Brasil em alerta! Especialistas denunciam que nossas Forças Armadas estão ultraadas, sem tecnologia, estratégia ou preparo real para enfrentar uma guerra moderna.
Com orçamento engessado e dependência internacional, o país corre risco de derrota militar, perdas humanas e danos irreversíveis à soberania.
A PEC 55/2023 pode ser a última esperança antes do colapso.
Especialistas apontam que o país não tem estrutura para lidar com conflitos modernos e pode sofrer prejuízos estratégicos
As Forças Armadas brasileiras não estão preparadas para enfrentar uma guerra moderna.
Essa é a avaliação de diversos especialistas em Relações Internacionais e Defesa que alertam para deficiências estruturais, tecnológicas e orçamentárias do aparato militar nacional.
A falta de investimentos em tecnologia, a dependência externa e a ausência de uma estratégia integrada de defesa colocam o Brasil em uma posição vulnerável no cenário geopolítico atual.
O alerta mais recente veio dos professores Gunther Rudzit e Leonardo Trevisan, da ESPM (Escola Superior de Propaganda e Marketing), em artigo publicado no jornal O Globo, no dia 5 de abril de 2025.
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Sob o título “Brasil tem de se preparar para a nova versão da lei da selva”, os especialistas afirmam que o país está despreparado para lidar com a realidade dos conflitos contemporâneos.
Segundo eles, o Estado-Maior Conjunto das Forças Armadas não possui autoridade compatível com estruturas similares nos países mais desenvolvidos.
Falta de base industrial e tecnologia própria compromete soberania
Outro ponto grave apontado no artigo é a ausência de uma base industrial de defesa nacional sólida.
O Brasil ainda depende amplamente da importação de equipamentos militares de países como os Estados Unidos e seus aliados.
Essa dependência, segundo Rudzit e Trevisan, fragiliza a capacidade de resposta rápida e compromete a soberania em momentos de tensão internacional.
Além disso, o país não possui o que se chama de “consciência situacional própria”, ou seja, a capacidade de monitorar e interpretar, de forma independente, os movimentos estratégicos em seu entorno.
Isso significa que, em um eventual conflito, o Brasil poderia sequer saber exatamente o que atacar ou como se defender.
Consequências da inércia podem ser catastróficas
Os autores do artigo fazem um alerta direto à classe política: se mudanças profundas não forem feitas, o Brasil pode ser forçado a agir apenas após uma derrota militar.
“Isso custará muito mais caro, tanto em vidas quanto em interesses nacionais”, afirmam.
Eles comparam a situação a “colocar tranca depois da porta arrombada”, destacando que o custo financeiro e humano seria imenso.
Especialistas corroboram a análise e expõem falhas estruturais
A opinião dos professores da ESPM é compartilhada por outros acadêmicos e especialistas.
Carlos Eduardo Martins, professor do Instituto de Relações Internacionais e Defesa da UFRJ (Universidade Federal do Rio de Janeiro), afirma que o mundo vive um período de transição geopolítica perigosa.
Para ele, estamos deixando uma ordem mundial unipolar e entrando em uma era multipolar, com tensões localizadas que podem se espalhar rapidamente.
Martins critica os baixos investimentos do Brasil em defesa e a forma como esses recursos são distribuídos.
Atualmente, cerca de 78% do orçamento militar brasileiro é destinado ao pagamento de pessoal, contra uma média de 50% nos países da OCDE (Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico).
Esse desequilíbrio contribui para a obsolescência tecnológica das Forças Armadas, que continuam operando com equipamentos antigos e pouco eficazes diante das exigências de uma guerra moderna.
Defesa brasileira ainda está voltada para missões internas
A professora Adriana Marques, doutora em Ciência Política pela USP e pesquisadora da UFRJ, também critica a estrutura atual da Defesa Nacional.
Em entrevista à Revista Sociedade Militar, em fevereiro de 2025, ela afirmou que as Forças Armadas brasileiras continuam voltadas para missões domésticas que, muitas vezes, não são de natureza militar.
Segundo a especialista, falta um debate mais profundo sobre os desafios internacionais que o Brasil enfrenta e como redesenhar as Forças Armadas para enfrentá-los.
Essa ausência de planejamento estratégico dificulta qualquer tentativa de modernização efetiva e coloca o país em posição de desvantagem em conflitos de maior escala.
Comandante da Marinha reconhece desafios crescentes
O próprio comandante da Marinha do Brasil, Almirante Marcos Sampaio Olsen, reconheceu a fragilidade da mentalidade de defesa do país.
Em artigo publicado no Correio Braziliense, em 6 de março de 2025, ele afirmou que há uma “baixa percepção de ameaça” entre os brasileiros.
Essa postura, aliada a uma mentalidade acanhada, dificulta a obtenção de capacidades compatíveis com a estatura política estratégica do Brasil.
O almirante destaca que o mundo vive um período de aumento significativo dos gastos militares.
Diversos países vêm ampliando seus investimentos em defesa diante do aumento das tensões nas fronteiras europeias e asiáticas.
PEC da Defesa busca garantir orçamento mínimo para modernização
Uma das propostas mais concretas para mudar esse cenário é a PEC 55/2023.
A Proposta de Emenda à Constituição visa garantir que ao menos 2% do PIB nacional sejam destinados anualmente à Defesa.
Essa medida é defendida pelo ministro da Defesa, José Múcio Monteiro, como essencial para garantir previsibilidade orçamentária e segurança estratégica.
Segundo o senador Carlos Portinho (PL-RJ), autor da proposta, o Brasil precisa deixar de “ter uma conta pendurada com fornecedores” de aeronaves e armamentos.
Ele reconhece que o orçamento nacional é apertado, com grandes investimentos em saúde e educação, mas reforça que sem Defesa, não há território, nação, nem mesmo povo.
A aprovação da PEC é vista como um o importante para reverter o ciclo de abandono e obsolescência das Forças Armadas.
Atualização e perspectivas para 2025
Em março de 2025, o cenário internacional continua tenso.
A guerra na Ucrânia ainda não teve uma resolução definitiva, e tensões no Mar da China Meridional continuam a crescer.
A OTAN ampliou sua presença militar no leste europeu, e os Estados Unidos aumentaram sua cooperação com países asiáticos para conter a influência da China.
Nesse contexto, a vulnerabilidade do Brasil em relação à sua própria segurança torna-se ainda mais evidente e preocupante.
Especialistas alertam que a neutralidade tradicional do país pode não ser suficiente para protegê-lo em um cenário de conflitos globais mais intensos.
A modernização das Forças Armadas não é apenas uma questão militar, mas de soberania, diplomacia e projeção de poder.