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Bolas gigantes de concreto no fundo do mar? O ambicioso plano para armazenar energia pode mudar tudo

Escrito por Alisson Ficher
Publicado em 18/05/2025 às 18:42
Atualizado em 20/05/2025 às 23:29
Projeto alemão usa bolas gigantes de concreto no fundo do mar para revolucionar o armazenamento de energia limpa e renovável, com alta eficiência.
Projeto alemão usa bolas gigantes de concreto no fundo do mar para revolucionar o armazenamento de energia limpa e renovável, com alta eficiência.
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Tecnologia inédita promete revolucionar o armazenamento de energia renovável usando esferas de concreto submersas a 800 metros, aproveitando a pressão do oceano para criar uma solução limpa e duradoura que pode transformar o setor energético mundial.

Na busca por soluções inovadoras para o armazenamento de energia renovável, cientistas alemães desenvolveram um projeto ousado que pode transformar o futuro da geração elétrica mundial.

De acordo com pesquisadores do Instituto Fraunhofer IEE e da empresa Pleuger, a ideia consiste em posicionar enormes esferas de concreto, cada uma com cerca de 400 toneladas, no fundo do mar, a até 800 metros de profundidade.

O objetivo é utilizar essas estruturas para armazenar energia de forma sustentável, eficiente e com baixo impacto ambiental, aproveitando a pressão natural do oceano para gerar eletricidade quando necessário.

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como o sistema funciona?

O projeto, chamado StEnSea, foi iniciado em 2012 e recebe financiamento tanto do governo alemão quanto de parceiros privados.

Cada esfera tem aproximadamente nove metros de diâmetro, é oca por dentro e equipada com uma válvula motorizada fundamental para o processo de armazenamento e geração de energia.

Durante o período do dia, quando a demanda por eletricidade costuma ser menor, as esferas são esvaziadas da água do mar por meio de bombas submersíveis, o que permite armazenar energia potencial ao manter as esferas “vazias”.

Já nos momentos de pico de consumo, à noite ou em situações emergenciais como apagões, a água do mar é liberada para dentro das esferas, fazendo com que as válvulas atuem como turbinas geradoras, convertendo o movimento da água em energia elétrica.

Essa tecnologia reproduz, em ambiente subaquático, o princípio do armazenamento por bombeamento usado em usinas hidrelétricas tradicionais, mas com a vantagem de usar a pressão constante do oceano para otimizar o processo.

vantagens e possibilidades de implantação

Além de ser uma alternativa limpa e renovável, o sistema desenvolvido pelos alemães não gera resíduos tóxicos nem emissões de gases poluentes, o que o torna um aliado poderoso na luta contra as mudanças climáticas.

Conforme os dados divulgados pelos pesquisadores, a capacidade de armazenamento do sistema pode alcançar impressionantes 820 mil gigawatts-hora, suficiente para abastecer milhares de residências com energia limpa por longos períodos.

Outro ponto de destaque é a durabilidade das bolas de concreto, que têm uma expectativa de vida útil estimada em quase 60 anos, oferecendo um investimento de longo prazo para o setor energético.

Além do fundo do mar, o modelo pode ser replicado em lagos profundos — sejam eles naturais ou artificiais — e ainda funcionar como complemento para fontes de energia intermitentes, como a eólica, ajudando a estabilizar o fornecimento.

Iniciativa envolve a ancoragem de bolas de concreto a uma profundidade de até 800 metros no mar, alinhadas e conectadas eletricamente umas às outras / IEE/Reprodução.
Iniciativa envolve a ancoragem de bolas de concreto a uma profundidade de até 800 metros no mar, alinhadas e conectadas eletricamente umas às outras / IEE/Reprodução.

perspectivas globais e impactos futuros

Embora a Alemanha seja pioneira nesse projeto, a tecnologia atrai interesse internacional.

Países como Noruega, Portugal, Brasil, Japão e Estados Unidos estão entre as possíveis localidades para implantação das esferas submarinas.

Nos Estados Unidos, está previsto que as primeiras unidades sejam instaladas em Long Beach, perto de Los Angeles, já antes de 2026, como parte de um esforço para ampliar as fontes de energia renovável e reduzir a dependência de combustíveis fósseis.

Esse tipo de inovação pode ser um divisor de águas no armazenamento de energia, especialmente para sistemas que dependem de condições climáticas variáveis, como a energia solar e eólica, tornando-os mais confiáveis e íveis à população.

conexões com desafios ambientais atuais

Enquanto tecnologias avançadas buscam garantir energia limpa, o planeta enfrenta outro tipo de desafio urgente: a poluição dos oceanos.

Um exemplo alarmante é a chamada “Ilha de plástico”, uma gigantesca acumulação de lixo plástico que flutua no Oceano Pacífico, conhecida também como a Grande Mancha de Lixo do Pacífico.

De acordo com estimativas recentes, essa área é três vezes maior que o território da França e contém cerca de 1,8 trilhão de pedaços de plástico, resultado do descarte irresponsável de resíduos pela humanidade.

Esse fato serve como um lembrete de que o avanço tecnológico deve estar aliado à consciência ambiental e ao compromisso global com a preservação dos oceanos, que são vitais para o equilíbrio do clima e da vida na Terra.

por que essa inovação pode mudar o futuro da energia?

O armazenamento eficiente de energia é uma das principais barreiras para a expansão definitiva das fontes renováveis.

Projetos como o StEnSea demonstram que é possível inovar combinando engenharia de ponta, materiais íveis e o potencial da natureza para criar soluções sustentáveis.

Ao utilizar a pressão oceânica, o sistema alemão não apenas amplia a capacidade de armazenamento como também reduz os custos e impactos ambientais, oferecendo uma alternativa escalável para o mundo.

Com o avanço dessas tecnologias, o futuro energético pode se tornar mais seguro, limpo e econômico, beneficiando tanto o meio ambiente quanto a sociedade.

Por isso, acompanhar de perto projetos como o StEnSea é fundamental para entender como a ciência pode responder aos desafios do século 21.

Você acredita que soluções como essas podem acelerar a transição para um mundo 100% sustentável? Compartilhe sua opinião!

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Alisson Ficher

Jornalista formado desde 2017 e atuante na área desde 2015, com seis anos de experiência em revista impressa, agens por canais de TV aberta e mais de 12 mil publicações online. Especialista em política, empregos, economia, cursos, entre outros temas. Registro profissional: 0087134/SP. Se você tiver alguma dúvida, quiser reportar um erro ou sugerir uma pauta sobre os temas tratados no site, entre em contato pelo e-mail: [email protected]. Não aceitamos currículos!

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