Astrônomo analisa 125 pinturas em caixões e tumbas egípcias e identifica curvas que podem representar a Via Láctea sob a forma da deusa Nut.
Uma nova análise de pinturas dos antigos egípcios em caixões e tumbas do Egito revelou que a Via Láctea pode ter sido representada de forma simbólica por meio da figura da deusa do céu Nut.
A pesquisa, liderada pelo astrônomo Or Graur, da Universidade de Portsmouth, no Reino Unido, examina 125 representações da divindade em artefatos dos antigos egípcios até 5.000 anos.
A conclusão apoia uma antiga crença entre egiptólogos: a conexão entre Nut e a Via Láctea. No entanto, o estudo traz agora uma análise do ponto de vista astronômico, algo inédito até então.
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Imagens com estrelas e curvas onduladas
Nut, frequentemente representada como uma mulher nua arqueada sobre a Terra, aparece em diversas representações com estrelas e discos solares espalhados por seu corpo.
Essa postura já era compreendida como uma forma de simbolizar sua ligação com o céu e seu papel protetor da Terra.
Mas Graur encontrou algo diferente em algumas dessas imagens. Em certos casos, curvas escuras, espessas e onduladas cortam o corpo estrelado da deusa.
Um exemplo está no caixão de Nesitaudjatakhet, uma cantora religiosa da época.
Segundo Graur, essa curva se assemelha à Grande Fenda — uma faixa escura de poeira cósmica que divide a luz difusa da Via Láctea.
“Essa curva ondulada pode ser uma representação da Via Láctea“, afirmou o pesquisador. Ele também notou a presença de padrões semelhantes em decorações de quatro tumbas localizadas no Vale dos Reis.
As tumbas do Vale dos Reis
Entre os exemplos analisados, está o túmulo de Ramsés VI, que governou entre 1143 e 1136 a.C. No teto da tumba, há duas imagens consecutivas de Nut, separadas por curvas douradas que se estendem da cabeça até as nádegas da deusa.
Esses elementos visuais reforçam a hipótese de que os antigos egípcios poderiam ter vinculado essas curvas à Via Láctea, associando-as ao papel protetor de Nut sobre o mundo.
Essa relação também aparece na posição de Geb, o deus da Terra, que em diversas representações está sob a figura arqueada da deusa.
Nut e o céu em todas as suas formas
Apesar da forte ligação com a Via Láctea, o astrônomo ressalta que Nut não deve ser vista apenas como uma representação dessa faixa celestial. Para Graur, a Via Láctea deve ser entendida como mais um fenômeno presente no céu, junto com as estrelas e o Sol, todos sob o domínio simbólico da deusa.
“Não devemos pensar na Via Láctea como uma representação de Nut”, escreveu Graur. “Devemos pensar na Via Láctea como parte do céu — e, portanto, parte de Nut.”
Concordância entre astrônomos e egiptólogos
A ideia de que a Via Láctea era associada a Nut não é exatamente nova para os especialistas em egiptologia. No entanto, o estudo de Graur oferece um olhar distinto e complementar.
Rogério Sousa, professor de egiptologia da Universidade de Lisboa, afirma que essa conexão sempre foi considerada pelos egiptólogos. “Posso dizer que concordo com a identificação entre Nut e a Via Láctea proposta por Or”, declarou Sousa, em entrevista à Live Science. “Mas Or, sendo astrônomo, oferece um aporte astronômico importante.”
A conclusão do estudo, publicada em 30 de abril no Journal of Astronomical History and Heritage, reforça como os antigos egípcios combinavam religião e observação dos céus, deixando registros visuais que atravessaram milênios.
A divindade cultuada no antigo Egito era o Deus” Sol. Rá. Hamesses e outros faraós tinham ritual e mito que imortalizada o corpo.
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Concordo sobre essas propagandas poluição visual paro até de ver a matéria .