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Após ameaças de Trump, Harvard entra na Justiça contra cortes de US$ 2,2 bilhões em verbas federais

Publicado em 22/04/2025 às 09:57
Harvard processa o governo Trump para impedir o corte de US$ 2,2 bilhões, defendendo sua autonomia acadêmica frente a pressões políticas e ideológicas.
Harvard processa o governo Trump para impedir o corte de US$ 2,2 bilhões, defendendo sua autonomia acadêmica frente a pressões políticas e ideológicas. Imagem de Harvard, The CollegePost. Montagem: CANVA
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Harvard processa o governo Trump para impedir o corte de US$ 2,2 bilhões, defendendo sua autonomia acadêmica frente a pressões políticas e ideológicas.

Em um movimento inédito e contundente, a Universidade de Harvard entrou com um processo contra o governo dos Estados Unidos na última segunda-feira (21), após receber ameaças diretas do presidente Donald Trump envolvendo o congelamento de mais de US$ 2,2 bilhões (cerca de R$ 13 bilhões) em subsídios federais.

A ação judicial marca um dos momentos mais críticos na relação entre o governo Trump e instituições acadêmicas, com Harvard assumindo a liderança na defesa da liberdade universitária e se tornando a primeira a enfrentar abertamente as exigências da Casa Branca.

Segundo a universidade, a suspensão de recursos representa uma tentativa de intimidação e imposição ideológica, colocando em risco não apenas a autonomia acadêmica, mas também milhares de projetos de pesquisa científica e médica financiados com verbas federais.

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O presidente de Harvard, Alan Garber, afirmou que não aceitará qualquer forma de pressão política que interfira nas decisões internas da instituição, incluindo sua política de issões, estrutura istrativa ou áreas de pesquisa.

Pressão política do Governo Trump contra Harvard

A crise teve início com uma carta enviada pelo governo de Donald Trump à Universidade de Harvard no começo do mês, na qual se exigiam reformas amplas e imediatas na liderança da instituição.

Além disso, o governo demandava mudanças nas políticas de issão, alegando desequilíbrios ideológicos e falta de alinhamento com valores considerados “patrióticos”.

Horas após a resposta negativa de Harvard às exigências, o governo federal efetivou o congelamento dos recursos.

Em declarações públicas, Trump intensificou os ataques à universidade, ameaçando inclusive retirar sua isenção fiscal e acusando a instituição de ser uma “entidade política” que promove “terrorismo ideológico”.

A resposta de Harvard foi contundente.

“Nenhum governo — independentemente do partido que estiver no poder — deve ditar o que universidades privadas podem ensinar, quem podem itir ou contratar, e quais áreas de estudo e pesquisa podem seguir”, declarou Alan Garber, reforçando o compromisso da Harvard com os valores da liberdade acadêmica.

A reação ao ataque não veio apenas da liderança universitária. Ex-alunos, professores e membros da comunidade acadêmica se mobilizaram em defesa da universidade.

Um grupo de ex-alunos enviou uma carta ao reitor da instituição pedindo que Harvard conteste legalmente todas as exigências que violem princípios constitucionais e a autonomia educacional.

Apoio institucional e protestos públicos

No fim de semana, protestos tomaram as ruas de Cambridge, reunindo estudantes, professores e moradores locais em apoio à Universidade de Harvard.

Além disso, a Associação Americana de Professores Universitários (AAUP) entrou com uma ação judicial própria contra o governo Trump, argumentando que os cortes de financiamento foram feitos sem a devida notificação ao Congresso e à universidade, em desrespeito aos trâmites legais.

“Essas exigências amplas e, ao mesmo tempo, indefinidas, não são medidas corretivas direcionadas às causas de qualquer descumprimento da lei federal. Em vez disso, visam claramente impor à Universidade Harvard visões políticas e preferências ideológicas do governo Trump, comprometendo a universidade a punir discursos que o governo desaprova”, afirmam os autores da ação movida pela AAUP.

Harvard enfrenta destino compartilhado com outras universidades da Ivy League

O caso de Harvard não é isolado. Outras instituições renomadas, como as universidades da Pensilvânia, Brown, Princeton e Columbia, também receberam cartas semelhantes com ameaças de cortes bilionários. A Universidade Columbia, inclusive, já acatou parte das exigências após pressão direta da Casa Branca.

No entanto, Harvard se destaca como a primeira a judicializar o embate, transformando o episódio em um símbolo da resistência à tentativa do governo Trump de remodelar o ensino superior americano segundo diretrizes ideológicas.

Implicações para o futuro do ensino superior nos EUA

A batalha entre Harvard e Donald Trump levanta questionamentos profundos sobre o futuro da educação nos Estados Unidos.

O uso de verbas federais como ferramenta de controle político abre um perigoso precedente, segundo especialistas em direito educacional.

A iniciativa de Harvard pode, portanto, influenciar outras universidades a seguir o mesmo caminho e defender seus princípios constitucionais em juízo.

Anurima Bhargava, ex-aluna de Harvard e uma das líderes do movimento de apoio à universidade, resume o sentimento de muitos:

“Hoje, Harvard defendeu a integridade, os valores e as liberdades que sustentam o ensino superior. Harvard lembrou ao mundo que o aprendizado, a inovação e o crescimento transformador não se curvam à intimidação e a caprichos autoritários.”

Com informações do g1

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Andriely Medeiros de Araújo

Sou graduanda e atuo como redatora no Click Petróleo e Gás, onde escrevo sobre vagas, concursos, cursos, indústria e temas relacionados. Com cerca de dois anos de experiência na área, já publiquei mais de 3.500 artigos em diversos sites e, diariamente, me dedico a produzir conteúdos informativos e verídicos. Tenho uma grande paixão pela escrita, leitura e cinema.

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