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Petróleo despenca após Opep+ ampliar produção global

Escrito por Ana Alice
Publicado em 07/05/2025 às 15:23
Atualizado em 08/05/2025 às 19:57
Opep+ aumenta produção e derruba preços do petróleo. Petrobras recua e mercado global reage com incerteza e tensão econômica.(Imagem: Reprodução/Canva)
Opep+ aumenta produção e derruba preços do petróleo. Petrobras recua e mercado global reage com incerteza e tensão econômica.(Imagem: Reprodução/Canva)

A decisão da Opep+ de aumentar a produção de petróleo derruba os preços internacionais da commodity e afeta empresas como Petrobras, enquanto especialistas apontam incertezas sobre o futuro do setor em meio à transição energética e tensões geopolíticas.

O mercado de petróleo voltou a sofrer forte desvalorização em razão da decisão da Opep+ de aumentar, pelo segundo mês consecutivo, sua produção diária de barris.

A medida foi liderada pela Arábia Saudita e reflete uma mudança estratégica do cartel diante da desaceleração da demanda global e da pressão geopolítica.

Segundo dados confirmados pela CNBC e outras agências internacionais, o grupo de oito países produtores decidiu elevar em 411 mil barris por dia a produção de junho, repetindo o mesmo acréscimo feito em maio.

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Com isso, os preços internacionais do petróleo aram a registrar quedas expressivas nos principais contratos negociados no mercado financeiro.

Preços em queda pressionam o mercado internacional

Na tarde da segunda-feira (5), por volta de 15h45, os contratos do petróleo Brent com vencimento em julho apresentavam queda de 1,68%, sendo cotados a US$ 60,26 o barril.

O WTI, referência americana, recuava ainda mais: 1,96%, negociado a US$ 57,15.

As quedas representam um sinal claro de que o mercado reagiu de maneira imediata à decisão da Opep+.

Em um cenário global já delicado, o aumento na oferta contrasta com uma demanda que se mostra fragilizada, sobretudo diante da perspectiva de crescimento econômico moderado em países desenvolvidos.

Impacto nas empresas brasileiras e bolsas globais

A decisão da Opep+ reverberou também nas bolsas de valores.

No Brasil, a Petrobras – principal petroleira do país – registrou queda nas ações, acompanhando o movimento global de retração nas exportadoras de commodities.

Outras empresas do setor também sentiram os efeitos da desvalorização do petróleo, com receio de impactos em seus planos de investimento e na rentabilidade.

A instabilidade nos preços da commodity interfere diretamente no desempenho das bolsas e das moedas de países exportadores.

O petróleo é um dos principais vetores da economia global e oscilações no seu preço costumam provocar efeitos em cadeia nos setores de energia, transporte, indústria e alimentação.

Motivações por trás da decisão da Opep+

A decisão de elevar a produção foi tomada em meio a uma combinação de fatores econômicos e políticos.

A Opep+, liderada pela Arábia Saudita e pela Rússia, avalia que manter a produção restrita em um momento de queda na demanda pode ser contraproducente.

O grupo parece disposto a proteger sua participação no mercado global diante da concorrência crescente de produtores independentes, especialmente dos Estados Unidos.

Além disso, houve pressão de países importadores para que os preços do petróleo recuem e colaborem com a redução dos custos logísticos e inflacionários.

A medida também sinaliza uma tentativa da Opep+ de evitar que novas fontes de energia ganhem ainda mais competitividade, especialmente as renováveis.

Reações dos Estados Unidos e temores de recessão

Nos bastidores da geopolítica, a política energética dos Estados Unidos também tem influenciado o mercado do petróleo.

De acordo com a CNBC, o governo americano vem adotando medidas que interferem na cadeia produtiva global.

Tarifas e embargos comerciais aumentaram os receios de uma recessão mundial, especialmente em setores que dependem fortemente da energia fóssil.

As tarifas impostas pelo governo norte-americano sobre produtos estratégicos impactam diretamente o comércio internacional, elevando o custo de produção e diminuindo o consumo.

Com isso, as previsões para a demanda global por petróleo foram revistas para baixo, e a Opep+ decidiu ampliar a oferta como tentativa de manter o equilíbrio do mercado.

Gigantes do setor enfrentam queda de lucros

Empresas globais do setor também já começaram a sentir os efeitos do novo cenário.

Multinacionais como Chevron e ExxonMobil reportaram lucros menores no primeiro trimestre de 2025, em comparação ao mesmo período do ano anterior.

A queda dos preços do petróleo está diretamente ligada à redução na receita dessas companhias, que operam em diversos países e têm custos operacionais elevados.

De acordo com analistas de mercado, esse resultado pode frear planos de expansão e investimentos em novas áreas de exploração, além de afetar a geração de empregos no setor.

Empresas prestadoras de serviços para o setor petrolífero também já projetam uma redução significativa nos investimentos em exploração e produção para este ano.

Projeções para os preços do petróleo

Mesmo com a tentativa da Opep+ de regular o mercado, as projeções continuam conservadoras.

O banco Goldman Sachs estima que o preço do barril de petróleo WTI deve ficar em torno de US$ 59, enquanto o Brent pode alcançar até US$ 63 nos próximos meses.

Esses valores estão abaixo das médias registradas no ano anterior, evidenciando que o mercado ainda não se estabilizou.

A expectativa é que novos anúncios da Opep+ ou mudanças na geopolítica internacional possam alterar novamente o rumo dos preços.

Além disso, a transição energética global, com foco na redução das emissões de carbono, pode reduzir estruturalmente a demanda por petróleo no médio e longo prazo.

Brasil e o desafio de manter a competitividade

Para o Brasil, país exportador de petróleo e com forte dependência da Petrobras, o desafio é manter a competitividade e a sustentabilidade econômica.

A volatilidade nos preços internacionais impacta diretamente a arrecadação de royalties, o investimento público e a inflação.

Além disso, o Brasil enfrenta um cenário de pressão por descarbonização e ampliação do uso de fontes renováveis, o que exige uma estratégia de longo prazo para diversificar a matriz energética.

A política de preços da Petrobras, atrelada ao valor internacional do barril, também gera instabilidade no preço dos combustíveis, afetando diretamente os consumidores.

Um mercado em transição e sob tensão

A queda nos preços do petróleo e a decisão da Opep+ de ampliar a produção mostram que o mercado de energia atravessa uma fase de transição e incerteza.

O equilíbrio entre oferta e demanda continua frágil, e qualquer fator externo, como guerras, sanções econômicas ou crises climáticas, pode alterar drasticamente o cenário.

Especialistas apontam que o petróleo segue como protagonista na economia mundial, mas sua dominância tende a ser reduzida nos próximos anos, diante da pressão ambiental e tecnológica.

O futuro do setor dependerá da capacidade de adaptação dos países produtores, das empresas e das políticas públicas que visam mitigar os efeitos das flutuações do mercado.

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Ana Alice

Redatora e analista de conteúdo. Escreve para o site Click Petróleo e Gás (G) desde 2024 e é especialista em criar textos sobre temas diversos como economia, empregos e forças armadas.

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