs
A Consul surgiu em 1950, em ville (SC), também com foco inicial em refrigeradores.
Com o ar dos anos, diversificou a linha de produtos e se posicionou como uma marca mais ível.
Durante muito tempo, Brastemp e Consul disputaram o topo do mercado de linha branca, representando públicos diferentes: a primeira, mais sofisticada; a segunda, mais popular.
Mas essa rivalidade acabou com a chegada da Whirlpool.
A gigante americana comprou ambas as marcas e ou a controlá-las simultaneamente, embora mantenha uma diferenciação no posicionamento de mercado.
A estratégia permite à empresa atingir faixas de consumo variadas, sem canibalizar seus próprios produtos.
Dako: da explosão popular ao quase esquecimento
Se Brastemp e Consul ainda são nomes conhecidos, a Dako ou por um período de transformações que a reposicionaram no mercado.
Fundada em 1935, a marca foi uma das maiores fabricantes de fogões do Brasil por muitos anos, sendo sinônimo de qualidade e tradição.
Nos anos 2000, a Dako enfrentou desafios com a chegada de marcas internacionais e a consolidação de grandes conglomerados, o que levou a uma redução significativa de sua presença no varejo após a falência da Mabe no Brasil, em 2016.
Contudo, desde 2017, a Dako faz parte do portfólio da Atlas Eletrodomésticos, empresa que está promovendo um importante processo de renovação da marca.
Atualmente, com o lançamento de novas linhas de produtos e fortalecimento de sua presença no mercado nacional, a Dako, junto com a Atlas, lidera o segmento de fogões no Brasil, retomando o prestígio e a relevância que já teve no ado.
Whirlpool: a gigante por trás das marcas brasileiras
Muita gente ainda acredita que Brastemp e Consul sejam empresas brasileiras independentes.
Mas, na verdade, elas fazem parte do império da Whirlpool Corporation, fundada nos Estados Unidos em 1911.
A companhia está presente em mais de 170 países e detém marcas como KitchenAid, Maytag e Indesit, além das brasileiras.
No Brasil, a Whirlpool opera com forte presença industrial.
Suas fábricas ficam em Manaus, ville e Rio Claro.
A empresa investe em diferenciação de portfólio para manter a identidade das marcas, mesmo que os produtos compartilhem tecnologias ou componentes.
Por que isso importa?
Essa concentração do mercado levanta discussões importantes.
Embora os consumidores vejam variedade nas gôndolas, muitas marcas concorrentes pertencem ao mesmo grupo econômico.
Isso pode influenciar preços, inovações e até o nível de competição no setor.
Além disso, há um fator emocional envolvido.
Quando alguém diz que “só confia na Brastemp”, muitas vezes está se referindo à memória afetiva da marca — construída em um tempo em que ela era, de fato, uma empresa brasileira independente.
Outras marcas que aram por mudanças
A movimentação não para por aí.
Veja outras marcas que mudaram de dono e talvez você nem tenha percebido:
- Esmaltec: tradicional no Nordeste, hoje faz parte do grupo Edson Queiroz (mesmo da Ipanema e Indaiá).
- Electrolux: mantém operação própria no Brasil, mas já absorveu diversas linhas que eram independentes.
- GE Eletrodomésticos: sua linha de refrigeradores e fogões no Brasil ou para a Mabe e depois para a Electrolux.
O que vem pela frente?
Com o avanço da Internet das Coisas e a busca por casas mais conectadas, o mercado de eletrodomésticos vai ar por uma nova revolução.
Hoje, as empresas apostam em fogões com conexão Wi-Fi, geladeiras que identificam os alimentos automaticamente e máquinas que podem ser acionadas por aplicativos.
Marcas que conseguirem manter sua identidade, investir em inovação e adaptar sua comunicação para as novas gerações tendem a sobreviver.
As outras, como vimos com a Dako, podem desaparecer em silêncio.