Panorama geral da energia solar em 2025 no Brasil
Em 2025, a energia solar segue como uma das fontes renováveis mais dinâmicas do país. Segundo a Associação Brasileira de Energia Solar Fotovoltaica (ABSOLAR), o setor tem mantido crescimento contínuo desde 2023. Entre os principais destaques, estão painéis solares com aplicações visuais inovadoras, além disso, surgem sistemas de armazenamento doméstico e comercial altamente eficientes. O avanço do modelo agrovoltaico também se destaca, pois integra produção agrícola e energia solar de forma inteligente, produtiva e sustentável. Por fim, os primeiros os para a consolidação da produção de hidrogênio verde, a partir da fonte solar, também ganham força nesse cenário promissor. Debates regulatórios, investimentos do setor privado e ações públicas acompanham esses desenvolvimentos e reforçam a importância da energia solar na matriz elétrica brasileira.
Painéis solares com design arquitetônico ganham espaço no mercado
Arquitetos urbanos aram a integrar, a partir do segundo semestre de 2023, painéis solares com coloração diferenciada aos projetos. Inspirados na estrutura óptica da borboleta Morpho, esses módulos permitem variações estéticas sem afetar o desempenho elétrico. A fabricante DAH Solar e a integradora nacional CorSolar firmaram uma parceria em novembro de 2023 para comercializar essa tecnologia no Brasil. Os projetistas tem utilizado principalmente esses módulos em fachadas, brises e coberturas de edifícios, o que oferece mais possibilidades de personalização estética em projetos com geração fotovoltaica.
Armazenamento de energia solar a a incluir o consumidor no modelo de gestão
Desde o início de 2024, o conceito de armazenamento bidirecional começou a ser debatido em eventos organizados pela ABSOLAR e pelo Ministério de Minas e Energia. Esses sistemas permitem que consumidores armazenem energia solar gerada durante o dia e façam uso à noite ou em horários de pico. Em alguns projetos-piloto, discute-se a possibilidade de revenda do excedente energético no mercado regulado. Ainda que a comercialização por usuários finais dependa de avanços normativos, há expectativas de progresso, conforme indicado pela Agência Nacional de Energia Elétrica (ANEEL), que debate o tema desde março de 2024. Além disso, tecnologias como baterias de estado sólido e células de fluxo foram destacadas pelo Diário do Nordeste em abril de 2024 como alternativas mais seguras e eficientes do que os sistemas de íons de lítio.
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Agrovoltaico avança em propriedades rurais com apoio técnico e integração gradual
O modelo agrovoltaico, que permite o uso simultâneo da terra para cultivo agrícola e geração de energia solar, começou a ter maior adesão no Brasil a partir de 2024. Durante o Congresso Brasileiro de Energia Solar, realizado em maio de 2024, especialistas apontaram que a tecnologia é viável, sobretudo em pequenas e médias propriedades que buscam diversificação de renda. Projetos implantados no Sul e Sudeste mostram aumento de produtividade e redução de custos energéticos, especialmente em cultivos de hortaliças e grãos. O Instituto Nacional de Energia Limpa, em entrevista ao Diário do Nordeste, afirmou que a expectativa é de que o agrovoltaico represente cerca de 10% da geração solar rural até o fim de 2025.
Produção de hidrogênio verde avança com estudos e projetos-piloto
Desde 2023, o Programa Nacional do Hidrogênio, coordenado pelo Ministério de Minas e Energia, vem impulsionando estudos sobre a produção de hidrogênio verde a partir de fontes renováveis. Segundo relatório publicado em agosto de 2024, mais de 30 projetos estão em fase de planejamento. A eletrólise com energia solar tem sido considerada uma das rotas mais viáveis para a produção do combustível. Empresas como Unigel, Neoenergia e Eneva anunciaram iniciativas no segundo semestre de 2024, em consonância com as diretrizes do programa. Embora a produção comercial em grande escala ainda demande investimentos e estabilidade regulatória, a expectativa institucional é de avanço gradual até 2030, sem previsões irreais.
Números consolidados do setor solar no Brasil em 2024
Em dezembro de 2024, a ABSOLAR publicou os dados consolidados do setor solar fotovoltaico. O Brasil encerrou o ano com 52,2 gigawatts (GW) de capacidade operacional instalada, com acréscimo de 14,3 GW ao longo do ano. Cerca de 72% desse total provém da geração distribuída, predominantemente em sistemas residenciais e comerciais. O volume de investimentos registrado foi de R$ 54,9 bilhões, representando alta de 30% em relação a 2023, de acordo com dados do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES). Esses dados colocam o Brasil entre os cinco países com maior capacidade instalada no segmento solar, atrás de China, Estados Unidos, Índia e Japão.
Perspectivas realistas para o setor até 2030
Em janeiro de 2025, a ABSOLAR lançou seu plano estratégico para o horizonte de 2030. A previsão é de que a energia solar represente até 20% da matriz elétrica brasileira, considerando avanço regulatório, apoio institucional e entrada de novas tecnologias. O plano considera ainda a evolução da mobilidade elétrica, a expansão de projetos híbridos e a participação do consumidor final na gestão da própria energia. Não se trata de promessa de transformação instantânea, mas de projeção baseada em investimentos já anunciados, tendências internacionais e viabilidade técnica. Portanto, o Brasil segue em trajetória consistente, alinhando crescimento com responsabilidade regulatória, técnica e ambiental.