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Arqueólogos encontram duas estátuas de quase 2.000 anos esculpidas na parede de um túmulo na antiga Pompeia

Escrito por Fabio Lucas Carvalho
Publicado em 07/04/2025 às 07:20
estátuas, pompeia
As figuras adornam a parede de um túmulo encontrado em uma necrópole perto de um dos portões da cidade de Pompéia. Foto: Parque Arqueológico de Pompéia

As ruínas da antiga cidade de Pompeia continuam revelando tesouros do ado. Arqueólogos descobriram duas estátuas de quase 2.000 anos esculpidas diretamente na parede de um túmulo.

Duas estátuas quase em tamanho real foram encontradas em um túmulo em Pompeia, cidade romana soterrada pela erupção do vulcão Vesúvio no ano 79 d.C, ou seja, a quase 2.000 anos.

A descoberta foi feita por arqueólogos no cemitério próximo à Porta Sarno, um dos portões da antiga cidade. As figuras esculpidas na parede do túmulo impressionam pela riqueza de detalhes e pela preservação.

Descoberta das estátuas raras na necrópole

O túmulo faz parte de uma necrópole com sepultamentos por cremação. No local, os pesquisadores encontraram nichos que guardavam urnas funerárias.

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Entre eles, surgiu o relevo esculpido com duas figuras humanas: um homem e uma mulher, lado a lado. As esculturas parecem formar um retrato funerário do casal que teria sido enterrado ali.

Apesar de parecerem um casal, os especialistas dizem que não é possível afirmar com certeza. Não há inscrições identificando os personagens. “Este pode ser o marido dela, mas também pode ser o filho dela“, explicou Gabriel Zuchtriegel, diretor do Parque Arqueológico de Pompeia, ao jornal The Guardian.

A figura feminina segura folhas de louro, que sacerdotisas e padres romanos usavam para purificar espaços. 
Parque Arqueológico de Pompéia

Estilo e época das esculturas

Os pesquisadores acreditam que os relevos foram feitos entre os séculos II e I a.C., durante o final do período republicano romano.

Esse tipo de túmulo com esculturas esculpidas diretamente na parede é raro no sul da Itália, o que torna a descoberta ainda mais valiosa.

A figura masculina veste uma toga simples, típica da época. Já a mulher aparece com roupas e órios sofisticados.

Ela usa uma túnica coberta por uma capa, além de joias esculpidas com detalhes: brincos em forma de ânfora, colar com pingente de lunula, anel, braceletes. Esses elementos sugerem que ela pertencia à elite local.

O homem e a mulher podem representar um casal, mas os pesquisadores dizem que não podem ter certeza. 
Parque Arqueológico de Pompéia

Indícios de uma sacerdotisa

O pingente em forma de lua crescente, conhecido como lunula, era usado por meninas romanas até o casamento como símbolo de proteção.

A estátua feminina segura folhas de louro em uma mão e um objeto cilíndrico, possivelmente um pergaminho, na outra.

Esses detalhes levaram os arqueólogos a levantar uma hipótese: a mulher retratada pode ter sido uma sacerdotisa da deusa Ceres.

Na religião romana, Ceres era ligada à agricultura, à fertilidade e à maternidade. O uso de símbolos como o louro e o papiro indicaria sua ligação com rituais religiosos.

Ela realmente parece uma mulher muito importante na elite local“, disse Zuchtriegel ao Guardian. Para os estudiosos, a presença desses objetos religiosos e do pingente de lunula reforça a possibilidade de ela ter exercido funções religiosas de destaque.

A posição das mulheres na Roma antiga

Na sociedade romana, a maioria das mulheres tinha papel ao ambiente doméstico. Ser sacerdotisa era uma das poucas formas de alcançar prestígio social. Por isso, a estátua traz um retrato raro e valioso de uma mulher com papel religioso relevante.

Segundo a arqueóloga britânica Sophie Hay, que já trabalhou em escavações em Pompeia, as sacerdotisas participavam de rituais em templos e lideravam procissões.

Ceres era uma deusa amplamente reverenciada, ligada ao ciclo da vida e da colheita. Por isso, ter uma sacerdotisa dedicada a ela era algo simbólico para a comunidade.

Achado será exibido ao público

Além do valor artístico e histórico, a descoberta oferece novas pistas sobre a vida religiosa em Pompeia antes da tragédia.

Os estudiosos afirmam que os relevos indicam que o culto a Ceres era parte da religião oficial da cidade, com presença confirmada de uma sacerdotisa.

Ainda neste mês, as esculturas serão exibidas em uma nova exposição no parque arqueológico, chamada “Ser uma mulher na antiga Pompeia”. Durante a mostra, os visitantes poderão acompanhar o trabalho de restauração das figuras, que serão limpas e preservadas por especialistas.

Essa rara descoberta joga nova luz sobre o papel das mulheres na Roma antiga — e mostra que, mesmo soterrada há quase dois mil anos, Pompeia ainda tem muitas histórias para contar.

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Fabio Lucas Carvalho

Jornalista especializado em uma ampla variedade de temas, como carros, tecnologia, política, indústria naval, geopolítica, energia renovável e economia. Atuo desde 2015 com publicações de destaque em grandes portais de notícias. Minha formação em Gestão em Tecnologia da Informação pela Faculdade de Petrolina (Facape) agrega uma perspectiva técnica única às minhas análises e reportagens. Com mais de 10 mil artigos publicados em veículos de renome, busco sempre trazer informações detalhadas e percepções relevantes para o leitor. Para sugestões de pauta ou qualquer dúvida, entre em contato pelo e-mail [email protected].

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